segunda-feira, 12 de julho de 2010

Texto publicado em jornal

Pela segunda semana consecutiva, o Jornal Regional publicou( edição de segunda-feira, 12/07) um texto de minha autoria. O título da matéria é: Mudanças. Transcrevo abaixo o texto na íntegra bem como uma cópia publicada no jornal.

Mudanças

Quero contar a estória do Sr.Mudencio. Observe que, por mais absurdo que ela seja, há um pouco de nós mesmos nela.
O Sr.Mudencio é um homem que se acostumou a sentar no mesmo lugar na mesa, a sua cadeira era sempre aquela que ficava perto da janela da cozinha, ninguém ousada sentir ali, pois se o fizesse era briga na certa. Além disso, ele só comia se a esposa o servisse. Todos os dias a cena se repetia, anos após ano. Quando a sua família era convidada para comer em outro lugar, a esposa explicava que uma das cadeiras era reservada, ninguém podia ocupá-la. Apesar de achar absurda a ideia, as pessoas acabavam cedendo, pois Dona Marta falava que isso era extremamente importante.

O tempo passou e Dona Marta acabou falecendo. E agora, o que seria do Sr.Mudencio? As circunstâncias exigiam mudanças no comportamento daquele homem. Não havia mais a esposa para fazer os seus gostos. Os filhos o aconselharam a mudar de casa e ir morar com um deles, muito contrariado, acabou aceitando.

Na casa do filho, o bebê sentava-se exatamente na cadeira especial do Sr.Mudencio. O que fazer? Dar o lugar para o pai ou para o filhinho? Optou-se pelo filho porque ele chorava toda vez que tentavam mudá-lo de cadeira, já tinha se acostumado.

O Sr.Mudencio ficou desolado por não poder sentar-se na "sua cadeira". A cada dia ficava mais triste, não se alimentava direito. Vivia pelos cantos da casa. Nem a presença do neto o animava. Pouco tempo depois faleceu. Acredita-se que perdeu a alegria de viver.

Gostaria que você pensasse um pouco a respeito. Às vezes agimos como esse homem da estória. Tomamos atitudes absurdas, sofremos por pequenas coisas. Os nossos hábitos estão tão arraigados que a simples ideia de mudança faz com que soframos demasiadamente. É preciso estar com a mente aberta e aceitar que mudanças são necessárias para o nosso crescimento pessoal. Nem sempre elas são nossas inimigas. Pense nisso!




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