Na minha infância me lembro que a vida era tranqüila, apesar das condições difíceis em que vivíamos. O meu pai é o que se pode chamar de nômade, pois vivíamos mudando de cidade constantemente. Às vezes mudávamos mais de três vezes no mesmo ano. A cada vez que isso acontecia era um desafio pra mim e para os meus irmãos. Nova cidade, nova escola, novos amigos e principalmente novos desafios.
A timidez excessiva sempre me acompanhava em qualquer lugar por onde fosse, quer seja na escola ou mesmo entre os membros da família. Mudar de escola sempre foi um pesadelo, por isso, o primeiro dia de aula era o mais temido. Quando entrava na sala de aula, todos os olhares eram dirigidos para a minha pessoa. A vergonha que sentia era enorme. Sempre procurei sentar nas últimas carteiras. Sabe por que eu fazia isso? Era para tentar ser “invisível” na sala. A timidez era tanta que quando a professora fazia à chamada- o meu nome era sempre um dos primeiros da lista- a única coisa que me dispunha a fazer era levantar o braço. Sei que responder a essa pergunta é algo muito simples, é só falar: Presente! Mas me faltava à coragem, me dava muito medo e vergonha. Dá para acreditar nisso?
Com o passar dos anos aprendi a lidar com a timidez, ela já não me paralisa mais. Tenho falado para muitas pessoas. O trabalho que desenvolvo a 11 anos na igreja em que sou membro foi decisivo para que eu superasse o medo de falar em público.
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