sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Trabalho de Sociologia

No primeiro ano do curso de Administração de Empresas aconteceu um fato comigo que gostaria de partilhar com o leitor. Logo no primeiro semestre do curso a disciplina de Sociologia era dada as segundas-feiras. O professor, desde o inicio, demonstrou ser muito rigoroso, além de ter uma visão ateísta. Já nas primeiras aulas, a turma foi dividida em grupos de cinco pessoas. Houve um sorteio para distribuir os temas que deveriam ser abordados. O meu grupo ficou responsável por apresentar um trabalho sobre o Iluminismo. No século XVIII, os filósofos iluministas afirmavam que a razão guiaria o homem para a sabedoria, conduzindo-o à verdade. Assim, a razão era a fonte de todo o conhecimento. Para os cristãos, a fonte de sabedoria é Deus e a Sua Palavra. Creio que a escolha do tema foi providência divina, pois seria uma ótima oportunidade para falar sobre a fé em Deus. O trabalho deveria ser apresentado para toda a turma. O professor faria alguns questionamentos.
Reunimo-nos para montar a nossa apresentação. Sugeri que me deixassem para falar por último. Perguntaram pra mim o que eu falaria. Respondi que seria uma surpresa. Pedi que os colegas exaltassem o homem e suas incríveis invenções. Os colegas chegaram a ensaiar as suas falas. Enfim chegou o dia da nossa apresentação. Conforme tinha pedido, os colegas explanaram muito bem o tema. Pude ver nos olhos do professor um brilho especial toda vez que algum feito humano era mencionado. A minha fala foi à seguinte: Caro professor e demais colegas de turma, é inegável que vivemos na época da razão. O homem tem feito coisas extraordinárias. Gostaria de fazer algumas considerações. O Iluminismo afirmava que a razão libertaria o homem da opressão de seguir mitos e lendas. Creio que a tecnologia avançada e o conhecimento atingiram níveis nunca antes vistos por nenhum ser humano. Gostaria de fazer uma pergunta ao professor: Se estamos vivendo na época da razão por que é que o ser humano ainda se inclina em adoração a alguns animais, aos astros, e a outros seres humanos? Por que ele ainda não se libertou da crença religiosa?
O professor ficou muito surpreso com as minhas palavras. Creio que não esperava uma abordagem dessas. Sem dar uma resposta, ele perguntou qual era a minha explicação. Fiz a pergunta para o senhor- respondi. Vou falar o que penso. Olhei para a turma e disse as seguintes palavras.
Quando Deus criou o homem, deixou um espaço vazio no seu interior que só poderia ser preenchido com a Sua presença. Existimos para adorar. Desde os primórdios da humanidade, os homens têm adorado a uma divindade. Se rejeitarem o Deus criador do Bíblia, eles se curvam diante de qualquer coisa. No leito de morte, é muito bom saber que há alguém maior do que nós que nos ama incondicionalmente. A fé em Deus nos consola, nos traz esperança. É isso que penso.
Quando terminei a minha explanação, um colega levantou-se e disse: “Acho que você está certo. Nos momentos de dor, crer em Deus faz toda a diferença” Outro colega afirmou: “Você tem razão”. Vários colegas se pronunciaram. O professor ficou calado, não disse nenhuma palavra. O trabalho que apresentamos sobre o Iluminismo ficou famoso na universidade, inclusive em outras unidades. A minha turma ficou impressionada com os meus argumentos. Alguns vieram me perguntar como é que conseguia explicar o assunto daquele jeito. A minha resposta foi: Sou um homem temente a Deus e falar sobre o assunto é algo que me trás muito prazer. Os colegas passaram a me respeitar muito depois daquele dia. Até hoje não sei bem como dei aquela resposta, pois não tinha condições filosóficas de elaborá-la.

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