Como você se sentiria se estivesse voltando para casa, uma noite, e dois bandidos obrigassem você a parar o carro, descer, entregar o veiculo e todos os objetos de valor? Imagine seu carro, comprado através de um financiamento, com todas as parcelas ainda para pagar, todas as compras no porta-malas, seus documentos. A única coisa que pode passar pela sua cabeça é o total desespero diante dessa hipotética situação. Agora, imagine, na hora em que eles estão nervosos, gritando, ameaçando a sua família que está no carro, passa três viaturas da policia, exatamente ali. Os policiais vêem tudo o que esta acontecendo, mas só uma viatura para. O policial que esta dentro dela, sozinho, enfrenta os bandidos, que, desaparecem em segundos, sem levar absolutamente nada. Qual seria sua atitude com aquele policial? Como você se sentiria sabendo que ele salvou você, seu carro, suas coisas e especialmente sua vida e da sua família?
Basicamente há duas opções de reações:
- Ele não fez mais do que a obrigação, por isso, não lhe devo nada!
- Ele enfrentou o perigo para me salvar, por isso, serei eternamente grato.
O dicionário Aurélio define a palavra ingrato como: que não é grato, que não reconhece os benefícios recebidos. Uma pessoa ingrata sempre irá reagir como no primeiro exemplo citado, por outro lado, uma pessoa grata reagirá como no segundo exemplo.
O espírito de gratidão não está muito na moda hoje em dia. Vivemos na era do individualismo exagerado. Os interesses individuais muitas vezes estão bem acima dos interesses coletivos e isso trás algumas consequências negativas. Talvez você já tenha ouvido a seguinte frase: “Não devo nada para ninguém”. Será mesmo que nunca devemos nada para ninguém? Na nossa vida nunca fomos ajudados? Nos momentos de dor pelos quais cada um de nós passa de vez em quando ninguém ofereceu um ombro amigo? A auto-suficiência transmite à falsa ideia de que não precisamos de ninguém e de que com as nossas próprias forças podemos resolver qualquer dificuldade. Nesse mundo ninguém é uma ilha, por isso, não se iluda achando que sozinho você conseguirá se sentir plenamente realizado.
Quanta gente é ajudada nos momentos difíceis da vida e logo que a situação melhora se esquecem completamente das mãos que as ajudaram? Uma pessoa ingrata dificilmente reconhece que o seu sucesso foi conquistado com a ajuda de outras pessoas e não unicamente pelo seu QI acima da média, da sua perseverança ou do seu profissionalismo.
O espírito da ingratidão está espalhado por todos os lugares: nas famílias, escolas, igrejas, empresas, instituições públicas e etc. Nas relações humanas o mal da ingratidão é facilmente percebido e os seus efeitos negativos são permanentes. Veja o caso de um filho que foi criado com todo o amor e carinho e que quando adulto abandona os seus pais já idosos achando que eles dão muito trabalho e gastos excessivos. Todas as dificuldades que passaram para criar os seus filhos não são reconhecidas e muito menos valorizadas por causa da terrível ingratidão.
Ao reconhecer a ajuda que recebemos estamos incentivando outras pessoas a continuar agindo em prol dos outros. Num mundo cada vez mais ingrato essa atitude pode fazer toda a diferença. Ao perceber que os nossos atos de bondade estão sendo valorizados sentimos um ânimo maior para continuar agindo como agentes do bem. O espírito da gratidão precisa contagiar o mundo inteiro. Faça parte desse movimento você também!
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