Quando tinha 9 anos recebi um convite para passar as férias escolares na casa da minha irmã Leuziva, naquela época ela morava na cidade de Ponta Porã. Aceitei o convite e fui. Sempre tive uma forte ligação com essa irmã. A recepção foi calorosa.
Na minha casa, a comida era escassa. Em certas ocasiões, minha mãe dividia a comida do seu prato em três partes; uma pra mim, outra para a minha irmã Lucia e a última para o Lorival. Só assim para que pudéssemos comer um pouco mais. Como éramos pessoas humildes e sem muita etiqueta, a forma de pegar o garfo com as mãos para comer revelava a nossa simplicidade.
Na minha mente infantil, eu achava a minha irmã muito rica. Até quarto de hospede tinha na sua residência. Diferentemente da minha realidade, na sua casa tinha até lanche da tarde. Um luxo! Na cozinha, muitas frutas frescas.
Na primeira manhã que passei ali tive uma surpresa. O desjejum estava pronto. Uma linda mesa estava repleta de comida. Havia: leite, cereais, bolachas recheadas, frutas, bolos, pães e geléia. Nunca tinha visto nada igual. A minha irmã me disse para ficar a vontade e comer do que quisesse, mas até para comer eu tinha vergonha. Tantas coisas gostosas a disposição, bastava estender as mãos e pegar, mas alguma coisa me impedia.
O almoço foi servido, tudo muito saboroso. Nunca tinha visto uns talheres como aqueles. Eram lindos! A mesa estava repleta. Ao lado dos pratos foram colocados o garfo e a faca. Eu não sabia comer de garfo e faca como eles. E agora? Sei que eles não tiveram culpa alguma, mas me deu uma vergonha terrível de comer.
No restante dos dias em que passei com eles a minha vergonha de comer aumentava. Lembro-me de ter inventado que não estava com fome apenas para não sentar-me junto à mesa. Após todos terminarem é que comia alguma coisa. A minha irmã procurou me deixar bem à vontade na sua casa, o problema era que eu não me sentia a vontade de jeito nenhum.
Ao voltar para casa, comecei a treinar como pegar um garfo e faca com etiqueta. O importante é comer, não importa a forma como alguém manuseia um garfo, mas a sociedade implantou certas regras de como fazer isso de forma elegante. As pessoas mais simples não se importam com nada disso. Para elas o mais importante é ter o que comer. Os utensílios e a forma como são usados para isso são totalmente irrelevantes. Tenho plena convicção de que a família da minha irmã não se importava com a forma como eu segurava um garfo e faca, o problema era a minha visão a respeito de mim mesmo.
Na minha casa, a comida era escassa. Em certas ocasiões, minha mãe dividia a comida do seu prato em três partes; uma pra mim, outra para a minha irmã Lucia e a última para o Lorival. Só assim para que pudéssemos comer um pouco mais. Como éramos pessoas humildes e sem muita etiqueta, a forma de pegar o garfo com as mãos para comer revelava a nossa simplicidade.
Na minha mente infantil, eu achava a minha irmã muito rica. Até quarto de hospede tinha na sua residência. Diferentemente da minha realidade, na sua casa tinha até lanche da tarde. Um luxo! Na cozinha, muitas frutas frescas.
Na primeira manhã que passei ali tive uma surpresa. O desjejum estava pronto. Uma linda mesa estava repleta de comida. Havia: leite, cereais, bolachas recheadas, frutas, bolos, pães e geléia. Nunca tinha visto nada igual. A minha irmã me disse para ficar a vontade e comer do que quisesse, mas até para comer eu tinha vergonha. Tantas coisas gostosas a disposição, bastava estender as mãos e pegar, mas alguma coisa me impedia.
O almoço foi servido, tudo muito saboroso. Nunca tinha visto uns talheres como aqueles. Eram lindos! A mesa estava repleta. Ao lado dos pratos foram colocados o garfo e a faca. Eu não sabia comer de garfo e faca como eles. E agora? Sei que eles não tiveram culpa alguma, mas me deu uma vergonha terrível de comer.
No restante dos dias em que passei com eles a minha vergonha de comer aumentava. Lembro-me de ter inventado que não estava com fome apenas para não sentar-me junto à mesa. Após todos terminarem é que comia alguma coisa. A minha irmã procurou me deixar bem à vontade na sua casa, o problema era que eu não me sentia a vontade de jeito nenhum.
Ao voltar para casa, comecei a treinar como pegar um garfo e faca com etiqueta. O importante é comer, não importa a forma como alguém manuseia um garfo, mas a sociedade implantou certas regras de como fazer isso de forma elegante. As pessoas mais simples não se importam com nada disso. Para elas o mais importante é ter o que comer. Os utensílios e a forma como são usados para isso são totalmente irrelevantes. Tenho plena convicção de que a família da minha irmã não se importava com a forma como eu segurava um garfo e faca, o problema era a minha visão a respeito de mim mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário