Durante a minha juventude consegui arrumar um emprego numa fábrica de brinquedos. O nome da indústria era Popyplast, ficava localizada ao lado da estação de trem do Brás-SP. Fui designado para trabalhar na seção de montagem dos brinquedos. O ritmo era muito intenso, com horário regulado até para ir ao banheiro. A linha de montagem precisava ser abastecida durante todo o dia. A única parada era para o almoço. Várias pessoas trabalhavam ao longo de uma extensa esteira. Cada um se responsabilizava por montar alguma peça do brinquedo. No final do processo, os brinquedos eram embalados em caixas e levados para o depósito. Eu ficava no começo da esteira colocando as cabines dos caminhões. O supervisor exigia que fosse colocado um ao lado do outro. Toda a equipe precisava trabalhar no meu ritmo.
O vestiário ficava nos fundos da fábrica. Após o término de mais um dia de trabalho, dirigi-me para o banheiro para tomar banho e me trocar. Ao sair do banho, notei que alguns colegas estavam agindo de forma estranha. Eles riam sem motivo aparente. Um deles se aproximou de mim e disse:
- Alci! Estamos numa boa. Quero que você experimente o meu lança perfume (um tipo de droga) é o máximo cara! Estou viajando e...
Agradeci o convite e recusei a oferta. Percebi que o rapaz tinha dificuldade até para terminar a sua frase. Nunca tinha posto nem um cigarro na boca e não seria agora que me envolveria com drogas. Sai do local o mais rápido que pude. Na minha ingenuidade, nunca percebi que o vestiário era ponto de encontro dos funcionários que usavam drogas. Nunca mais entrei ali. Sempre tive repulsa por todo tipo de drogas alucinógenas.
O refeitório ficava nas dependências da empresa. Cada um levava a sua marmita. Um dia estava comendo numa das mesas quando fui rir de uma piada que o meu primo (trabalhávamos juntos) tinha contado. O meu erro foi tentar rir com um pedaço de carne na boca. Engasguei-me. Comecei a babar e a pele do meu rosto mudou de tonalidade. As pessoas que estavam ao redor pensaram que eu estava brincando. A situação foi se agravando. Corri até o bebedouro e enchi a boca d’água. Eu estava sem ar. Uma mulher percebeu que eu não estava brincando e bateu com as mãos nas minhas costas. O pedaço de carne não saiu. Então, ela me segurou pela cintura e apertou a minha barriga com força. O pedaço de carne foi expelido a alguns metros de distância. Ao olhar ao meu redor, percebi que todos os olhares estavam voltados pra mim. Sai do local muito envergonhado. Pensei que iria morrer naquele dia.
No outro dia de manhã, tive que agüentar a gozação. Alguns colegas colocavam as rodas dos carrinhos na boca e cuspiam longe. O objetivo era ver quem conseguia atingir a maior distância. Fui motivo de chacota por vários dias. Apelidaram-me de esfomeado.
O trabalho na fábrica de brinquedos cansava demais. Tinha que fazer o mesmo movimento com as mãos durante toda a jornada de trabalho. Tudo era cronometrado, até o tempo para ir ao banheiro. As pontas dos dedos das minhas mãos doíam muito. Vários cortes apareceram, por esses motivos, continuei trabalhando na empresa por cerca de um ano e pedi demissão.
Para pegar o trem na estação do Brás, tinha que caminhar vários quarteirões. A preguiça me colocou numa difícil situação. Ao sair do trabalho, combinei com um colega de pular o muro da estação do trem e pegar um atalho, além de economizar com o valor da passagem. Sabia que estava fazendo algo errado, mas mesmo assim, resolvemos ir avante com o nosso plano. Tudo estava ocorrendo como previsto, pulamos o muro e estávamos andando sobre os trilhos, de repente, ouvimos o som de um apito, ao olhar para trás foi que percebi que tinha um guarda estava atrás de nós. Começamos a correr com todas as nossas forcas, mas fomos alcançados facilmente. Depois de levarmos uma bronca daquelas, fomos obrigados a pular o muro novamente. Quando pulei o muro, notei que o mesmo estava todo sujo de óleo e de graxa. Sujei toda a minha camisa. O guarda ria da nossa situação. Depois desse dia, nunca mais pulei o muro para não pagar a passagem.
O vestiário ficava nos fundos da fábrica. Após o término de mais um dia de trabalho, dirigi-me para o banheiro para tomar banho e me trocar. Ao sair do banho, notei que alguns colegas estavam agindo de forma estranha. Eles riam sem motivo aparente. Um deles se aproximou de mim e disse:
- Alci! Estamos numa boa. Quero que você experimente o meu lança perfume (um tipo de droga) é o máximo cara! Estou viajando e...
Agradeci o convite e recusei a oferta. Percebi que o rapaz tinha dificuldade até para terminar a sua frase. Nunca tinha posto nem um cigarro na boca e não seria agora que me envolveria com drogas. Sai do local o mais rápido que pude. Na minha ingenuidade, nunca percebi que o vestiário era ponto de encontro dos funcionários que usavam drogas. Nunca mais entrei ali. Sempre tive repulsa por todo tipo de drogas alucinógenas.
O refeitório ficava nas dependências da empresa. Cada um levava a sua marmita. Um dia estava comendo numa das mesas quando fui rir de uma piada que o meu primo (trabalhávamos juntos) tinha contado. O meu erro foi tentar rir com um pedaço de carne na boca. Engasguei-me. Comecei a babar e a pele do meu rosto mudou de tonalidade. As pessoas que estavam ao redor pensaram que eu estava brincando. A situação foi se agravando. Corri até o bebedouro e enchi a boca d’água. Eu estava sem ar. Uma mulher percebeu que eu não estava brincando e bateu com as mãos nas minhas costas. O pedaço de carne não saiu. Então, ela me segurou pela cintura e apertou a minha barriga com força. O pedaço de carne foi expelido a alguns metros de distância. Ao olhar ao meu redor, percebi que todos os olhares estavam voltados pra mim. Sai do local muito envergonhado. Pensei que iria morrer naquele dia.
No outro dia de manhã, tive que agüentar a gozação. Alguns colegas colocavam as rodas dos carrinhos na boca e cuspiam longe. O objetivo era ver quem conseguia atingir a maior distância. Fui motivo de chacota por vários dias. Apelidaram-me de esfomeado.
O trabalho na fábrica de brinquedos cansava demais. Tinha que fazer o mesmo movimento com as mãos durante toda a jornada de trabalho. Tudo era cronometrado, até o tempo para ir ao banheiro. As pontas dos dedos das minhas mãos doíam muito. Vários cortes apareceram, por esses motivos, continuei trabalhando na empresa por cerca de um ano e pedi demissão.
Para pegar o trem na estação do Brás, tinha que caminhar vários quarteirões. A preguiça me colocou numa difícil situação. Ao sair do trabalho, combinei com um colega de pular o muro da estação do trem e pegar um atalho, além de economizar com o valor da passagem. Sabia que estava fazendo algo errado, mas mesmo assim, resolvemos ir avante com o nosso plano. Tudo estava ocorrendo como previsto, pulamos o muro e estávamos andando sobre os trilhos, de repente, ouvimos o som de um apito, ao olhar para trás foi que percebi que tinha um guarda estava atrás de nós. Começamos a correr com todas as nossas forcas, mas fomos alcançados facilmente. Depois de levarmos uma bronca daquelas, fomos obrigados a pular o muro novamente. Quando pulei o muro, notei que o mesmo estava todo sujo de óleo e de graxa. Sujei toda a minha camisa. O guarda ria da nossa situação. Depois desse dia, nunca mais pulei o muro para não pagar a passagem.
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