É fácil perceber que a maioria das pessoas tem certo prazer em
falar sobre a vida dos outros. As pessoas adoram falar uma das outras em todos
os lugares, o tempo todo. Fala-se muito do outro e pouco de si mesmo. A maioria
das conversas acaba envolvendo o nome de alguém; é fulano que se separou da
esposa, é a mulher que tem um mau gosto para se vestir, é a jovem que gosta de
se exibir, é o vizinho antipático ou mesmo o colega de trabalho inconveniente.
As desculpas são as mais diversas, o fato é que falando bem ou falando mal
sempre estamos reparando na vida do outro. A vida alheia anima as reuniões
sociais. No jogo de futebol com os amigos, no salão de cabeleireiro, no
churrasco com a família, nos bares, nas festas, nas igrejas, enfim em qualquer
reunião social podemos constatar essa afirmação.
Muitas vezes a história vai sendo divulgada sem que ninguém tenha
a preocupação de verificar a sua origem, se os fatos aconteceram realmente como
se afirma. Para alguns o mais importante é ser um agente divulgador mesmo que
não se tenha certeza dos fatos, a verdade é de pouca importância, às vezes ela
é até esquecida outras vezes é totalmente ignorada.
Será que usamos de algum critério antes de divulgar uma notícia
sobre alguém? Somos apenas ouvintes ou propagadores de informações que nos
foram passadas? A diferença entre o simples comentário sobre uma pessoa e a
crítica sobre ela é tênue, por isso é preciso ter um cuidado redobrado. Antes
de ouvir algo sobre alguém passe primeiro pelo crivo das três peneiras.
Certa vez, Augustus procurou o filósofo Sócrates e disse-lhe:
- Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina
o que me contaram a respeito de...
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do
livro que lia e perguntou:
- Espere um pouco Augustus. O que vai me contar já passou pelo
crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A primeira, Augustus, é a da VERDADE. Você tem certeza de
que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então
para a segunda peneira: a BONDADE. O que vai me contar gostaria que os outros
também dissessem a seu respeito?
- Não, Sócrates! Absolutamente, não!
- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos
agora para a terceira peneira: a NECESSIDADE.
Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo
adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras,
compreendi que nada me resta do que iria contar.
E Sócrates, sorrindo, concluiu:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os
outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma
fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos.
Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!
Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de
passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras. Muitas coisas inúteis
que são ditas sobre alguém simplesmente deixarão de ser divulgadas, pois sem
ter mais quem as divulgue entrarão em descrédito.
É praticamente impossível deixar de comentar algo sobre uma pessoa,
então, passemos a comentar apenas coisas que as ajudarão a se tornar pessoas
melhores. Que os outros ajam da mesma maneira em relação a nós.
teste das res peneiras
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