sábado, 27 de agosto de 2011

Corrente do bem

O professor entra na sala de aula com um semblante que demonstra certa irritação. Os alunos não estranham, pois o mestre não é conhecido por sua simpatia. Ele é muito exigente e suas palavras sempre são pronunciadas com certo autoritarismo. A aula começa. As coisas estavam acontecendo dentro do habitual. Alguns alunos conversam animadamente quando algo surpreendente acontece. Até os alunos mais distraídos olham fixamente na direção do professor. Ele passa a defender com eloquência o que considera ser uma verdade inquestionável. As suas palavras causam espanto e indignação na turma.
As palavras dele foram as seguintes: “Fui convidado por um amigo a ir à missa na Igreja Católica, durante o sermão o padre disse que devemos ajudar os mais necessitados. Afirmou ainda que deveríamos doar um pouco do nosso tempo para amenizar o sofrimento dos que sofrem. Eu não ajudo ninguém, para que serve o governo? Que o poder público os ajude, pois já pago os meus impostos, que são caríssimos”!
Se deixássemos unicamente nas mãos do poder publico a tarefa de resolver todas as mazelas da sociedade o país estaria em situação bem pior do que está. O individualismo exagerado é perigoso e inimigo da empatia. Talvez você já tenha ouvido alguém falar assim: “Eu tenho as coisas porque me esforcei muito, quem quiser ter as mesmas coisas que tenho que trabalhe também”. Se fosse tão simples assim seria bom, mas há uma série de fatores que desmentem tal afirmação. Ainda bem que o povo brasileiro é solidário por natureza. As catástrofes naturais que destroem tantas vidas e sonhos revela claramente para o mundo todo como o espírito do voluntariado é marcante no Brasil. Se não fosse por esse exército poderoso de voluntários, milhares de vidas seriam destruídas, não só pelas calamidades naturais, mas também pela dura realidade da pobreza e da falta de oportunidades.
Há uma data comemorativa muito importante e que quase ninguém conhece. A mídia não explora a data como tantas outras do calendário. O Dia Nacional do Voluntariado foi instituído no dia 28 de agosto de 1985, através da Lei Nº 7.352, sancionada pelo então Presidente da República, José Sarney. A partir daí, o dia 28 de agosto é celebrado anualmente.
Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”.
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Nas cidades, nos bairros, nas ONGs, nos grupos de autoajuda e nos clubes, nas associações culturais e esportivas, nas instituições religiosas e nas empresas, milhões de pessoas ajudam umas às outras, elas ajudam a quem está em situação mais difícil e realizam atividades que beneficiam sua comunidade, seu país e nosso planeta.
Pelos benefícios que traz para o próprio voluntário, para as pessoas com quem o voluntário se relaciona e para a sociedade é que o voluntariado merece ser valorizado, apoiado, divulgado e fortalecido.
Não se esqueça de que o dia 28 de agosto é uma data muito especial. Faça algo bom para você e para a sociedade, seja voluntário. Ajudar quem precisa é um ótimo remédio para a alma. A sua vida será mais colorida e cheia de significado.

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