segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Convite no semáforo

As ruas do centro de Ponta Porã estão cada vez mais movimentadas. Muitos moradores do município se surpreendem com tanta agitação. A economia cresce a cada ano, o comércio é vibrante, novas construções estão por toda parte. Os automóveis dividem o pouco espaço disponível com motocicletas e pedestres. Há alguns anos o trânsito era tranquilo, tipicamente de uma cidade do interior, mas atualmente está faltando vagas na área central para estacionar.
Além do crescente número de veículos trafegando pelas ruas e do número de turistas na fronteira, outra coisa está chamando a atenção dos mais observadores. Na principal avenida da cidade um novo estilo de propaganda está sendo feito com certo sucesso. O produto a venda é voltado especificamente para o público masculino e não está exposto em nenhuma vitrine de loja e nem muito menos nos supermercados. A exposição é feita na rua mesmo, diante de todo mundo. Todos podem analisar rapidamente o material e ver se vale a pena adquiri-lo.
Quando os veículos param no semáforo os clientes em potencial são abordados e recebem um cartão de divulgação contendo um telefone para contato. Algumas pessoas que nunca teriam coragem de ir pessoalmente à “loja” para comprar o produto se sentem mais a vontade para comprá-lo por telefone. A ligação é mais discreta e proporciona aos compradores o sigilo.
O produto em questão está no mercado a milhares de anos e chama a atenção de todos os que passam pelo local. Ninguém fica indiferente. É possível perceber claramente a reação das pessoas, algumas delas cochicham, outras riem. As senhoras se escandalizam e muitos dos homens que passam por ali apenas se divertem com a exposição inusitada.
Sempre que o produto precisa conquistar mais mercado, sempre que as vendas estão abaixo do esperado é utilizada a estratégia de sair à procura de novos consumidores. A técnica de vendas é arrojada. O principal objetivo é aumentar o volume das vendas e para que isso aconteça todos os esforços são feitos.
As mulheres que expõe o produto são jovens e sorridentes, com isso elas pretendem conquistar a simpatia dos futuros clientes. Com a presença cada vez maior de turistas na região de fronteira o produto é cada vez mais procurado. Há alguns anos ele estava restrito a certos lugares da cidade e não era muito divulgado, mas atualmente tudo mudou. A propaganda feita é agressiva e com objetivos claramente definidos. Não fique surpreso se ao parar o seu veiculo no cruzamento da Avenida Brasil com a Rua Sete de Setembro você for abordado por algumas mulheres oferecendo aquilo que consideram ser um bem a ser vendido. A luz do dia, sem nenhum pudor, elas estão oferecendo os seus próprios corpos a troco de dinheiro. É a triste realidade das grandes cidades brasileiras chegando de vez a nossa querida Princesinha dos Ervais.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Prenda esse homem!

Um jovem casal reuniu-se e decidiu fazer uma viajem com destino à cidade de Dourados. A viagem seria curta, cerca de 120 quilômetros. O percurso todo normalmente demora menos de duas horas. Iriam visitar parentes, especificamente irmãos e sobrinho. Saíram de casa ainda na parte da manhã, no caminho resolveram procurar alguma lanchonete.
Tudo estava ocorrendo dentro do previsto até que aconteceu um incidente um tanto inusitado. Ao desviar da rota e entrar numa pequena cidade o motorista do veículo acabou se distraindo. Ao sair do local ele não conseguiu pegar a estrada certa que o levaria até o seu destino final. A única coisa a fazer era pedir informação para alguém. O rapaz era naturalmente desconfiado. Ele não confiava muito nas pessoas, mas devido às circunstâncias foi obrigado a pedir ajuda para não atrasar a viagem ainda mais.
Andando em busca de socorro avistou numa esquina um grupo de pessoas conversando com um policial. Resolveu parar, pois um homem da lei não o enganaria. Encostou o automóvel e foi logo dizendo:
- Bom dia senhor policial. Eu preciso da sua ajuda. Entrei na cidade para comer alguma coisa e acabei me perdendo, não sei como chegar até Dourados, o senhor pode me ajudar?
Antes mesmo que terminasse a sua frase notou que os três homens que estavam com o policial olhavam fixamente para o seu carro, principalmente para a placa. Eles começaram a cochichar, um deles tirou uma foto do bolso da jaqueta. O que estaria acontecendo? Aqueles homens eram estranhos para eles.
Antes que o policial pudesse responder um dos homens começou a falar:
- É ele mesmo! Olhem aqui na foto, não há dúvida, é a mesma placa do carro.
No mesmo instante os outros dois homens os cercaram. Seria um roubo bem na frente de um policial?
Um dos elementos entregou a foto para o policial e esbravejou:
-Prenda esse homem agora!
Aqueles homens seriam loucos ou bandidos? Para piorar a situação o policial disse que precisava atender uma chamada e foi logo se dirigindo para a viatura, deixando o local logo depois. Sem a justiça para defendê-los o que aconteceria com aquela família?
Os elementos exigiam que todos fossem para a delegacia o quanto antes. A voz deles exalava ameaças.
A verdade enfim foi revelada. Quando o rapaz recebeu a foto da discórdia em suas mãos foi que percebeu o porquê de tanta raiva. Ao contemplar aquela imagem, o casal ficou surpreso, pois jamais imaginariam que alguém soubesse o que tinha acontecido há alguns meses.
Naquele momento, lembraram-se com detalhes daquele fatídico dia. O carro do casal trafegava em alta velocidade por uma rua quando o rapaz perdeu o controle subindo numa calçada, foi então que ouviram um barulho forte, inicialmente pensaram que tinha estourado algum pneu, mas estavam enganados. Ao parar o carro para ver o que tinha acontecido foi que perceberam que tinham atropelado um cachorro. Olharam para todos os lados para ver se alguém tinha presenciado a cena. Rapidamente, pegaram o corpo ensanguentado do animal e o colocaram no porta-malas. Deixaram o local rapidamente para não serem descobertos. A única coisa que não sabiam era que tinham sido fotografados pelo dono do bichinho no momento da fuga.
O jovem casal coincidentemente encontrou o dono do cão que tinham acidentalmente matado. Eles tinham se esqueceram do acidente, mas o dono do animal não esqueceu nem um dia sequer.
O casal não conseguiu escapar da fúria dos três homens. A viagem continuou, mas não para Dourados e sim para a delegacia mais próxima.
Moral da história: Mais cedo ou mais tarde, tudo o que está encoberto será revelado.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Disfarça que lá vem ele

Há uma figura que causa verdadeiro pavor em muita gente. Ele é fonte constante de preocupação e tem o poder de dispersar as pessoas somente com a sua presença, quando se aproxima de um grupo conversando alguém logo fala baixinho para os outros: “Disfarça que lá vem ele”. Muitos já o conheceram pessoalmente, quem ainda não o conheceu fatalmente o conhecerá. Temido por muitos, odiado por outros e querido por poucos, alvo de críticas constantes, a maioria delas sem o seu conhecimento. Tem fama de ser durão e muito exigente. Nas organizações o seu papel é de grande importância, pois é ele quem administra pessoas e problemas. A sua função é muitas vezes ingrata, pois se a equipe consegue se destacar o seu trabalho é enaltecido, mas se fracassa é considerado o grande responsável. É alvo certo dos invejosos e das pessoas que não gostam muito de trabalhar. Algumas pessoas chegam a arquitetar um plano maquiavélico para tirá-lo do poder e assumir o seu papel.
A função é cobiçada por muitos, símbolo de status e ascensão social. Quem é essa figura que desperta tais reações nas pessoas? Leia a história abaixo e descubra.
Um guarda-noturno trabalhava numa empresa especializada em lapidação de diamantes. Uma manhã ele contou a seu chefe um sonho que tivera na noite anterior. Disse que o avião que ele viajaria com destino à Rússia sofreria um acidente e, em consequência, todos os passageiros morreriam. Seu chefe, jovem executivo, dinâmico e empreendedor, tinha verdadeiro pânico de aviões. Assustado com a informação do empregado decidiu cancelar o vôo.
Três dias mais tarde, leu nas manchetes dos principais jornais que aquele avião caíra no mar e, até o momento, não havia notícias de sobreviventes...! Imediatamente chamou o guarda-noturno, mostrou a notícia do jornal, agradeceu efusivamente pelo aviso que lhe salvara a vida e, a seguir, sem nenhuma explicação, despediu-o da companhia.
O guarda não compreendeu porque tinha sido despedido depois de salvar a vida do seu chefe.
Pergunta:
- Por que o guarda foi mandado embora?
Resposta:
O empregado era guarda-noturno. Se ele teve um sonho à noite e contou logo pela manhã, é porque estava dormindo em serviço...!
Chefe é chefe...
Na mente de muita gente a ilustração acima revela com clareza o perfil da maioria dos chefes, mas isso não é bem verdade, pelo menos atualmente. Aquele chefe com fama de carrasco, exigente ao extremo, grosseiro no uso das palavras, adepto da coação como único meio de fazer a equipe desempenhar as suas funções e que nunca aceita opinião de ninguém está com os dias contados. As organizações exigem cada vez mais que os seus líderes dominem a arte de se relacionar bem com pessoas. O chefe continua tendo que atingir as metas estipuladas, ele ainda tem que resolver diariamente os problemas, mas também deve lembrar-se de que os seus colaboradores são o patrimônio mais valioso da organização.
Se você cumpre fielmente com as suas obrigações, se é uma pessoa responsável e comprometida com o trabalho, se procura aprimorar os seus conhecimentos na sua área de atuação, se trata a todos com cordialidade então você não tem com que se preocupar. Independente de quem seja o seu chefe você será bem sucedido no que faz.