Uma onda de terror toma conta dos
moradores da região de fronteira, pois o temido maníaco da cruz está foragido
da unidade da UNEI de Ponta Porã. Pior do que ele estar livre é os boatos que
logo começaram a surgir: uma moça foi atacada por ele no Paraguai; alguém o viu
andando tranquilamente pela periferia da cidade; um homem desconhecido foi
atacado; numa rede social o tal maníaco ameaçou matar pessoas na cidade de
Dourados, dentre outros.
Todos os dias a mídia aborda o assunto
dando amplo destaque. A população está insegura e os órgãos policiais estão numa
verdadeira caçada para encontrá-lo e por fim ao pânico que toma conta da
população.
Há um lado da questão que ainda não foi
abordado pelos meios de comunicação. O titulo dado a ele pela mídia não está
correto. Obviamente que associaram a forma com que ele deixou os corpos das
suas indefesas vítimas para nomeá-lo como Maníaco da Cruz, mas associar a sua
figura doentia a cruz não foi uma ideia muito feliz por algumas razões.
A cruz nos lembra de sacrifício em
beneficio da humanidade;
A cruz nos lembra de um amor que excede
a todo o entendimento;
A cruz nos lembra de misericórdia e
perdão;
A cruz nos lembra da melhor pessoa que o
mundo já conheceu;
A cruz nos lembra de que existe um Deus
que se preocupa com os seus filhos;
A cruz nos lembra de bondade e
compaixão;
A cruz nos lembra de alguém que doou a
sua vida em prol dos outros;
Associar a cruz a tal indivíduo deturpa
o real significado do que ela simboliza. A cruz nunca significou morte e muito
menos crueldade. Na cruz vemos o exemplo máximo do que o amor verdadeiro foi
capaz de fazer.
A cruz será eternamente lembrada por
causa do sacrifício de Jesus Cristo. Chamar um assassino de maníaco da cruz é elogiá-lo como se o que ele fez
tivesse alguma coisa a ver com a mensagem de amor revelada pelo Evangelho.
Nenhum ser humano tem o direito de
escolher quer deve viver e quem deve morrer. Quando alguém persegue e mata sem
dó nem misericórdia está fazendo a obra dele mesmo e não a de Deus. Todo aquele
que é guiado por Deus não destrói vidas por algum capricho pessoal ou mesmo por
causa da demência. Uma pessoa perturbada não está a serviço de Deus, na verdade
está a serviço da sua própria mente doentia.
A partir de agora o tal maníaco deveria
ser chamado simplesmente de maníaco. Ele não é digno de ser conhecido pela
associação com a cruz.
O dicionário Aurélio define a palavra
maníaco como: “aquele que sofre de mania”. E o que significaria a palavra
mania? O seu significado é o seguinte: “síndrome mental caracterizada por excitação
psíquica, insônia, muita atividade. Excentricidade. Gosto exagerado por algo.
Obsessão”. Já a palavra cruz tem um significado bem diferente: “Símbolo da
redenção de Cristo e do Cristianismo”. Maníaco e cruz são palavras antagônicas.
O tal maníaco sem cruz logo será
esquecido e as pessoas lembrarão-se dele apenas como alguém doente mentalmente,
já a figura de Jesus Cristo continuará a ser lembrada eternamente como o
símbolo maior do que é o amor divino.
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