Quando vemos moradores de rua, não imaginamos o que aconteceu com a pessoa para que ela chegasse nessa deplorável situação. Os moradores de rua são seres humanos como nós,apenas perderam a alegria de viver por alguma razão muito séria. Quando os vemos, inevitavelmente nos sentimos desconfortáveis. A aparência deles nos causa certa repulsa. Conheça a história trágica de um homem bem sucedido que acabou virando morador de rua. A história desse homem é surpreendente e nos mostra o como uma decepção amorosa pode mudar toda uma existência.
Antes das ruas, a Torre Eifel e Big Ben
Viajado pelo mundo, bem sucedido técnico agrícola perdeu tudo após uma desilusão amorosa. A ele, sobrou apenas a rua
Ricardo Galhardo, iG São Paulo 03/06/2010 03:58
Para quem passa sob o elevado Costa e Silva, na altura da estação Santa Cecília do Metrô, João Avelino da Silva, de 58 anos, é só mais um entre dezenas de mendigos amontoados nas calçadas. É difícil acreditar que o homem barbudo enrolado num cobertor encardido tenha sido um bem sucedido técnico agrícola, chefiado dezenas de pessoas, viajado pelo mundo.
No caminho entre a vida pacata da classe média paulistana e a sarjeta, Avelino encontrou a desilusão amorosa e o alcoolismo. Nascido na Mooca, ele saiu direto dos bancos do colégio técnico agrícola para um emprego bem remunerado no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 70, época do chamado “milagre brasileiro”.
Dois anos depois, ele chefiava uma repartição com mais de 20 subordinados. A trabalho, viajou pela América do Sul, Europa e África vendendo o principal produto de exportação brasileiro. Para quem duvida, ele mostra as fotos desbotadas junto à torre Eiffel, Big Ben, Casa Rosada e outros cartões postais.
Algumas fotos do pacote foram rasgadas num acesso de fúria e remendadas com durex. São de Maria Alice, ex-esposa e mãe dos dois filhos de Avelino. “A culpa é dela. Essa mulher desgraçou minha vida”, explica.
Traição
No auge do sucesso profissional ele conheceu Maria Alice, loira, bonita, rica, filha de família tradicional paulistana. Namoraram, ela engravidou, casaram. Meses depois do casamento começaram os primeiros boatos. “O irmão dela me disse para abrir o olho, mas na época não acreditei, briguei com ele, não podia acreditar que ela pudesse fazer uma coisa dessas comigo”, recorda.
Durante os três anos do casamento os avisos, suspeitas e indícios só aumentaram. Até que Avelino decidiu contratar um detetive particular. “Em menos de um mês o detetive flagrou a Maria Alice com três homens diferentes. Vi as fotos e fiquei zonzo, quase desmaiei. Quando fui tirar satisfações ela admitiu tudo, com a maior frieza, e ainda disse que tinha ficado com muitos outros, desde antes do casamento, me chamou de frouxo, chifrudo, falou que eu merecia aquilo tudo”, lembrou Avelino.
Bebida
A primeira reação foi de fúria e violência. Avelino espancou Maria Alice e por pouco não matou a mulher. Em seguida veio a frustração e a fuga. “Comecei a beber todo dia. Ficar bêbado era o único jeito de esquecer de tudo”.
No começo ele só bebia à noite. Em pouco tempo começou a se embriagar logo de manhã, chegar bêbado no trabalho, fugir do emprego. “Troquei o café pelo conhaque”, comparou. “Cheguei ao ponto de esconder uma garrafa na gaveta do trabalho”.
Foi uma questão de meses para Avelino ser demitido. Sem dinheiro, se viu obrigado a vender a casa da família em Moema. Envergonhado, perdeu o contato com a família e os amigos. O dinheiro da venda acabou em menos de dois anos e Avelino foi parar nas ruas.
Durante mais de uma década zanzou pelas ruas do centro como um zumbi em busca de trocados para comprar bebida. Em 2005, foi apresentado ao crack. Hoje tem a aparência de um homem de 90 anos. Só consegue manter uma conversa nos poucos minutos entre o despertar e as primeiras doses do dia.
Antes das ruas, a Torre Eifel e Big Ben
Viajado pelo mundo, bem sucedido técnico agrícola perdeu tudo após uma desilusão amorosa. A ele, sobrou apenas a rua
Ricardo Galhardo, iG São Paulo 03/06/2010 03:58
Para quem passa sob o elevado Costa e Silva, na altura da estação Santa Cecília do Metrô, João Avelino da Silva, de 58 anos, é só mais um entre dezenas de mendigos amontoados nas calçadas. É difícil acreditar que o homem barbudo enrolado num cobertor encardido tenha sido um bem sucedido técnico agrícola, chefiado dezenas de pessoas, viajado pelo mundo.
No caminho entre a vida pacata da classe média paulistana e a sarjeta, Avelino encontrou a desilusão amorosa e o alcoolismo. Nascido na Mooca, ele saiu direto dos bancos do colégio técnico agrícola para um emprego bem remunerado no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 70, época do chamado “milagre brasileiro”.
Dois anos depois, ele chefiava uma repartição com mais de 20 subordinados. A trabalho, viajou pela América do Sul, Europa e África vendendo o principal produto de exportação brasileiro. Para quem duvida, ele mostra as fotos desbotadas junto à torre Eiffel, Big Ben, Casa Rosada e outros cartões postais.
Algumas fotos do pacote foram rasgadas num acesso de fúria e remendadas com durex. São de Maria Alice, ex-esposa e mãe dos dois filhos de Avelino. “A culpa é dela. Essa mulher desgraçou minha vida”, explica.
Traição
No auge do sucesso profissional ele conheceu Maria Alice, loira, bonita, rica, filha de família tradicional paulistana. Namoraram, ela engravidou, casaram. Meses depois do casamento começaram os primeiros boatos. “O irmão dela me disse para abrir o olho, mas na época não acreditei, briguei com ele, não podia acreditar que ela pudesse fazer uma coisa dessas comigo”, recorda.
Durante os três anos do casamento os avisos, suspeitas e indícios só aumentaram. Até que Avelino decidiu contratar um detetive particular. “Em menos de um mês o detetive flagrou a Maria Alice com três homens diferentes. Vi as fotos e fiquei zonzo, quase desmaiei. Quando fui tirar satisfações ela admitiu tudo, com a maior frieza, e ainda disse que tinha ficado com muitos outros, desde antes do casamento, me chamou de frouxo, chifrudo, falou que eu merecia aquilo tudo”, lembrou Avelino.
Bebida
A primeira reação foi de fúria e violência. Avelino espancou Maria Alice e por pouco não matou a mulher. Em seguida veio a frustração e a fuga. “Comecei a beber todo dia. Ficar bêbado era o único jeito de esquecer de tudo”.
No começo ele só bebia à noite. Em pouco tempo começou a se embriagar logo de manhã, chegar bêbado no trabalho, fugir do emprego. “Troquei o café pelo conhaque”, comparou. “Cheguei ao ponto de esconder uma garrafa na gaveta do trabalho”.
Foi uma questão de meses para Avelino ser demitido. Sem dinheiro, se viu obrigado a vender a casa da família em Moema. Envergonhado, perdeu o contato com a família e os amigos. O dinheiro da venda acabou em menos de dois anos e Avelino foi parar nas ruas.
Durante mais de uma década zanzou pelas ruas do centro como um zumbi em busca de trocados para comprar bebida. Em 2005, foi apresentado ao crack. Hoje tem a aparência de um homem de 90 anos. Só consegue manter uma conversa nos poucos minutos entre o despertar e as primeiras doses do dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário