domingo, 31 de outubro de 2010

Matéria no programa "Eu quero o melhor"

Desenvolvo um projeto social juntamente com a UPER(União Pontaporanense de Estudantes)nas escolas. O projeto consiste em palestras abordando diversos temas de intesse da juventude estudantil. Na última segunda-feira o apresentador Jovilson do programa "Eu quero o melhor" canal de TV RIT, esteve acompanhando a minha palestra para os jovens do ensino médio do período noturno da escola estadual Geni Marques Magalhães. A matéria foi ao ar no domingo dia 31 de outubro. Segue abaixo video contendo a reportagem exibida na TV.

Palestra em Faculdade

Algumas coisas acontecem nas nossas vidas que é difícil de acreditar. Jamais pensei que vivenciaria o que me aconteceu no dia 27 de outubro de 2010. Recebi um convite da coordenadora do curso de Letras da Faculdade de Ponta Porã-FAP para ministrar uma palestra na semana acadêmica do curso de Letras, além disso, eu tive a oportunidade de fazer uma noite de autógrafos do meu livro "Minha Vida de Carteiro". O título da palestra foi:"Um aliado chamado problema". A resposta do auditório foi muito positiva. Pude ter a certeza de que cada ser humano tem um grande potencial, só falta mesmo explorá-lo.

Foto: palestrante Alci ao lado da coordenadora do curso de Letras(Professora Sixta)



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Comemoração ao Dia Nacional do livro

No dia 29 de outubro comemora-se o Dia Nacional do Livro. Recebi um convite especial para participar de um evento promovido pela Academia Pontaporanense de Letras. A programação foi feita na escola Marcondes Pereira com a presença da direção da escola bem como dos membros da academia de Letras e da participação do jornalista Carlos Monfort. Fiquei muito honrado por poder estar ao lado de pessoas tão ilustres. O convite foi feito por causa do meu livro Minha Vida de Carteiro. Uma matéria a respeito do evento foi publicada no Jornal Regional. Segue abaixo a matéria na integra.

sábado, 23 de outubro de 2010

O gato Manhoso

Tenho uma filha de 6 anos que adora ouvir histórias. Recebi uma missão, criar um texto sobre um gato e sua dona. Aceitei o desafio da minha filha e criei a seguinte história.
O GATO MANHOSO
A dona Ester tem um gato
o nome do gato é Manhoso
vive dentro de casa
comendo e dormingo gostoso
Se há um rato pra pegar
a mulher pede ao Manhoso
mas ele nem sai do lugar
pois é muito preguiçoso
Quando quer um carinho
Manhoso se aproxima
deita no colo da dona
e vira a barrigua pra cima
Depois de receber o quer
Manhoso nem liga pra dona
sai correndo da casa
e a dona Ester abandona
Quem quiser ganhar um gato
bonito e com pelo sedoso
Dona Ester quer dar o seu
o gato chamado Manhoso

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Xô insegurança!

Carlos está desempregado há vários meses. Todos os dias ele sai para procurar um emprego, mas sem sucesso. A sua situação não é das mais fáceis, além de ser pai de duas crianças pequenas, o dinheiro para pagar o aluguel da casa onde mora acabou. Um amigo o procura para avisá-lo que uma grande empresa está selecionando profissionais com a sua formação. Ele fica eufórico com a possibilidade de enfim conseguir um trabalho. Após preencher com cuidado o seu currículo, Carlos deixa a sua residência muito otimista. Enfim tinha chegado à oportunidade que tanto esperava. Muitas coisas passam pela sua cabeça durante o trajeto até o local onde será feita a seleção pela empresa. Ele acredita piamente que a vaga será sua, pois crê que possui todos os requisitos exigidos para a função desejada. Um sentimento de euforia toma conta do seu ser. Confiante, ele chega à conclusão de que é o melhor candidato. Não há como perder a vaga - pensa consigo. Planos começam a ser feitos na sua mente sobre o que fazer com o salário que irá receber. A primeira coisa a fazer é pagar as contas atrasadas, depois comprar alguns presentes para os filhos e levar a esposa para jantar fora. Os seus pensamentos voam diante da certeza de que o emprego já é seu.
Como é bom termos confiança no nosso potencial. O sentimento de “eu vou conseguir” é saudável e nos motiva.
Tudo estava perfeito para o personagem da nossa história. Não havia como voltar para casa sem aquele tão sonhado emprego.
Ao chegar ao endereço onde deveria se apresentar, Carlos se deparou com umas 50 pessoas que estavam ali pelo mesmo motivo que o seu. Ao ver que teria que concorrer com tanta gente, a sua fé esvaneceu. Toda aquela certeza que tinha da vitória desapareceu misteriosamente. Para piorar ainda mais, havia uma pessoa na fila de espera que o intimidava. Um colega dos tempos de faculdade. Carlos sempre o achou o melhor aluno da turma, bem mais inteligente que ele. Era o que faltava para a sua confiança em si mesmo evaporar, e foi isso mesmo que aconteceu.Os candidatos começaram a ser chamados para a entrevista. Faltavam apenas duas pessoas para chegar à sua vez. Uma insegurança terrível tomou conta do seu ser. Depois de alguns instantes, surgiu uma certeza esmagadora na sua mente: Não vou conseguir.A história termina com Carlos abandonando a fila, indo embora, sem ao menos tentar. Como a insegurança nos atrapalha. O medo de fracassar nos paralisa. Jamais podemos deixar que esse sentimento prejudique a nossa qualidade de vida. Mesmo sabendo dos malefícios da insegurança excessiva, ainda assim nos sentimos inseguros. A sociedade atualmente convive na total insegurança, é o medo excessivo de perder o emprego, a criminalidade cada vez mais alta, padrões de beleza cada vez mais opressores, pessoas convivendo com a auto-estima baixa, a lista poderia ser bem maior, mas não quero ser pessimista e desanimá-lo ainda mais.
Quero ajudar você a vencer ou pelo menos amenizar a terrível insegurança, por isso, segue abaixo alguns exercícios bem práticos que podem ajudá-lo a lidar com essa sensação que nos incomoda tanto. As dicas foram extraídas do site: http://intermissionx.blogspot.com/2008/03/como-vencer-insegurana.html
· É comum a pessoa insegura se comparar aos padrões de beleza e de comportamento de modelos e famosos da moda. Essa atitude de comparação leva ao sentimento de inferioridade. Tenha em mente que a comparação é negativa por si só. Olhe para você mesmo e busque desenvolver as suas potencialidades. Observe o que possui de bom e faça o que for possível para melhorar aquilo que não gosta em você mesmo. Esqueça as comparações. Lembre-se: você é um ser único e deve ter consciência desse fato.
· A pessoa insegura, de modo geral, acha que quando algo não vai bem o problema está nela. Um encontro que dá errado, o mau humor do parceiro (a), o mau tempo, qualquer pretexto funciona como um gatilho para disparar o alarme dos inseguros.
· Se algo não estiver funcionando, relaxe. Ninguém tem o poder de controlar qualquer outra coisa além de si mesmo. Faça a sua parte e pare de assumir a responsabilidade por tudo o que acontece a sua volta. Além de ser sinal de onipotência, os sucessos e os fracassos faz parte da vida de todo mundo.
· Um bom exercício contra a insegurança é começar a enumerar suas qualidades. Vá para frente do espelho e comece a relacionar as razões pelas quais alguém deve gostar de você. Encontrou dez? Só? Pois você pode muito bem ultrapassar a casa dos cem. Vá tentando...· Se a ansiedade teimar em permanecer, faça um exercício físico, bem puxado, como correr na praia ou pedalar uma bicicleta ergométrica por uma hora. Você vai ver como ficará mais relaxado (a)!
· Cuide de sua aparência, capriche nas roupas, arrume os cabelos. Assim, você se consolida internamente como uma pessoa amável e o medo de perder aquele alguém especial, aos poucos, irão diminuir, com certeza!
Quando surgir a insegurança, pratique esses exercícios. Creio que os mesmos serão de grande utilidade para que você se considere um vencedor. Nunca desista dos seus sonhos, mesmo que às vezes se sinta inferior a alguém. Continue firme na busca por alcançar os seus objetivos pessoais, aquele “friozinho na barriga” jamais o derrotará, prossiga rumo à vitória. Estarei torcendo por você. Boa sorte!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O chamado

Estando ainda em lua de mel, recebi um telegrama dos Correios que mudaria a minha vida. O telegrama dizia que eu deveria me apresentar no prédio dos Correios na cidade de Campo Grande/MS, no dia 19 de janeiro de 1999, para tratar da admissão no concurso público para o cargo de carteiro. Confesso que ao receber o telegrama, algumas lágrimas rolaram pela minha face. Tudo o que eu mais queria estava acontecendo. Depois de uma longa espera, finalmente o meu sonho estava se realizando; ser empregado público federal. Só havia um pequeno problema, a vaga que eu teria que assumir era para a cidade de Coronel Sapucaia, uma região distante da minha cidade.
Durante todo o tempo em que esperei o surgimento da vaga no concurso público, sempre que passava em frente ao prédio dos Correios em Ponta Porã, me perguntava: “Quando será que um dia eu vou trabalhar nesse local?” Certo dia, procurei o gerente da agência para perguntar sobre o concurso, demonstrei o meu grande interesse em trabalhar na empresa e me dispus a aceitar me mudar para qualquer cidade. Creio que ele reconheceu a minha sinceridade. Lembro-me que ele me disse:
- Fique tranquilo, uma hora você vai ser chamado.
Aquelas palavras era tudo o que eu precisava ouvir naquele momento.
Para a minha grande felicidade, na mesma semana em que recebi a convocação para comparecer em Campo Grande, uma mulher que trabalhava como carteiro em Ponta Porã foi transferida para a cidade de Dourados. A vaga deixada por ela seria preenchida por mim.
Viajei para Campo Grande num domingo à noite, pois teria que me apresentar na segunda-feira de manhã. Havia um grande receio, o medo de que os exames médicos que iria realizar desse algum resultado negativo, pois há poucos dias eu tinha tido problemas de saúde. Imagine a minha angustia, depois de esperar por tanto tempo a convocação, cheguei a pensar que tudo estaria perdido.
Ao chegar a Campo Grande, procurei o endereço onde deveria me apresentar. Eu não conhecia a cidade, era a primeira vez que desembarquei na capital do Mato Grosso do Sul, ainda bem que o local era próximo ao terminal rodoviário. Quando cheguei ao endereço ainda era cedo, o prédio estava fechado. Esperei dar o horário do expediente. Aquele era o momento mais importante da minha vida.
Passei os próximos dois dias fazendo vários exames médicos. Que alegria ao verificar que os resultados eram positivos, não havia nenhum problema comigo. Ufa! A agonia finalmente acabou.
A minha carteira de trabalho foi assinada e, oficialmente, eu já era funcionário da Empresa de Correios e Telégrafos. Na quarta-feira começaria o treinamento na prática, fui encaminhado para o CDD (Centro de Distribuição Domiciliar). O supervisor da área de distribuição me explicou todo o processo de entrega de correspondências. Fui designado para acompanhar uma colega no seu trabalho diário. Após realizar o trabalho interno, finalmente eu conheceria como é a “vida” do carteiro.
Saímos com uma bolsa carregada de correspondências. Eu deveria observar com toda a atenção como era a entrega nos endereços. Fiquei surpreso, pois a colega andava (a entrega era feita a pé) a uma velocidade que eu não conseguia acompanhar. O seu vigor físico impressionava. A minha sorte era que ela era uma pessoa muito simpática e paciente. Após as atividades de entrega, nós retornamos ao CDD. A minha colega de trabalho não demonstrava nenhum cansaço. Fiquei impressionado com a sua habilidade. Ao final do dia, eu estava exausto.
Na quinta-feira eu saí com ela novamente. No percurso para o local onde ela era responsável pela entrega, nós conversamos sobre vários assuntos, dentre os quais gostaria de destacar um em especial. Ela me disse:
-Tenho dois empregos: pela manhã trabalho nos Correios e, à tarde, dou aula em uma autoescola. Como isso era possível se o volume de correspondência que ela entregava diariamente era enorme? Realmente, aquela moça foi uma grande fonte de inspiração para mim. Eu percebi logo que os clientes gostavam muito da sua simpatia.
Após o trabalho intenso durante a manhã de quinta-feira, fui chamado à sala do supervisor. Achei que tinha feito alguma coisa errada e seria advertido, para minha surpresa, a conversa que tivemos foi inusitada. Ele me disse:
- Você viu como é o trabalho aqui, ainda dá tempo de desistir. Tem certeza de que é isso mesmo que você quer para você?
Confesso que fiquei muito surpreso com tal questionamento, normalmente esperam-se palavras de incentivo e encorajamento. Como poderia desistir se esse era o momento que eu mais esperava. Falei-lhe que jamais desistiria e que estava pronto para enfrentar qualquer desafio; a necessidade exige a capacidade de adaptar-se a qualquer circunstância.
Após concluir o treinamento na quinta-feira, fui dispensado para retornar a Ponta Porã. Na sexta-feira de manhã seria o meu primeiro dia de trabalho. Cheguei à cidade de Ponta Porã na quinta-feira à noite, tinha ficado quatro dias em Campo Grande. A saudade da esposa era enorme, pois nós estávamos em plena lua de mel quando precisei viajar. Aquela noite foi uma das melhores que tive. Conversamos longamente sobre todos os detalhes da viagem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Promoção perdida

Depois de um ano trabalhando na COFESA-Comercial Ferreira Santos S/A, o chefe do departamento reuniu a equipe para comunicar algo muito importante. Uma nova sede estava sendo construído na Marginal do Tietê, o local era amplo e as instalações modernas. Em breve estaríamos nos mudando de endereço. Chegou o grande dia, todos os preparativos foram feitos para a mudança. Deixamos a região do Brás e nos mudamos para a Marginal do Tietê. O novo local era imenso, tudo muito bonito. No térreo ficava o depósito, estacionamento, embarque e desembarque e a área de vendas, no primeiro andar todos os departamentos e a sala da diretoria.
Depois de dois meses fui chamado a conversar com o responsável pelo departamento de crédito. Pensei que tinha feito algo e que seria punido. A minha auto estima sempre foi baixa- durante toda a minha juventude, nunca esperava receber algum elogio por algo bom que tenha feito, mas sim, a repreensão. Sentei-me à mesa do chefe esperando o pior. Qual não foi a surpresa ao ouvir da sua boca as seguintes palavras: “Tenho um convite a fazer. Há uma vaga para auxiliar de crédito, estou te oferecendo. Você topa?”
Qualquer pessoa em sã consciência ficaria feliz por receber uma promoção. Eu fiquei, mas... Havia uma barreira intransponível pra mim. O cargo exigia que eu me comunicasse por telefone com clientes e bancos de todo o país. De novo, a timidez me atrapalhou. Inventei uma desculpa e rejeitei a proposta. A empresa contratou um novo funcionário para preencher a vaga. Perdi uma grande oportunidade profissional. Continuei desempenhando a mesma função. Uma promoção perdida que mudaria a minha vida, mas...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A coisa mais bela do mundo

Um célebre pintor, que tinha realizado vários trabalhos de grande beleza, convenceu-se, certo dia, que ainda lhe faltava pintar a sua obra prima. Procurando o motivo para realizar seu sonho, pôs-se a caminho e dirigia-se por uma pioneira estrada, quando encontrou um sacerdote idoso que lhe perguntou para onde se dirigia._ Não sei… – Respondeu o pintor. – Quero pintar a coisa mais bela do mundo, talvez o senhor possa me orientar.
_ É muito simples, disse o sacerdote, em qualquer igreja ou crença você achará o que procura. A fé é a coisa mais bela do mundo.
O pintor prosseguiu viagem. Mais tarde passou por outra estrada e perguntou a uma jovem qual era a coisa mais bela do mundo.
_ O amor – replicou ela. O amor toma todas as coisas bonitas, sem o amor não há beleza.Continuou ainda o pintor sua procura. Encontrando um soldado exausto, a ele também fez a mesma pergunta: qual é a coisa mais bela do mundo?
_ A paz é a coisa mais bela do mundo. A guerra é a mais feia. Quando encontrar a paz, pode ter certeza que encontrou a coisa mais bela do mundo.
_ Fé, amor, paz… Como podereis pintá-las? Pensou tristemente o artista e, bastante desanimado, tomou o rumo de casa. Ao chegar, encontrou sua família e a viu como a coisa mais bela do mundo, porque nos olhos de seus filhos estava a fé, que lhe falara o sacerdote, no sorriso de sua esposa brilhava o amor, que a jovem havia falado, e ali naquele lar havia paz, que lhe falara o soldado.
Desta maneira o pintor fez o quadro com a coisa mais bela do mundo. E, terminado, deu-lhe o seguinte nome: LAR
Se o lar é a coisa mais linda do mundo, temos que reconhecer que a figura da mulher é essencial, pois ela é o elo que une toda a familia. Um Provérbio Chinês afirma que: Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar. Somente a família pode nos auxiliar nos momentos mais difíceis e inesperados de nossas vidas, e sem o apoio da mesma ficamos sem base para seguir adiante. A família é um apoio importante para que os obstáculos surgidos no decorrer da nossa existência possam ser superados.
Quero usar de ousadia para descrever- na minha opinião pessoal, qual é a coisa mais bela do mundo. Diante de todas as maravilhas que existe, uma em particular desperta a minha admiração. Quero destacar a coisa mais linda do mundo, do que estou falando? Estou falando da mulher. Escrevi uma singela homenagem a todas as mulheres. Sei que simples palavras jamais conseguirão expressar o encanto que a figura feminina desperta, mas mesmo assim, não poderia me calar diante do mais belo de todos os seres.
O MAIS BELO SER
Tudo o que existeFoi obra do Criador
Do simples grão de areia
A mais linda flor
Os nossos olhos contemplam
As maravilhas da criação
As belezas da natureza
É fonte de inspiração
De tudo o que foi criado
O que seria o mais belo?
O mar, os animais, as plantas
O sol, a neve no inverno?
Pensei por um instante
Cheguei à conclusão
A uma coisa que se destaca
Creio que sem contestação
Refiro-me a um belo ser
Que nos encanta a cada dia
Não imaginamos viver
Sem a sua sabedoria
Às mulheres do país
O meu carinho e admiração
Vocês merecem de todos
A mais pura aclamação

Aprendendo a lidar com as emoções

Li um texto do qual gostei muito. A autora é a psicóloga Paula Dely. Transcrevo abaixo na íntegra.
"Todos os dias, estamos sujeitos a desenvolver uma infinidade de emoções diferentes, conforme os acontecimentos e as situações vividas. As emoções podem ter um papel fundamental nos relacionamentos, na saúde e na qualidade de vida e, por isso, é importante aprendermos a conhecê-las e a trabalhar com elas.
Dificilmente nos perguntamos o que realmente sentimos antes de tomarmos certas atitudes. Isso ocorre porque as emoções funcionam como um turbilhão, e nem sempre temos tempo ou habilidade para compreender o que está se passando dentro de nós. Mas conhecer as próprias emoções pode evitar muitos conflitos.
Todas as emoções vêm acompanhadas por reações fisiológicas. Quando sentimos medo ou raiva, a carga de adrenalina aumenta e faz com que nosso coração dispare e o corpo entre em estado de alerta. Quando estamos felizes, nosso corpo produz mais endorfinas, que resultam em sensação de bem-estar.
As emoções costumam ser classificadas como positivas ou negativas. As negativas recebem essa denominação por causa do tipo de sensação que despertam, sem que isso signifique que sejam necessariamente prejudiciais.
O primeiro grupo refere-se às emoções que despertam experiências agradáveis e prazerosas, como o amor, a alegria e a felicidade. No outro, estão aquelas que despertam sensações desagradáveis e que podem atrapalhar a comunicação e o entendimento entre as pessoas se não forem compreendidas. As mais importantes são a raiva, a tristeza, a ansiedade e o medo. Vejamos em que consiste cada uma delas:
Ansiedade: é uma sensação ou sentimento que costuma estar ligado a momentos de preocupação e apreensão. Geralmente, ela aparece quando devemos tomar decisões ou esperar por acontecimentos importantes. É semelhante ao medo, mas, ao contrário deste, não necessita de problemas reais para estar presente. Pode ser desencadeada por dificuldades subjetivas, que às vezes não conseguimos identificar, e existir em pequenos níveis; mas, em demasia, acaba resultando em uma excitação excessiva do sistema nervoso central e desencadeando uma série de sintomas físicos (como taquicardia, sudorese, sintomas gastrintestinais e irritabilidade).
Medo: sentimento que surge quando estamos diante de um perigo ou ameaça real a nossa integridade física ou psicológica. É uma emoção essencial, já que possui uma função protetora, pois prepara o corpo para enfrentar ou se esquivar do perigo.
Tristeza: emoção ligada à perda de alguém ou algo importante, ao abandono e ao sofrimento. Geralmente, resulta em abatimento físico, desânimo e falta de vontade. Ela é importante porque nos permite superar as perdas e as expectativas frustradas e encontrar novas formas de recomeçar.
Raiva: geralmente, aparece quando nos sentimos frustrados, injustiçados ou agredidos. É uma emoção que também possui um lado positivo, pois nos faz tomar atitudes e provocar mudanças.
Todos podemos ter emoções negativas e positivas dentro de nós, sem que isso seja considerado errado ou problemático. A vida humana é complexa e dinâmica e, por isso, é possível oscilar entre as sensações positivas e negativas ao longo do dia. A influência negativa das emoções pode ocorrer se não desenvolvermos a capacidade de compreendê-las e, conseqüentemente, controlá-las e dirigi-las para fins positivos.
Aprender a identificar as próprias emoções e perceber como elas influenciam nossa conduta é uma maneira de conhecer a si mesmo. Quando identificamos o que sentimos, podemos perceber mais facilmente os sentimentos dos outros e, assim, aumentar a tolerância, facilitar a comunicação e evitar desentendimentos.
Expressar o que sentimos também é um aprendizado diário. Nem sempre, por exemplo, dirigimos nossa raiva para as situações que a desencadearam e, sim, para as pessoas que estão a nossa volta. Esse tipo de confusão impede que transformemos nossas emoções em força produtiva, motivação e estímulo para mudar as situações."
Reletir sobre tudo isso pode ser um modo diferente e interessante de você começar o seu dia. Pense nisso!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mito da caverna

O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia. O texto busca descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões pelos tempos a fora.
Vários escritores já deram a sua contribuição dando a sua explicação particular sobre o significado da estória imaginada por Platão. Cada pessoa pode interpretar o texto de uma forma totalmente diferente. Deixo para o leitor a tarefa de extrair o seu real sentido.
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.
Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Logo depois decide voltar e contar as maravilhas do mundo que vira, mais ele é ignorado e logo depois o espancam e o batem até a morte por dizer tal coisa.

domingo, 10 de outubro de 2010

VII Fórum Nacional da Defesa Civil

Entre os dias 22 de setembro a 24 de setembro de 2010 foi realizado no Centro Internacional de Convenções de Ponta Porã (MS) o VII Fórum Nacional de Defesa Civil, cuja abertura oficial aconteceu na noite da quarta-feira (22/09). O tema central do evento foi “Cidades Mais Seguras”.
Estiveram presentes na cerimônia de abertura a secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional, Ivone Maria Valente, o secretário de Turismo e Integração de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, o coordenador Municipal de Defesa Civil, Mauro Camargo, o secretário geral do Governo de Amambay, Carlos Modesto Quevedo, representando a vizinha cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero e coordenadores estaduais de Defesa Civil, entre diversas outras autoridades.
A cerimônia de abertura foi encerrada com a diplomação dos alunos da turma que concluiram o curso de implementação de Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec’s).
Os objetivos principais do Fórum: debater ações locais abordando temas apresentados em março deste ano na 1ª Conferência Nacional Defesa Civil, realizada em Brasília. Além disso, o evento discutiu o tema “Cidades Mais Seguras” por meio da apresentação de grupos de trabalhos que retratam a implementação de ações de sucesso na área de prevenção.
Durante três dias, mais de 450 participantes de todo o país participaram de conferências e mesas redondas voltadas à integração e troca de experiências entre palestrantes e ouvintes.
Recebi um convite do coordenador da Defesa Civil de Ponta Porã-MS- Mauro Camargo para trabalhar como agente voluntário da defesa civil na comunidade.

Na abertura do VII Fórum Nacional da Defesa Civil tive a honra de participar, devidamente trajado, da diplomação do curso de Núcleos Comunitários de Defesa Civil.
É muito bom poder participar de algo tão útil ao bem estar de toda a sociedade.







sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Viva a democracia

No último dia 03 de outubro vivenciamos a grande festa da democracia (regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder)- as eleições 2010. Tive a oportunidade de trabalhar como mesário, auxiliando a Justiça Eleitoral na importante missão de coordenar todo processo eleitoral no país.
A experiência de trabalhar como mesário foi muito gratificante. Apesar de muitas pessoas “torcerem o nariz” ao ser convocadas para trabalhar nas eleições, posso dizer com toda a certeza que é uma forma de exercer a nossa cidadania. O melhor de tudo é poder estar em contato com tantas pessoas diferentes. Trabalhei com uma equipe muito especial. O meu dia foi muito agradável.
No dia das eleições todos se encontram. O rico e o pobre estão lado a lado na fila, esperando a sua vez de ser chamado para votar. Por um momento, as diferenças de classe social não existem. Podem-se ver pessoas muito bem vestidas ao lado de outras com vestimenta muito simples. O professor universitário conversa com um homem semi-analfabeto. A empresária conversa com a dona de casa e vice versa. É incrível como a democracia pode unir as pessoas em prol de um mesmo objetivo.
Dentre todas as pessoas que conheci na 19° Zona Eleitoral, 31°seção- onde trabalhei, gostaria de destacar em particular uma senhora muito simpática. Ao terminar de votar nos seus candidatos ela disse as seguintes palavras: “Eu quero votar de novo, não apareceu à foto do meu candidato”. Explicamos a ela que tinha dado tudo certo e que os seus votos foram computados normalmente. A senhora não acreditou e ainda não queria deixar o local, insistindo que queria votar novamente. Foi preciso chamar a sua neta para tentar convencê-la a liberar a urna eletrônica para outra pessoa poder votar. Depois de muita insistência, ela enfim foi consentiu em ir embora.
Fiquei pensando, será que aquela senhora conhece realmente como funciona o sistema político brasileiro? A sua atitude me inspirou a escrever este artigo. Talvez você não saiba de todos os detalhes de como funciona o sistema eleitoral brasileiro. Creio que as informações abaixo são muito relevantes para o fortalecimento da nossa democracia, bem como para sanar algumas dúvidas.
O sistema político brasileiro é presidencialista. Nesse regime, há três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, exercidos, respectivamente, pelo presidente da República, pelo Parlamento (no caso do Brasil, o Congresso Nacional - dividido entre Câmara dos deputados e Senado Federal) e pelo Supremo Tribunal Federal. Toda a concepção do presidencialismo baseia-se na harmonia desses três poderes. Nenhum pode impor ao outro ou tentar superar os demais. Para manter esse equilíbrio, há um sistema de freios e contrapesos pelo qual um poder controla o outro e cada um depende dos outros dois.
Neste sistema político, o chefe de Estado (que simboliza a Nação) e o chefe de governo (que dirige a administração do país) são a mesma pessoa, ou seja, o presidente da República. É ele quem nomeia ministros e embaixadores, e propõe o orçamento. Na prática, funciona assim: o Executivo propõe a agenda de políticas públicas, o orçamento que fixa as despesas, e o Legislativo tem a função de chancelar ou não essa agenda, discutir a viabilidade política dela, modificá-la e fiscalizar os abusos de poder do presidente. Ou seja: o Executivo propõe e o Legislativo controla.
Os Congressistas também propõem projetos de lei. E o presidente da República também pode vetar o que foi aprovado pelo Congresso. É o Executivo que escolhe os nomes dos membros do Supremo Tribunal, controlando o Judiciário. Mas o Legislativo deve aprovar esses nomes, controlando o Executivo e o Judiciário, que julga a aplicação das leis, podendo até mesmo suspender sua execução. Com isso, ele freia o Legislativo e o Executivo. E assim, faz-se o jogo de forças.
Os deputados federais, estaduais, distritais e vereadores são eleitos segundo as regras das eleições proporcionais. Ao contrário do que ocorre nas eleições majoritárias, em que é eleito o que obtiver o maior número de votos (presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, prefeito e vice-prefeito, e senador), nem sempre os candidatos mais votados ocuparão uma vaga na Casa Legislativa. É necessário que o partido ou coligação a que pertença o candidato obtenha um número mínimo de votos, expresso por meio do quociente eleitoral. Talvez você nunca tenha ouvido falar em quociente eleitoral e quociente partidário, por isso, deixe-me explicar.
Para determinar o número de vagas a que cada partido ou coligação terá direito, são realizados dois cálculos: o do quociente eleitoral e do quociente partidário. O quociente eleitoral define os partidos e/ou coligações que terão direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições proporcionais. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral.
O quociente partidário define o número inicial de vagas que caberá a cada partido ou coligação que tenham alcançado o quociente eleitoral.
Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas. Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido ou coligação quanto o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
A senhora que queria votar duas vezes talvez não tivesse a informação sobre o destino do seu voto. Muitas vezes o eleitor tenta eleger um candidato e termina ajudando a eleger outro. Mas como é isso? Eu voto no meu candidato e acabo ajudando outro? Isso acontece por causa do sistema eleitoral brasileiro. Os eleitores raramente votam nos partidos, votam nas pessoas. Exemplificando: Um amigo que também trabalhou como mesário me contou que na sua seção aconteceu um fato inusitado; um eleitor queria de todo jeito votar no candidato Tiririca, mesmo sendo explicado ao homem que isso era impossível pelo fato do candidato ser de outro estado, o sujeito ainda insistiu.
Com certeza será surpresa para muita gente saber que na eleição proporcional de vereadores, deputados estaduais e deputados federais, não ganha necessariamente quem tem mais voto, mas sim a legenda, o partido que consegue mais votos. O leitor pode estar pensando: bom, já que é assim, a melhor forma de ajudar um partido é votando na legenda. Mas isto só é verdade se o partido estiver concorrendo sozinho na eleição. Porque se estiver coligado com outros- como sempre acontece, você vota numa legenda, mas pode ajudar a eleger um candidato de outro partido. É o que aconteceu com os eleitores do candidato Tiririca de São Paulo, que é do PR. Como o PR está coligado a outros partidos, quem votou no Tiririca ajudou a eleger outros candidatos de partidos coligado ao PR. Ao todo, Tiririca obteve 1.353.820 votos (6,35% dos votos válidos), ajudando a eleger outros três candidatos.
Abaixo, os três últimos candidatos eleitos pela coligação (PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B) e que, sem os votos de Tiririca, não estariam eleitos:
- Otoniel Lima, do PRB, cujo total de votos foi 95.971.
- Delegado Protógenes, do PCdoB, cujo total de votos foi 94.906
- Vanderlei Siraque, do PT, cujo total de votos foi 93.314
As pessoas votaram no Tiririca e não no seu partido ou coligação, mas não há nada a fazer. O nosso sistema proporcional funciona dessa forma.
É interessante destacar que o eleitor deve avaliar com cuidado os candidatos para presidente, deputados, senadores e demais cargos eletivos. No caso de candidatos que tentam a reeleição algumas perguntas são essenciais, tais como: Qual o retrospecto dele na própria função legislativa? Foram assíduos nas votações? Apresentaram projetos no Congresso que se tornaram leis ou nem projetos apresentaram? Participaram de comissões? Estiveram envolvidos em alguma denúncia ou suspeita de corrupção ou desvio de recurso? Para aqueles que estão tentando ser eleito pela primeira vez, o eleitor deve procurar saber sobre o seu caráter, a sua preocupação com o bem estar das pessoas, as suas propostas, a sua imagem na sociedade, entre outros. Tomando alguns cuidados como os enumerados acima, o cidadão evita escolher pessoas que não estão comprometidas com o bem estar social.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Artigo publicado no Jornal Regional

Transcrevo abaixo o artigo que escrevi publicado pelo Jornal Regional, edição do dia 04 de outubro de 2010.

sábado, 2 de outubro de 2010

Não desista!

No final do ano de 2008 terminei o curso de Administração de Empresas pela UEMS(Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul). Gostaria de fazer algumas considerações a respeito das dificuldades que enfrentei para me formar. Não sei qual é a sua atitude diante dos obstáculos que surgem na sua vida, mas talvez eu possa ajudá-lo a entender que a palavra "desistir" não é uma opção viável para que os seus sonhos possam se tornar realidade. Apesar do desânimo ser algo tão presente nas nossas vidas, não podemos nos deixar vencer por ele. Gostaria de destacar dois fatos que dificultaram muito o meu sonho de terminar um curso superior. Apesar dos desafios, não desisti.
1º- A falta de dinheiro
O prazo para a entrega da monografia estava acabando. Eu tinha que entregar três cópias impressas e encadernadas. O problema era que não tinha nenhum dinheiro. No último dia consegui pegar emprestado o valor de R$30,00 de um amigo (David), com esse valor deu para pagar os custos. Terminei a impressão às 17h30min, o prazo final era até as 19h00min. Depois de muita correria, consegui entregar a tempo. O professor tinha me avisado que se não entregasse a tempo seria reprovado, ou seja, só poderia entregar novamente a monografia no final do próximo ano. Se não fosse a ajuda do meu amigo não sei o que teria feito.
2º- A falha na comunicação
O rapaz responsável pela secretária do curso de administração de empresas ligou no meu trabalho para marcar o dia em que eu defenderia a minha monografia- Análise do Sistema de Informação SARA na agência dos Correios em Ponta Porã-MS. Fui comunicado de que deveria me apresentar numa terça-feira às 19h30min. Antes de falar comigo, o rapaz tinha ligado na minha casa e falado com a minha esposa confirmando o dia e horário. Enfim tinha chegado o grande dia. Após cinco anos de muitas provações e vitórias, o meu momento se aproximava. No decorrer daquela terça-feira trabalhei com “o coração na mão”. Fui dispensado mais cedo do trabalho para poder me preparar. Tudo estava ocorrendo dentro do previsto até que alguém tocou a campainha de casa.
A mãe de uma colega do trabalho tinha uma notícia para me dar. A mulher nunca tinha vindo a minha casa. Quando a vi fiquei preocupado, pois pensei que tinha acontecido alguma coisa com o Rodrigo (seu filho). A senhora foi logo dizendo: “Estão ligando para você nos Correios, é o pessoal da universidade. Disseram que você deveria estar lá às 17h30min para defender o seu trabalho. Acho bom você correr, pois já são 18h30min”.
Num primeiro momento não entendi nada, o que eles queriam de mim? Liguei para a minha irmã Leuziva e pedi uma carona. Chegamos (eu, minha esposa, minha filha e minha irmã) à universidade as 19h00min. As apresentações dos trabalhos estavam sendo feitas no piso superior. Entrei na sala e esperei uma mulher terminar a sua apresentação para poder falar com os professores e explicar que houve uma falha de comunicação.
Os professores estavam irritados comigo. Fui acusado de ser irresponsável. Um dos professores que compunha a banca de examinadores chegou a me dizer que eu deveria ser punido e não ter o direito de apresentar o trabalho naquele ano. Outro professor afirmou que estava doente e só tinha vindo naquele dia para avaliar-me.
É claro que devemos responder pelos nossos atos. O que não podemos é ser acusados injustamente. Eu era totalmente inocente, se tivessem me falado o horário correto, com certeza estaria lá.
Dirigi-me até a mesa onde estavam os professores, pedi a palavra e fiz a minha defesa. As minhas palavras foram às seguintes: Todos vocês já foram meus professores. Nunca agi com irresponsabilidade. Sempre procurei me esforçar ao máximo para tirar boas notas. Quero que saibam que não irei ser penalizado por algo que não fiz. Sou o mocinho da história e não o bandido. Quando acabei de falar, os professores perceberam a minha indignação. Recebi a promessa de que poderia apresentar o meu trabalho em outro dia sem prejuízo da nota. Fiquei aborrecido com toda aquela confusão. Marcaram uma nova data- sexta-feira de manhã.
No dia marcado, cheguei à universidade às 10h10min. Ao subir as escadas encontrei uma colega de turma, a moça era a mesma que tinha duvidado que eu conseguisse terminar o curso. Após os cumprimentos iniciais, disse-lhe: Oi, tudo bem? Ainda duvidas que eu vá conseguir me formar? A moça respondeu que eu poderia fazer o que quisesse. Agora creio- ela disse.
Fiz a minha apresentação em dezessete minutos. Além dos professores da banca examinadora, estavam na sala a minha esposa e uma acadêmica da instituição. Os professores elogiaram muito a forma como apresentei o trabalho. O que mais me marcou foram as suas palavras. Todos os três professores presentes reconheceram o meu esforço, dedicação e perseverança. A nota final da monografia foi de 9,1. A minha expectativa era conseguir tirar uma nota 8,0. Consegui superar a minha previsão inicial.
Enfim todo o esforço tinha chegado ao fim. Finalmente consegui o tão sonhado diploma.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Criminoso armado

O trabalhador paulista acorda de madrugada, a viagem até o local de trabalho é longa e cansativa. Todos os dias, eu saia caminhando ainda de madrugada para a estação de trem de Guaianazes. A rua sempre estava deserta. O medo de ser assaltado sempre me deixou muito desconfiado. Qualquer um que se aproximava de mim era considerado suspeito. Apesar de todo o meu cuidado, acabei sendo surpreendido por um homem armado perto da minha casa.
O homem não tinha uma expressão das mais amigáveis. Quando passei por ele tive uma terrível surpresa. O elemento me abordou dizendo que precisava de "um favor". Um revólver calibre 38 foi apontado para minha cabeça. O terreno baldio no outro lado da rua foi o local escolhido por ele para esconder alguns objetos roubados. A ordem que recebi foi para pular o muro e pegar uma bolsa com vários produtos roubados pelo bandido, enquanto isso ele ficaria vigiando. Havia um matagal ao lado, não seria difícil para ele me matar e depois jogar o corpo ali.
Com grande dificuldade consegui cumprir a “missão”. Ao entregar a bolsa, o homem sorriu e me disse:
-Mano, vejo que você é gente fina. Pode ir embora. Valeu!
Confesso que fiquei com muito medo naquele dia. Hoje, só me resta rir da situação. Fui cúmplice involuntário de um criminoso. Nunca mais vi aquele homem. A sensação de ter uma arma apontada para mim foi pavorosa. A experiência não é das mais agradáveis, tenha a certeza disso.