sábado, 18 de fevereiro de 2012

A vaca foi pro brejo

Um filósofo passeava por um bosque com o seu discípulo. Em dado momento, passaram em frente de um portal de aparência miserável que dava acesso a uma propriedade bem situada, num parque de rara beleza.
Bateram à porta e foram recebidos pelos moradores do casebre: um casal e três filhos, com as roupas sujas e rotas.
"Vocês vivem aqui no meio da floresta, não há nenhum comércio por aqui perto", - disse o mestre ao pai da família; "como é que vocês conseguem viver?”.
"Meu amigo" - respondeu o homem - "nós temos uma vaquinha que nos dá uns litros de leite todos os dias. Vendemos uma parte do leite e compramos o que é necessário na cidade vizinha. Com uma outra parte fazemos queijo e manteiga para comermos. E assim vamos vivendo."
O filósofo agradeceu a hospitalidade e a informação e os dois prosseguiram a sua viagem. Um pouco mais adiante passaram ao lado de um poço, foi quando o filósofo disse ao aluno: “Vai procurar a tal vaca daquele senhor e jogue-a no poço”. O discípulo não entendeu a ordem do mestre, mas mesmo assim obedeceu.
Passados muitos anos, quando já era um empresário de sucesso, o discípulo decidiu voltar ao mesmo lugar, confessar àquela família o que tinha feito, pedir perdão e ajudá-la financeiramente.
Mas qual não foi seu espanto ao ver aquele lugar transformado numa bela propriedade de área cultivada, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. O homem ficou ainda mais desesperado pensando que aquela humilde família tinha sido obrigada a vender a propriedade para sobreviver. Apressou o passo e foi recebido por um caseiro muito simpático.
"Para onde foi a família que aqui vivia há uns quinze anos?" Perguntou. "Continua aqui, são eles os donos dessa grande fazenda", foi a resposta.
Surpreendido, quis falar com o proprietário. Este logo o reconheceu e perguntou-lhe como estava o filósofo. Mas o discípulo estava ansioso por saber como é que ele tinha conseguido melhorar sua terra e mudar tudo.
"Bem!" Disse ele, "nós tínhamos uma vaca de onde vinha nosso sustendo. Acontece, porém, que ela caiu no poço e morreu. Então, para manter a família, tive que plantar uma horta com legumes. As plantas levaram tempo para crescer e vi-me obrigado a cortar madeira para vender. Ao fazê-lo tive que replantar o terreno e precisei comprar sementes. Ao comprá-las, lembrei-me da roupa dos meus filhos e pensei que pudesse cultivar algodão. Passei um ano difícil, mas quando a ceifa chegou eu já estava vendendo legumes, algodão e ervas aromáticas. Nunca me tinha dado conta do potencial que tinha aqui".
Foi uma sorte danada aquela vaca ter morrido!
Às vezes, precisamos que a “vaca vá pro brejo”. Quantas pessoas poderiam desfrutar de uma vida bem melhor se não fosse pelo conformismo e desânimo diante de uma realidade indesejável. Elas pensam que não adianta lutar tanto, pois a derrota é o seu único caminho que irão trilhar.
É verdade que muitas vezes dá uma vontade enorme de desistir e seguir a famosa canção do cantor popular Zeca Pagodinho que diz: “Deixa a vida me levar (Vida leva eu!). Mesmo que dê vontade não desista!
Na vida, vamos encontrar situações que roubarão o nosso conforto. É mais cômodo ficar inerte e esperar que tudo caia do céu sem nenhum esforço da nossa parte, mas isso é muito difícil de acontecer. Você sabe muito bem que precisamos de um empurrãozinho de vez em quando.
Lembro-me de uma época em que vivia sem perspectivas. O pessimismo tomava conta dos meus pensamentos, não acreditava que o futuro poderia ser diferente. Assim ia levando a vida até que alguém muito especial conversou comigo e me incentivou a enxergar a realidade com outros olhos.
Quem diria que aqueles sábios conselhos mudariam tanto a minha existência? Faz 15 anos que os ouvi, mas ainda me lembro daquelas palavras de encorajamento. Desde daquele dia comecei a acreditar mais no meu potencial. Foi difícil abandonar o antigo estilo de vida que levava, mas era preciso.
Por mais doloroso que possa parecer, em algum momento da sua vida a única coisa que irá ajudá-lo de verdade é alguém ou alguma circunstância mandar a sua “vaca pro brejo”.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A porta do medo

A rotina gera uma sensação de segurança, pois torna tudo previsível. Sem mudanças bruscas no cotidiano, a tendência é fazer as mesmas coisas do mesmo jeito, dia após dia. Muita gente prefere não se arriscar, não indo além dos limites impostos por si mesmo. Antecipar-se aos fatos, saber exatamente como agir e manter as coisas como estão é o desejo das pessoas que não apreciam alterações na sua rotina diária. O medo do desconhecido é capaz de paralisar alguém, além de levar a comportamentos muitas vezes irracionais.
A possibilidade da derrota causa arrepios e paralisa muita gente. Quantas oportunidades são perdidas pelo medo de se arriscar. Novas possibilidades exigem novas posturas. É muito difícil deixar a zona de conforto para tentar algo que pode dar certo ou não. O sucesso alcançado pode ser insignificante diante de um cenário bem mais promissor. Para transformar o insignificante em algo importante é preciso não ter medo de tentar quantas vezes for preciso, nem que para isso você tenha que conviver com várias derrotas ao longo da sua jornada.
Há um ditado popular que diz: “Em time que está ganhando não se mexe”. Agindo sempre da mesma maneira, por quanto tempo um time continuará a ser vitorioso? Os times adversários estão sempre buscando novos métodos de treinamento, novas técnicas para motivar a sua equipe, novas estratégias para derrotar as equipes rivais. Se um time que está ganhando títulos não se preocupar com o futuro, se achar que a boa fase vai durar eternamente fatalmente será ultrapassado, será lembrado apenas pelos mais saudosistas. Com certeza, os torcedores, diante do fracasso atual do seu time do coração vão afirmar: “O meu time já foi bom, ganhou muitos títulos, mas agora não ganha mais nada”. Houve um tempo glorioso, mas esse tempo parece não voltar mais. Um passado vitorioso não é garantia de sucesso na atualidade.
É triste ter que dizer que mesmo diante de grandes talentos, o comodismo ainda manterá muita gente presa pelos seus medos e traumas. Talvez você já tenha ouvido alguém dizer: “Vou levando a vida do jeito que Deus quer”. Será que Deus quer ver uma pessoa desperdiçar os seus talentos e dons, quando poderia fazer muito mais por si, pela sua família e pela sociedade? A vida humana é baseada na incerteza, hoje estamos vivos e saudáveis, quem é que pode garantir que amanhã ainda estaremos? Convivemos diariamente com a incerteza, por que é que temos tanto pavor dela? Por que ela nos limita tanto?
Numa terra em guerra havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não os matava: levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre a qual se viam gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue. Nesta sala ele os fazia enfileirar-se em círculo e dizia- lhes, então: "Vocês podem escolher entre morrerem flechados por meus arqueiros ou passarem por aquela porta, e por eu serem lá trancados”. Todos escolhiam serem mortos pelos arqueiros. Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo servira ao rei, dirigiu-se ao soberano:
- Senhor posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga soldado!
- O que havia por detrás da assustadora porta?
- Vá e veja você mesmo.
O soldado, então, abre vagarosamente a porta e, à medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente... E finalmente ele descobre surpreso que... A porta se abria sobre um caminho que conduzia à liberdade!
O soldado, admirado, apenas olha seu rei, que diz:
- Eu dava a eles a escolha, mas preferiam morrer a arriscar-se abrir esta porta!
Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade e morremos por dentro, apenas por causa do medo de abrir a porta de nossos sonhos? Não tenha medo de abrir novas portas! O tempo presente de derrotas e limitações pode se transformar num futuro bem diferente. Pense nisso!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vida no campo

Era uma vez um jovem que nunca tinha saído do campo onde fora criado. Os seus amigos eram as vacas, galinhas e outros bichos. Tinha um amigo em especial, o cachorro Bingo. Nunca tinha ido à escola, mas sabia ler e escrever, pois fora ensinado pela mãe que sempre se preocupou com a sua educação. Os pais tinham se cansado de viver na zona urbana e buscaram refúgio bem longe da agitação e dos perigos da cidade. O único filho do casal nasceu no sítio e o criaram sem nenhuma influencia externa. O pai raramente ia à cidade mais próxima, apenas em último caso. O cavalo da família estava velho, por isso, ele evitava ao máximo cansar o animal que tanto tinha servido a ele. A família vivia da produção da pequena propriedade rural. Imagine viver num lugar sem acesso a televisão, rádio, internet, celular e outras maravilhas da tecnologia.
O único som que o rapaz ouvia era o dos bichos e de um riacho que corria bem perto da sua casa. Acostumou-se a viver ali de tal maneira que nem tinha vontade de conhecer novos lugares ou pessoas. O seu vestuário era simples, não conhecia as novas tendências da moda, as suas roupas eram feitas pela mãe.
Os jovens popularizaram certa palavra que parece revelar a essência do seu anseio por diversão. Há pouco tempo quase ninguém a conhecia, mas com a ajuda da música ficou extremamente popular. A juventude só fala ir a uma balada. Para aquele rapaz criado no meio dos animais o significado de tal palavra era totalmente desconhecido. Não entendia o que era “ficar”, pois fora ensinado pelos pais a valorizar o namoro e futuro casamento, não conhecia nenhum tipo de drogas ilícitas e muito menos bebidas alcoólicas. Os seus pais sabiam que um dia ele teria que conhecer a cidade, por isso o educaram para tal ocasião.
Roupa da moda não conhecia, usava peças feitas pela mãe. Talvez você ache absurdo um jovem do século XXI viver tão limitado, sem amigos, sem festas, sem bebidas e tantas outras coisas que a juventude moderna tanto adora.
Para aquele rapaz a vida parecia perfeita. Morava num lugar que amava, tinha os pais sempre por perto. Quando fazia calor se refrescava mergulhando gostoso nas águas refrescantes do riacho. Quando tinha fome pegava alguma fruta do pomar. Conversava muito com o Bingo. Os dois brincavam o tempo todo.
Um dia o seu pai ficou muito doente, sem condições mais de cuidar da plantação, dos animais e das demais atividades do sítio. O jovem assumiu as funções do pai como chefe da família com zelo e dedicação, trabalhava de sol a sol sem reclamar. Cuidou do pai até o último dia da sua vida.
Apesar da tristeza de tê-lo perdido, sempre procurou honrar o seu nome. Tinha aprendido com ele a valorizar o trabalho, a família e a natureza.
Há dois pensamentos que talvez esteja passando pela sua mente após ler a estória acima. O primeiro pensamento é: “Não existe mais jovens como esse”. O segundo pensamento é: “Ninguém mais vive dessa maneira”.
Será realmente que não existe mais um jovem que não pense apenas nas suas vontades, na sua diversão e no seu bem estar? Será que não existe um que tenha princípios morais bem estabelecidos, que pense no coletivo mais do que no individual? Será que não há mais nenhuma família que viva em harmonia, com respeito e admiração entre os seus membros?Se você ainda está pensando na resposta é o sinal de que a nossa sociedade está perdendo algo valioso. Essa perda é quase imperceptível, mas os seus efeitos são muito visíveis.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O desafio do novo

Há séculos os homens buscam expandir a produção de bens e serviços visando com isso à maximização do seu bem estar. Em meados do século XVIII começa na Inglaterra a chamada Revolução Industrial. Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global.
A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causam uma revolução produtiva. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a mecanização se difunde na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passam a produzir em série e surge a indústria pesada (aço e máquinas). A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulação das mercadorias.
A tecnologia utilizada para a produção desses bens e serviços evolui muito nas últimas décadas. A industrialização crescente de muitos países gerou a necessidade de criar novos meios para controlar o fluxo de informações e aprimorar as técnicas de produção em larga escala, novas tecnologias foram criadas para acompanhar as necessidades do mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Grandes organizações investiram grande montante de recursos financeiros e humanos na busca incessante por baratear os custos de produção, bem como para criar novos bens e serviços da mais alta qualidade a um preço atraente para o consumidor final. É relevante destacar que a operacionalidade de uma empresa, ou seja, o controle, planejamento e organização dos seus bens e serviços produzidos foram em muito facilitado pela implantação da tecnologia da informação dentro da sua área operacional e gerencial.
Para que a tecnologia da informação possa alcançar os seus objetivos principais é indispensável que a organização tenha um controle rigoroso tanto na sua implantação bem como na sua utilização e acompanhamento. Devido a essa necessidade foi necessário criar indicadores de desempenho. Esses indicadores demonstram de que forma esse recurso está sendo utilizado bem como se a eficácia e a eficiência estão sendo alcançadas.
Toda inovação traz inicialmente uma série de barreiras a sua implantação. Devido á transformação rápida da tecnologia há uma exigência cada vez maior; pessoas que tenham não só o conhecimento técnico, mas também a capacidade de se adaptar ás mudanças constantes que ocorrem diariamente em todas as áreas do conhecimento humano. Na prática isso não é tão fácil, pois as pessoas são complexas, cada individuo interpreta a realidade com uma visão toda particular, as reações são as mais diversas. Uma nova oportunidade pode ser interpretada como algo ruim ou mesmo como um obstáculo intransponível. Há sérias resistências ao se implantar e utilizar uma nova metodologia de trabalho.
Muita gente simplesmente não confia em máquinas, computadores, internet e outras mídias digitais. Algumas pessoas se sentem desconfortáveis e desafiadas, pois se veem obrigadas a aprender algo novo. Mudar a forma costumeira de desenvolver uma atividade profissional é uma barreira quase que intransponível para muitos. Normalmente, a rotina escraviza. Ano após ano, fazemos as mesmas coisas, sempre do mesmo jeito. Há ainda certo receio de ter a nossa competência questionada. “Aprender, desaprender e aprender de novo” parece ser o slogan atual. Quem quer ter sucesso precisa estar disposto a questionar os seus próprios paradigmas.
A falta de qualificação do trabalhador brasileiro é um grande obstáculo ao se implantar uma nova tecnologia. Apesar de exigir grande soma de investimentos, uma nova tecnologia não poder ser descartada por nenhuma organização, ela é fator decisivo tanto para a expansão dos seus negócios como para a sua manutenção no mercado cada vem mais exigente. Todos saem ganhando, a empresa aumenta as suas vendas e consequentemente os seus lucros, os funcionários desempenham as suas atividades com mais facilidade, rapidez, segurança e eficiência, o que o levará a ter maior bem estar no trabalho e consequentemente mais qualidade de vida.