quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Algumas necessidades humanas

O livro "Talento à prova de crise" de Leila Navarro é leitura obrigatória para todos aqueles que querem superar as mais diversas crises. Como estamos sempre enfrentado algum tipo de crise na nossa própria vida é relevante ter o conhecimento de como tornar as crises em algo positivo. A obra foi escrita numa linguagem simples e bem humorada. Nas páginas 48-50 a autora descreve alguns tipos de necessidades humanas, além de fazer alguns comentários muito interessantes. Confira abaixo.
"As necessidades, ah, as necessidades... Quantas! E não são só materiais, mas de toda ordem. Não só as básicas, porque a lista de secundárias, terciárias e assim por diante cresce constantemente. E não são apenas as nossas, mas também há aquelas que a sociedade nos impõe. Acompanhe comigo.
  • Necessidades de consumo: sim, temos fome e sede, mas perceba o quanto damos importância a produtos específicos, consumidos e valorizados por nossos vizinhos e colegas de trabalho. Precisamos de um sanduíche big alguma-coisa, que todo mundo come; para matarmos a sede precisamos do refrigerante tal, que o mundo todo conhece.
  • Necessidade de segurança institucional: um teto e uma cama já não são suficientes, pois agora precisamos morar em condomínio que tenha vigilância e segurança o tempo todo; no carro, precisamos que ele esteja blindado; e, é claro, precisamos contratar seguros: de casa, de carro, de saúde, de vida, contra roubos, acidentes, incêndios, porque só assim nos sentimos a salvo de qualquer episódio desagradável. Mas perceba que toda essa segurança não nos protege da vida e da morte!
  • Necessidade de estima: é básico se sentir querido, admirado, cortejado. O que não é básico é acreditar que devemos reproduzir modelos de sucesso para conquistar a estima que almejamos. Se não entrar no modelo de beleza vigente- uma barriga malhada, uma lipo básica, um botox no rosto; cabelo encaracolado, então, nem pensar!-você nem será notado. E haja trabalho para chegar ao escritório daquela empresa que você quer impressionar com um carrão, zero-bala...
  • Necessidade de poder: a realização pessoal precisa culminar necessariamente em dinheiro, em muito dinheiro, para nos sentirmos poderosos, porque já não basta a satisfação de realizar a nossa missão e sentir que cumprimos o nosso papel, não basta descobrir a relevância do trabalho que realizamos. Muita gente ainda acredita que a realização plena é o poder associado ao ganho material.

O que acontece quando você precisa disso, daquilo e daquilo outro? Não há quem aguente!"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O perigo da vaidade

O dicionário Aurélio define a palavra vaidade como: Qualidade do que é vão, ilusório; desejo imoderado de atrair admiração. A vaidade anda lado a lado com a presunção. Ser presunçoso significa ter opinião exagerada de si mesmo, das próprias qualidades e valor, e que faz que o indivíduo se julgue merecedor da atenção e admiração dos demais.
Logicamente que ninguém quer ser conhecido apenas pela vaidade excessiva ou pelo sentimento de presunção, por isso, vou usar como exemplo a minha própria experiência para ilustrar o perigo da vaidade. Com isso, não estarei magoando você. O meu objetivo é ajudá-lo a refletir sobre as suas atitudes diante de si mesmo e dos outros.
Certo dia, comunicaram-me que o gerente da agência dos Correios em Ponta Porã-MS queria falar comigo. Ao chegar a sua mesa, tive uma grande surpresa. A notícia era boa. Ele afirmou que o meu nome tinha sido escolhido como o carteiro padrão do sul do estado de Mato Grosso do Sul. Perguntou-me se eu tinha interesse de ir receber a premiação. Respondi afirmativamente.Ao chegar do trabalho, contei para minha esposa a novidade. Tenho de admitir que a vaidade apoderou-se do meu coração. A vaidade surgiu naturalmente. A exaltação própria nunca é saudável. Contei para todas as pessoas que eu receberia um prêmio por me destacar na minha profissão. Viajei para a cidade de Dourados na certeza de que seria o “escolhido”. No domingo de manhã, fui à festa que os Correios estavam patrocinando numa chácara. Havia muitas pessoas ali. Esperei durante todo o dia que o meu nome fosse anunciado como o ganhador do prêmio. Na verdade, o que queria era ser exaltado diante de todos.
A festa terminou e ninguém disse nada sobre a premiação. Voltei para casa frustrado. Tinha ido receber um prêmio e acabei voltando de mãos vazias. Depois de alguns dias, perguntei ao gerente sobre a escolha do carteiro padrão, o mesmo me disse que outra pessoa tinha sido o escolhido. Percebi naquele momento que se tivesse sido o premiado naquele dia, o meu ego "iria às alturas". Eu ainda precisava aprender a ser mais humilde para depois desfrutar com sabedoria do reconhecimento do meu trabalho.Um autor desconhecido escreveu uma ilustração muito pertinente em relação a esse assunto tão importante.
Certa vez um homem dirigia velozmente um carro novo que havia comprado. O carro era possante e rápido. Ele gostava de carros assim e se enchia de orgulho olhando a nuvem de poeira que subia por trás de seu carro enquanto corria nas estradas de barro do interior.
Um belo dia ele estava correndo numa estrada assim todo satisfeito com a nuvem de poeira, e o vento batendo no seu rosto. De repente, ele avistou um carro se aproximando da outra direção. Ele percebeu que o carro estava correndo tão rápido quanto o dele. Ao se aproximar mais ainda, ele viu que este carro também era novo e da mesma marca que o seu.
Cheio de inveja, ele pisou no acelerador e resolveu dar uma lição no outro motorista de como correr com um carro numa estrada de barro. Os dois carros estavam se aproximando de uma curva perigosa na estrada. O motorista orgulhoso nem tirou o pé do acelerador, mas resolveu entrar na curva em velocidade máxima. Assim que ele começou a entrar na curva, ele percebeu que o outro carro, ao se aproximar dele, estava deslizando no barro. Parecia que o motorista estava perdendo controle. E, o pior, ele viu que o motorista era uma mulher. Rapidamente ele girou o volante e evitou uma batida enquanto o outro carro passou, quase batendo. A mulher, do volante do outro carro, gritou "Porco"! O motorista orgulhoso, enraivecido revidou "E você é uma vaca"!
Mas, logo na frente, ao completar a curva, o motorista orgulhoso espatifou o grande porco que havia se deitado no meio da estrada, do qual aquela senhora havia desviado, e sobre o qual tentara avisá-lo”.
Nas relações interpessoais, o espírito vaidoso é um grande problema. É unânime o pensamento de que pessoas cheias de vaidade não são bem vindas em qualquer ambiente social. Mesmo que você se considere o melhor no que faz, lembre-se que sempre haverá alguém tão bom ou até melhor do que você.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Indiferença

Abraão Lincoln enfrentava uma grave crise. Por décadas, a escravidão era discutida na América. A Constituinte saíra pela tangente. O Compromisso de Missouri, de 1820, preservara algum equilíbrio entre Estados livres e escravagistas, mas o assunto não podia continuar sendo ignorado. Os estados do sul pareciam estar prontos para separar-se. Argumentavam que sua economia e seu estilo de vida dependiam de mão-de-obra escrava.
E Lincoln desejava preservar a nação. Ele era um conciliador. Fez tudo para evitar que o país se dividisse. Certa vez disse: "Se a escravidão não for um erro, nada mais é errado. Nunca pensei ou senti de outro modo".
Para Lincoln, não era certo que seres humanos se apossassem de outros seres humanos. Apesar dos muitos opositores, da ligação da economia ao trabalho escravo, ou das ameaças feitas, a escravidão estava errada.
No dia 1 de janeiro de 1863, Abraão Lincoln finalmente proclamou a emancipação, numa declaração simbólica que preparou o caminho para a liberdade. Lincoln enfrentou a crise e tomou uma posição. E a nação norte-americana deu um passo para tornar-se a terra da liberdade.
Para muitas pessoas, não existe o certo ou errado, acreditam que tudo é relativo, depende da preferência pessoal e dos interesses particulares. Infelizmente, a indiferença é algo comum. Muitas pessoas pensam que é melhor não se envolver. Quantas vidas não seriam poupadas do sofrimento se apenas alguém se importasse. A luta pela justiça deveria ser algo muito natural, mas infelizmente, o que vemos são pessoas alheias aos problemas dos outros. O pensamento é que se não for comigo então está tudo bem, o outro que se vire sozinho.
Tomar uma posição e sair da indiferença tem um preço. Se preocupar com o bem estar de outra pessoa requer um sentimento genuíno de compaixão.
Reflita por um instante na frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”. Num trecho do seu discurso feito no Senado Federal, Rui Barbosa sabiamente afirmou: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
Abraão Lincoln estava disposto a pagar o preço pela sua decisão a favor da liberdade, por isso, ele fez a escolha de agir na defesa da justiça. Todos precisam em algum momento da vida fazer a sua própria escolha. Que a atitude de indiferença seja algo cada vez mais raro nas nossas vidas, e não algo tão natural. Há um preço a pagar pela defesa da justiça. Que todos estejam dispostos a pagar o preço!
O livro mais amado da história nos orienta: “Aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva”. O texto não fala da sobrevivência do mais forte, mas sim, no amparo aos mais fracos. Na grande maioria das vezes, a injustiça se revela na vida de pessoas que não possuem condições de se defender. Se você pode fazer alguma coisa para amenizar a dor de alguém não espere que outro faça o que podes fazer.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Trabalho de Sociologia

No primeiro ano do curso de Administração de Empresas aconteceu um fato comigo que gostaria de partilhar com o leitor. Logo no primeiro semestre do curso a disciplina de Sociologia era dada as segundas-feiras. O professor, desde o inicio, demonstrou ser muito rigoroso, além de ter uma visão ateísta. Já nas primeiras aulas, a turma foi dividida em grupos de cinco pessoas. Houve um sorteio para distribuir os temas que deveriam ser abordados. O meu grupo ficou responsável por apresentar um trabalho sobre o Iluminismo. No século XVIII, os filósofos iluministas afirmavam que a razão guiaria o homem para a sabedoria, conduzindo-o à verdade. Assim, a razão era a fonte de todo o conhecimento. Para os cristãos, a fonte de sabedoria é Deus e a Sua Palavra. Creio que a escolha do tema foi providência divina, pois seria uma ótima oportunidade para falar sobre a fé em Deus. O trabalho deveria ser apresentado para toda a turma. O professor faria alguns questionamentos.
Reunimo-nos para montar a nossa apresentação. Sugeri que me deixassem para falar por último. Perguntaram pra mim o que eu falaria. Respondi que seria uma surpresa. Pedi que os colegas exaltassem o homem e suas incríveis invenções. Os colegas chegaram a ensaiar as suas falas. Enfim chegou o dia da nossa apresentação. Conforme tinha pedido, os colegas explanaram muito bem o tema. Pude ver nos olhos do professor um brilho especial toda vez que algum feito humano era mencionado. A minha fala foi à seguinte: Caro professor e demais colegas de turma, é inegável que vivemos na época da razão. O homem tem feito coisas extraordinárias. Gostaria de fazer algumas considerações. O Iluminismo afirmava que a razão libertaria o homem da opressão de seguir mitos e lendas. Creio que a tecnologia avançada e o conhecimento atingiram níveis nunca antes vistos por nenhum ser humano. Gostaria de fazer uma pergunta ao professor: Se estamos vivendo na época da razão por que é que o ser humano ainda se inclina em adoração a alguns animais, aos astros, e a outros seres humanos? Por que ele ainda não se libertou da crença religiosa?
O professor ficou muito surpreso com as minhas palavras. Creio que não esperava uma abordagem dessas. Sem dar uma resposta, ele perguntou qual era a minha explicação. Fiz a pergunta para o senhor- respondi. Vou falar o que penso. Olhei para a turma e disse as seguintes palavras.
Quando Deus criou o homem, deixou um espaço vazio no seu interior que só poderia ser preenchido com a Sua presença. Existimos para adorar. Desde os primórdios da humanidade, os homens têm adorado a uma divindade. Se rejeitarem o Deus criador do Bíblia, eles se curvam diante de qualquer coisa. No leito de morte, é muito bom saber que há alguém maior do que nós que nos ama incondicionalmente. A fé em Deus nos consola, nos traz esperança. É isso que penso.
Quando terminei a minha explanação, um colega levantou-se e disse: “Acho que você está certo. Nos momentos de dor, crer em Deus faz toda a diferença” Outro colega afirmou: “Você tem razão”. Vários colegas se pronunciaram. O professor ficou calado, não disse nenhuma palavra. O trabalho que apresentamos sobre o Iluminismo ficou famoso na universidade, inclusive em outras unidades. A minha turma ficou impressionada com os meus argumentos. Alguns vieram me perguntar como é que conseguia explicar o assunto daquele jeito. A minha resposta foi: Sou um homem temente a Deus e falar sobre o assunto é algo que me trás muito prazer. Os colegas passaram a me respeitar muito depois daquele dia. Até hoje não sei bem como dei aquela resposta, pois não tinha condições filosóficas de elaborá-la.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O celular perdido

Às vezes nos acontecem situações que fogem ao nosso controle e geram muita preocupação. Nem sempre acabam com final feliz. Mas eu passei por uma que terminou de forma inusitada. Eu estava trabalhando como carteiro no setor expresso (entrega de Sedex, malotes e encomendas). O volume de objetos era maior que a capacidade do baú da moto; a tampa do baú precisava ficar aberta para poder acomodar o máximo de objetos. Havia sempre a preocupação de perder alguma coisa.
Naquela manhã de verão, saí para a entrega. A distância a ser percorrida era enorme. Após entregar em vários bairros da periferia da cidade, eu tinha que entregar uma pequena caixa no bairro Jardim São João. Para cortar caminho e poder chegar mais rápido ao endereço de entrega, fiz um percurso diferente do que estava acostumado. Cheguei ao local e entreguei a encomenda. Faltava entregar apenas alguns objetos para terminar a entrega. Ao chegar ao local de outra entrega, surpreendi-me com a falta de um Sedex que constava na LOEC (lista de entrega). Fiquei desesperado, pois a responsabilidade era minha. Refiz todo o trajeto anterior em busca da caixa perdida.
Em uma rua sem asfalto, num bairro afastado, encontrei a caixa jogada no chão; ela estava aberta e o seu conteúdo ao lado. Quando vi aquela cena fiquei muito preocupado. O pior ainda estava por vir. Ao recolher a caixa danificada e o objeto, pude perceber que se tratava de um celular, a tela do celular estava toda manchada de preto, imaginei que fosse por causa da queda.
Retornei à agência e comuniquei ao supervisor o que havia acontecido. Jamais esquecerei a sua frase:
-Olha Alci, se o objeto foi danificado, você vai ter que pagá-lo ao cliente.
A minha situação financeira não permitia que eu arcasse com nenhuma outra despesa. Fui aconselhado a tentar efetuar a entrega e negociar com o cliente. Ao chegar ao local da entrega, fui recebido por um senhor muito alegre, e antes que eu falasse qualquer coisa, ele afirmou:
- Até que enfim chegou o meu celular. Olha carteiro, o meu amigo me mandou esse celular, pena que a tela está estragada, mas vou arrumar.
Que alivio! Não disse nenhuma palavra, mas o meu coração estava radiante. O celular já tinha sido postado daqule jeito. Que final feliz. É claro que depois desse incidente, redobrei a atenção para que situações como essa não acontecessem mais.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tipo protetor

Estou lendo um livro muito interessante. O escritor Mario Fedeli na sua obra Temperamento, Caráter e Personalidade, nas páginas 248-250 aborda a dominação e dependência nas relações inter-humanas. Dentre os tipos da categoria de dominação mencionados por ele gostaria de destacar o Tipo Protetor. Mario Fedeli argumenta que: "Nem sempre a dominação assume tons de violência ou de coação física ou moral. No relacionamento dos pais com os filhos, por exemplo, "a atitude de dominação e de posse- escreveu Fromm- em geral é disfarçado por algo que parece zelo natural ou sentimento de proteção da criança. O filho é colocado em uma gaiola de ouro; pode pedir tudo, desde que não saia da gaiola".
A mesma modalidade, docemente opressiva, pode ser encontrada também fora da relação pais-filhos.
A tendência a ajudar o próximo e a encarnar a figura do benfeitor( do "bom samaritano") nem sempre é apoiada no verdadeiro amor, no desinteresse, no puro espírito humanitário, na ânsia de corrigir ou reparar as injustiças do mundo. Mesmo prescindindo dos grandes componentes narcisistas que animam a ação de alguns benfeitores, devemos considerar outro aspecto: a tendência a querer impor, junto com a ajuda e a proteção, também a própria maneira de ver as próprias ideias, a própria moral. No fundo, a necessidade de proteger abriga outra necessidade, a de "educar", de "controlar", de modificar a personalidade do protegido, de violar a sua individualidade.
Desliza-se, então, para uma forma particular de autoritarismo, um autoritarismo muito velado, suave e solícito, do tipo "paterno", mas, no fundo, igualmente opressivo e sufocante.
Trata-se de pessoas auto-suficientes, autoritárias, que acham que receberam a missão de ajudar, consideram como um filho o objeto da sua proteção. Essas pessoas chegam ao paroxismo masoquista de sacrificar-se para servir, explorando esse comportamento para exercer vigilância tirânica sobre seus "protegidos". Tal estrutura da personalidade encontra-se sobretudo em mães, sogras, religiosos.
A atitude descrita é'comum a homens e mulheres, e poderíamos chamá-la de "complexo de dona Praxedes", pois evoca o personagem descrito por Manzoni: "Dona Praxedes era uma velha senhora, muito devotada a fazer o bem, ofício que certamente está entre os mais dignos que o homem possa exercer, mas que por excesso de zelo também pode causar danos, como todos os demais. Para fazer o bem, antes de tudo é preciso conhecê-lo, e, como tantas outras coisas, não podemos conhecê-lo a não ser misturado às nossas paixões, por meio dos nossos juízos, com as nossas ideias que nem sempre estão no lugar certo. Assim, acontecia de ela ou propor como bem algo que não era, ou de tomar como instrumentos adequados coisas que só conseguiam fazer prosperar a parte exatamente oposta. Dona Praxedes, sempre desejosa de "consertar cabeças, de colocar os outros no bom caminho", dedicava-se inteiramente "a dar uma mão para a vontade divina; mas cometia um erro fatal: tomar por céu o que era apenas a sua própria cabeça''( Promessi Sposi,cap.25)"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Artigo publicado pelos Correios

A Diretoria Regional dos Correios no Mato Grosso do Sul edita semanalmente um boletim informativo chamado "InformativoMS". Na edição desta semana foi publicado um artigo de minha autoria: Compre óculos novos.

domingo, 19 de setembro de 2010

A sorte de vivenciar algo especial

No ano de 1994 eu trabalhava na empresa Comercial Ferreira Santos, localizada na Marginal do Tietê no estado de São Paulo. Como morava em Guaianazes- na região da zona leste, era preciso pegar o trem com destino ao bairro do Brás, descer na estação Tatuapé e pegar um ônibus. O percurso era o mesmo todos os dias. Por cerca de três anos segui essa rotina.
Num certo dia, o ônibus em que estava parou por causa de uma grande movimentação de carros e pessoas. O motorista avisou a todos os passageiros que a viajem não poderia continuar, pois não havia como transitar pela Marginal do Tietê. O jeito era descer do ônibus e seguir a pé até o trabalho. Fiquei impressionado com o grande movimento de pessoas. Ao olhar para o céu percebi que helicópteros sobrevoavam o local. Ao olhar para o lado notei que algumas pessoas estavam chorando. O que estaria acontecendo para tamanha comoção? Eu não tinha a mínima ideia do por que de tudo aquilo.
Comecei a caminhar em direção ao meu trabalho. Algumas pessoas começaram a correr. Eu estava bem perto da pista quando avistei um caminhão do corpo de bombeiros se aproximando. Um rapaz que estava perto de mim me disse que aquele caminhão estava transportando o caixão com o corpo do piloto Airton Senna. Quando o veiculo passou ao meu lado, estiquei o braço e consegui segurar por um instante a bandeira que cobria o caixão.
Naquele momento eu não tinha ideia de que ao tocar naquela bandeira estaria fazendo parte da história. Confesso que nunca fui fã de Formula 1, mas sempre fui fã de Airton Senna. Tive a honra de tocar na bandeira que cobria o seu caixão. O seu exemplo de vida sempre foi fonte de inspiração para mim. Por sorte, eu estava sem querer, no local certo, na hora certa e no dia certo. Um momento que entrou para a história.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma noite "inesquecível"

No dia 31 de dezembro de 1998, a minha família estava reunida para passar o réveillon numa chácara a alguns quilômetros da cidade de Ponta Porã, tudo estava bem até eu começar a passar mal; comecei a sentir fortes dores renais, seguidas de vomito. Fui levado ao hospital e, após consulta médica, fui internado. Quando chegou o momento da virada do ano, eu estava em cima de uma cama me debatendo em conseqüência das fortes dores, minha noiva segurava a minha mão.
Algumas cenas ficam gravadas na nossa memória, é impossível esquecê-las. As cenas daquela longa noite nunca serão esquecidas. O momento em que todos os funcionários se abraçavam alegremente comemorando a chegada de mais um ano e os fogos de artifício quebravam o silêncio da noite o clima de alegria tomava conta dos funcionários do hospital, era uma alegria que eu não sentia. É muito difícil ter o semblante alegre diante da dor intensa.
A única coisa boa naquela noite era a presença da minha noiva. As dores persistiram por várias horas. Eu me debatia muito. Recordo que a Leonora (minha noiva) segurava a minha mão com força. O seu olhar era cheio de compaixão, algumas lágrimas escorriam pela sua face. Às vésperas do casamento acontece algo assim, não era o que esperávamos que acontecesse conosco. Nos momentos difíceis da vida, é muito bom ter ao nosso lado as pessoas que amamos, é mais fácil enfrentar as dificuldades. Passei aquela noite acordado; uma noite que parecia não ter fim.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A força de um vício

Comecei a freqüentar os cinemas do centro de São Paulo na minha juventude. O meu lugar favorito era o Cine Marabá. Deixei de alugar muitos filmes e passei a gastar parte do meu salário em ingressos de cinema. Eu saia de casa no sábado pela manhã e só voltava à noite. No domingo era a mesma coisa. Alguns filmes especiais eu assistia na estréia, na sexta-feira. O amor pela sétima arte crescia a cada dia. Passei a comprar a revista Set Cinema e Vídeo. Todos os meses eu lia todas as matérias para saber as últimas novidades do mundo do cinema.
Por incrível que pareça, cheguei a pagar ingresso apenas para poder assistir a trailer de futuros lançamentos. Eu acompanhava tudo o que se relacionava a filmes. Toda sexta-feira, comprava jornais para recortar as matérias sobre os lançamentos do dia. Adquiri uma pasta para arquivar todos os recortes.
Na minha juventude, o cinema foi o meu maior amigo. Eu me desligava totalmente do mundo quando estava assistindo. Nada me dava mais prazer do que viajar nas histórias dramatizadas na tela. Conheci todos os cinemas da capital paulista. Cheguei a assistir a todos os filmes em cartaz em determinado período. Não havia preferência por nenhum gênero, qualquer filme servia.
Na sala de cinema impera o silêncio, não é preciso conversar com ninguém. Como tinha muita dificuldade para fazer novas amizades, o cinema foi o meu refugio da solidão. A minha mãe não se opunha, pois o seu medo era de que eu me envolvesse com a criminalidade. Na sua mente, o cinema era um lugar seguro para o seu filho.
Perambulando pelo centro de São Paulo, parei em frente a uma banca de revistas usadas e perguntei se havia alguma revista Set Cinema e Vídeo antiga. Para a minha alegria, a banca tinha várias revistas. Comprei todas. A partir desse dia, comecei a percorrer várias bancas em busca das revistas que me faltavam para completar a coleção. O meu objetivo era adquirir todas as edições da revista. O valor de cada exemplar custava bem mais do que uma edição atual. Gastei somas consideráveis com futilidades como essa. Deixava de comprar roupas para poder comprar as revistas. Por vários anos agi assim. Se alguém criticava o meu hábito de comprar revistas sobre cinema, eu ficava muito nervoso. A minha família aprendeu a não tentar modificar o meu comportamento.
Quando estamos presos a hábitos tão arraigados, não conseguimos agir com a razão. Muitos deixam de comer para poder sustentar o seu vício. Hoje posso discernir claramente que fui viciado por muitos anos. O meu vício não era o uso de drogas ilegais, mas a minha mente foi afetada. Depois de tantos anos assistindo a qualquer filme sem nenhum critério, posso ver que agi com imprudência. A diversão de alguém não pode se restringir unicamente a ver filmes. Há inúmeras outras coisas que podem proporcionar lazer e diversão. O isolamento nunca é saudável. Conviver com pessoas é muito melhor do que desfrutar do “escurinho do cinema”.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um exemplo de baixa auto-estima

Quando tinha 9 anos recebi um convite para passar as férias escolares na casa da minha irmã Leuziva, naquela época ela morava na cidade de Ponta Porã. Aceitei o convite e fui. Sempre tive uma forte ligação com essa irmã. A recepção foi calorosa.
Na minha casa, a comida era escassa. Em certas ocasiões, minha mãe dividia a comida do seu prato em três partes; uma pra mim, outra para a minha irmã Lucia e a última para o Lorival. Só assim para que pudéssemos comer um pouco mais. Como éramos pessoas humildes e sem muita etiqueta, a forma de pegar o garfo com as mãos para comer revelava a nossa simplicidade.
Na minha mente infantil, eu achava a minha irmã muito rica. Até quarto de hospede tinha na sua residência. Diferentemente da minha realidade, na sua casa tinha até lanche da tarde. Um luxo! Na cozinha, muitas frutas frescas.
Na primeira manhã que passei ali tive uma surpresa. O desjejum estava pronto. Uma linda mesa estava repleta de comida. Havia: leite, cereais, bolachas recheadas, frutas, bolos, pães e geléia. Nunca tinha visto nada igual. A minha irmã me disse para ficar a vontade e comer do que quisesse, mas até para comer eu tinha vergonha. Tantas coisas gostosas a disposição, bastava estender as mãos e pegar, mas alguma coisa me impedia.
O almoço foi servido, tudo muito saboroso. Nunca tinha visto uns talheres como aqueles. Eram lindos! A mesa estava repleta. Ao lado dos pratos foram colocados o garfo e a faca. Eu não sabia comer de garfo e faca como eles. E agora? Sei que eles não tiveram culpa alguma, mas me deu uma vergonha terrível de comer.
No restante dos dias em que passei com eles a minha vergonha de comer aumentava. Lembro-me de ter inventado que não estava com fome apenas para não sentar-me junto à mesa. Após todos terminarem é que comia alguma coisa. A minha irmã procurou me deixar bem à vontade na sua casa, o problema era que eu não me sentia a vontade de jeito nenhum.
Ao voltar para casa, comecei a treinar como pegar um garfo e faca com etiqueta. O importante é comer, não importa a forma como alguém manuseia um garfo, mas a sociedade implantou certas regras de como fazer isso de forma elegante. As pessoas mais simples não se importam com nada disso. Para elas o mais importante é ter o que comer. Os utensílios e a forma como são usados para isso são totalmente irrelevantes. Tenho plena convicção de que a família da minha irmã não se importava com a forma como eu segurava um garfo e faca, o problema era a minha visão a respeito de mim mesmo.

domingo, 12 de setembro de 2010

Lembranças da infância

No ano de 1984 minha familia mudou-se para a cidade de Coronel Sapucaia. A viagem foi muito cansativa. Os poucos bens que possuíamos estavam dentro do velho caminhão que o meu pai possuía. Por alguma razão que desconheço o Paraíba (apelido do meu pai) sempre gostou de trabalhar como borracheiro e caminhoneiro.
Depois de nos instalarmos na nova casa, meu pai montou uma borracharia numa região cercada de madeireiras. Muitos caminhões passavam por ali. A cidade era pequena, mas o fluxo de veículos pesados era grande. Não tínhamos (eu e meu irmão) muito tempo livre, pois num período do dia estudávamos e no outro trabalhávamos na borracharia. Quando sobrava um tempinho, íamos jogar bola num campinho que ficava perto de casa. Apesar de ser um menino franzino e muito doente, nunca tive nenhum privilégio por isso. Meu pai filosofava que o homem deve trabalhar desde pequeno para não virar vagabundo. Na maior parte do tempo, eu e meu irmão é que tomava conta do negócio (consertar pneus de veículos). Um trabalho muito pesado para crianças desempenharem. A alimentação precisava ser reforçada, mas...
A vida estava cada vez mais difícil para nós. Sempre faltava comida. A euforia só vinha quando algum conhecido nos convidava para visitar alguma chácara da região. Por que a euforia? Por que haveria a chance de trazer alguma coisa de comer para casa.
Os carros que o meu pai comprava eram velhos, barulhentos e sempre quebravam. Na época, o veiculo da família era um Corcel em péssimo estado de conservação. Recebemos um convite para visitar um amigo do meu pai que morava a alguns quilômetros da cidade. Em hipótese alguma, um convite como esse era rejeitado. Lá fomos nós para a chácara, na volta, o carro veio repleto de: melancia, milho, laranja, banana entre outras coisas. A fartura enfim tinha chegado a minha casa. Um fato raro durante toda a minha infância e juventude. Normalmente, o cardápio consistia de arroz, feijão (quando tinha), bolinho de trigo, de vez em quando um ovo cozido ou frito e pés de galinha fritos.
A falta de comida foi ficando cada vez pior. Certo dia, não havia quase nada para cozinhar para o almoço, qual não foi a nossa surpresa ao receber do nosso pai um saco (mais de 10 quilos) cheio de feijão. Talvez você esteja pensando; até que enfim uma boa noticia! Ao abrir a boca do saco constatamos que o feijão estava cheio de bichos, além de estar exalando um forte odor. A minha mãe protestou muito sobre a qualidade do feijão, mas, ou ela cozinhava, ou não teríamos o que comer naquele dia. Penso que aquele feijão ia ser jogado fora por alguém e o meu pai pediu. Não sei o que ele falou, mas com certeza inventou alguma história. Só restava a minha mãe cozinhar aquele feijão e foi isso mesmo o que ela fez por vários dias. Comemos feijão estragado até que o saco se esvaziasse.
Quando há a necessidade nos sujeitamos a fazer coisas das quais não gostaríamos. A fome é terrível, só quem a sentiu é que pode entender perfeitamente o que estou afirmando. Hoje, fico horrorizado ao relembrar histórias como essa. Infelizmente, essa realidade ainda está presente em milhões de lares espalhados pelo país. A alimentação é indispensável para a sobrevivência da espécie humana, mas existe ainda muito que se fazer nesse sentido. A fome tem ceifado a vida de milhares de pessoas. Felizes são os que ainda têm alguma coisa para servir aos seus filhos.

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma data especial

No mês de agosto de 2009 resolvi criar um blog na internet. Inicialmente, não tinha nenhuma ideia sobre o que escreveria e muito sobre o título da minha página na grande rede. Sem ter experiência como escritor encarei o desafio mesmo assim. Depois de pensar muito cheguei a conclusão de que o título do meu blog deveria ser "Pensamentos de um carteiro". Comecei a postar alguns textos sem muitas pretensões. Para a minha surpresa, muitos internautas passaram a acessá-los.
É com muita alegria que comunico que após um ano mantendo o blog na rede tenho mais de 12.000 acessos. Nunca pensei que tantas pessoas das mais diversas regiões do pais acompanhariam o meu trabalho. Gostaria de aproveitar a oportunidade e agradecer a você amigo internauta.
Sempre procurei escrever textos que valorizam a vida e enaltecem o valor de cada ser humano. Creio que tenho conseguido atingir o meu objetivo. Obrigado pelo carinho demonstrado através dos vários comentários postados. Tenha a certeza de que continuarei firme na defesa das minhas convicções. Continue acompanhando o meu blog!
Se quiser entrar em contato comigo é só enviar um e-mail para: alcimassa@ibest.com.br

Acreditar e agir

Se fizéssemos uma pesquisa para descobrir o nível de satisfação das pessoas com as suas vidas não nos surpreenderíamos com o resultado. A maioria delas diria que gostaria que a sua vida fosse diferente. Por incrível que pareça somos seres eternamente inconformados, sempre almejamos algo que nem ao menos sabemos definir bem o que é. O ser humano tem um apetite feroz por conquistas. Os grandes feitos da humanidade foram motivados por indivíduos que estavam dispostos a agir baseado na sua vontade de inovar. Temos que reconhecer e homenagear tais pessoas. Quando lemos a biografia de alguns deles ficamos boquiabertos com tamanha dedicação e perseverança.
Talvez você esteja pensando, o que tudo isso tem a ver comigo? Bom, se você faz parte daqueles que almejam uma vida totalmente diferente é preciso ficar atento ao que vou te dizer. Já parou para pensar por que é que na sua vida tudo está do mesmo jeito que sempre esteve? Parece que nada de novo acontece. Ao olhar ao redor é possível perceber que muitas pessoas estão progredindo, mas você continua na mesma. Infelizmente, algumas pessoas frustradas com a própria vida começam a ter no seu coração o sentimento de inveja das conquistas alheias. O fato é que a felicidade do outro incomoda muito, pois revela a infelicidade pessoal de forma cristalina. Na verdade, não há como saber os detalhes de como ou o que o outro faz para trazer resultados tão positivos, mas duas coisas são fáceis de perceber: O acreditar e o agir.
A fé e a ação estão intimamente interligadas. Mesmo que a sua realidade atual seja desanimadora é preciso que você passe urgentemente a acreditar que uma nova realidade é possível de acontecer, mas de nada adiante acreditar se você não estiver disposto a agir com base na sua fé.
Um viajante caminhava às margens de um grande lago. Ao ver um canoeiro preparando-se para zarpar, puxou conversa com ele e descobriu que seus destinos eram o mesmo: a outra margem do lago. Pediu uma carona, propondo-se a ser o remador.Entrou na canoa, pegou os remos de madeira e reparou que neles estavam esculpidas duas palavras: ACREDITAR e AGIR.
Ele nunca tinha remado antes, e rapidamente descobriu que não é tão fácil quanto parece. A canoa ficava navegando em círculos, ora para a esquerda, ora para a direita. O dono da canoa, um idoso muito simpático, procurava não ser grosseiro, mas não podia conter o sorriso. Por fim, já cansado, o viajante pede ajuda:
- Por favor, senhor, como é que eu faço para esta canoa ir só para frente?
O canoeiro respondeu:
- A resposta está nos remos. O Acreditar e o Agir têm que ser impulsionados ao mesmo tempo e com a mesma força.
Em vez de continuar se lamentando que tal começar a seguir o conselho do canoeiro. Para desfrutar de uma vida plena de gozo você precisa impulsionar ao mesmo e com a mesma força O acreditar e o agir. Que fique bem claro que uma vida cheia se realizações não se limita a conquista de bens materiais, há inúmeras outras coisas muito mais valiosas, como por exemplo: a paz interior, amigos verdadeiros, o bom humor, o otimismo, a fé em Deus e em si mesmo.
Faça um teste para descobrir por si mesmo se o conselho é verdadeiro. Bons conselhos não devem ser desperdiçados. Pense nisso!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Saia da indiferença!

Abraão Lincoln enfrentava uma grave crise. Por décadas, a escravidão era discutida na América. A Constituinte saíra pela tangente. O Compromisso de Missouri, de 1820, preservara algum equilíbrio entre Estados livres e escravagistas, mas o assunto não podia continuar sendo ignorado. Os estados do sul pareciam estar prontos para separar-se. Argumentavam que sua economia e seu estilo de vida dependiam de mão-de-obra escrava.
E Lincoln desejava preservar a nação. Ele era um conciliador. Fez tudo para evitar que o país se dividisse. Certa vez disse: "Se a escravidão não for um erro, nada mais é errado. Nunca pensei ou senti de outro modo".
Para Lincoln, não era certo que seres humanos se apossassem de outros seres humanos. Apesar dos muitos opositores, da ligação da economia ao trabalho escravo, ou das ameaças feitas, a escravidão estava errada.
No dia 1 de janeiro de 1863, Abraão Lincoln finalmente proclamou a emancipação, numa declaração simbólica que preparou o caminho para a liberdade. Lincoln enfrentou a crise e tomou uma posição. E a nação norte-americana deu um passo para tornar-se a terra da liberdade.
Para muitas pessoas, não existe o certo ou errado, acreditam que tudo é relativo, depende da preferência pessoal e dos interesses particulares. Poucos são os que têm dúvidas sobre a maneira certa de agir. Além de saber o que é certo, é preciso praticar o que a nossa consciência nos orienta a fazer. A indiferença é algo comum. Muitas pessoas pensam que é melhor não se envolver. Quantas vidas não seriam poupadas do sofrimento se apenas alguém se importasse. A luta pela justiça deveria ser algo muito natural, mas infelizmente, o que vemos são pessoas alheias aos problemas dos outros. O pensamento é que se não for comigo então está tudo bem, o outro que se vire sozinho.
Tomar uma posição e sair da indiferença tem um preço. Se preocupar com o bem estar de outra pessoa requer um sentimento genuíno de compaixão.
Reflita por um instante na frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”. Num trecho do seu discurso feito no Senado Federal, Rui Barbosa sabiamente afirmou: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
Abraão Lincoln estava disposto a pagar o preço pela sua decisão a favor da liberdade, por isso, ele fez a escolha de agir na defesa da justiça. Todos precisam em algum momento da vida fazer a sua própria escolha. Que o sentimento de indiferença seja cada vez mais raro, e não algo tão natural. Há um preço a pagar pela defesa da justiça. Que todos estejam dispostos a pagar o preço!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Compre óculos novos

Tenho uma filhinha de seis anos muito esperta. Gosto muito de conversar com ela, pois os seus comentários são muito espirituosos. Num certo domingo estávamos conversando sobre vários assuntos, de repente, ela soltou uma das suas pérolas. A minha reação a sua frase teve dois estágios:
1. O riso
2. A reflexão
A nossa conversa foi à seguinte:
-Pai, o senhor compra um óculo novo pra mim?
-A sua mãe já não te deu um de presente? Respondi.
-O que a mãe me deu eu perdi, por isso preciso de um novo.
-Aonde você perdeu o óculo?
Sem pensar muito, ela deu a resposta instantaneamente.
- Pai, quando se perde alguma coisa é porque não se sabe aonde foi que a perdeu, né!Sem poder me conter, comecei a rir. Obviamente que a minha pergunta era pouco inteligente. Nós rimos por alguns minutos da situação.
Apesar de toda a cena ser um pouco cômica, gostaria de fazer um paralelo entre a resposta da minha filha e a nossa atitude diante da vida. A frase “quando se perde alguma coisa é porque não se sabe aonde foi que a perdeu” me revelou algo que até então era desconhecido pra mim. Não foram poucas às vezes em que perdi a alegria de viver, a fé, o domínio próprio, a generosidade, o amor, a misericórdia, o prazer pelas pequenas coisas. Quando se perde coisas valiosas como essas normalmente não se sabe como foi que a perda aconteceu. A depressão chega sem que nos demos conta. O mau humor muda a nossa fisionomia sem que percebamos. O pessimismo pode atrapalhar os nossos sonhos. Todas essas coisas acontecem porque perdemos algo precioso e não sabemos como encontrá-lo.
Como seria maravilhoso se tivéssemos óculos especiais para poder enxergar a nossa realidade em todos os seus detalhes. Tenho a certeza de que se houvesse alguém vendendo tais óculos, a fila de espera para comprá-lo seria enorme. Estamos vivendo apressados e sem tempo para fazer uma reflexão sobre a nossa própria existência. De certa forma estamos conformados com a vida que levamos sem ao menos tentar de alguma maneira melhorá-la. Apesar de não existir óculos mágicos, podemos tomar certas atitudes que nos ajudarão a recuperar coisas valiosas que perdemos ao longo dos anos.
Certa lenda conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação.
De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água.
A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: - Como você fez isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!
Nesse instante apareceu um ancião e disse:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Como?
O ancião respondeu:
- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não poderia fazer!
Mesmo que você ouça de alguém que é melhor se conformar e aceitar a vida como ela é, eu te digo que é possível transformá-la totalmente. Hoje você pode tomar a decisão de recuperar os “tesouros” perdidos ao longo do tempo. Pare de ouvir e acreditar que isso é impossível. Não estou dizendo que será fácil, mas é a melhor coisa que você pode fazer. De nada adiantará o querer mudar se primeiro não acreditares que é possível.
"SE PODES IMAGINAR, PODES CONSEGUIR" (Albert Einsten)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência do Brasil

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.
Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de
Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."
O processo de independência
Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.
Pós Independência
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-
colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a
escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Artigo publicado

O Jornal Regional publicou nesta segunda-feira o artigo "O especialista" de minha autoria.

domingo, 5 de setembro de 2010

Por que fazemos o que fazemos

O autor Edward L.Deci no livro "Por que fazemos o que fazemos" aborda um assunto de extrema importância para pais e educadores. Especificamente na página 98 vemos que muitas vezes a nossa visão é deficiente e limitada pela percepção que temos da realidade. O texto é muito esclarecedor e pode auxiliar na árdua tarefa de educar.
"Até quando vamos olhar para as crianças e ver que elas estão obedientemente fazendo suas tarefas escolares, domésticas ou qualquer outra? "Ah", dizemos a nós mesmos, "elas estão altamente motivadas", e pensamos que está tudo bem. Mas talvez devêssemos dar uma outra olhada e perguntar a nós mesmos se elas estão realmente fazendo por vontade própria, ou com um senso de endosso pessoal. Se elas estiverem mesmo, então provavelmente tudo está bem. Mas elas podem, contrariamente, estar introjetadas, trabalhando muito por acharem que devem e que obterão aprovação ao fazê-lo. Se este for o caso, estas crianças podem estar feridas por dentro. A pressão interna para ter um bom desempenho que pode parecer tão boa à primeira vista, terá um custo significativo.
O conformismo dessas crianças pode trabalhar contra elas de várias maneiras. É claro que à elas faltará a vitalidade e o entusiasmo que fazem da escola uma experiência alegre, mas um resultado ainda mais lamentável é que os torna focalizados em tentar agradar aos outros ao invés de descobrir o que é certo para si mesmas. Além disso, na sala de aula, esses alunos quietos e obedientes são geralmente considerados alunos modelos, sendo então ignorados, pois por serem bem sucedidos não precisam de muita atenção. Já os que são barulhentos e desafiadores, ao contrário, ganham uma grande dose de atenção. Pode ser muito triste o fato de esses alunos tão obedientes demandarem tão pouca atenção, pois os sentimentos que podem estar contidos neles, sentimentos de inadequação, por exemplo, merecem muita preocupação. Esses sentimentos podem facilmente resultar de uma internalização parcial, de introjeção ao invés de integração, pois quando as pessoas introjetam regras e avaliações, elas geralmente sentem que não podem cumpri-las não importa o quanto tentem".

sábado, 4 de setembro de 2010

O que é uma fábula?

De acordo com a Enciclopédia Wikipédia: "fábula é uma história narrativa que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por um escravo chamado Esopo, que viveu no século 6º. a.C., na Grécia antiga. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano. Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho etc. É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.
A fábula já era cultivada entre assírios e babilônios, no entanto foi o grego
Esopo quem consagrou o gênero. La Fontaine foi outro grande fabulista, imprimindo à fábula grande refinamento. George Orwell, com sua Revolução dos Bichos (Animal Farm), compôs uma fábula (embora em um sentido mais amplo e de sátira política)". As crianças são as que mais apreciam as fábulas, pois as histórias sempre envolve animais que falam. A fábula é uma ótima ferramenta para ensinar princípios morais para os pequenos.
A fábula a seguir é de autoria de Esopo é intitula-se "O leão e o rato". A narrativa é simples, porém rica em ensinamentos.
Um Leão foi acordado por um Rato que passou correndo sobre seu rosto. Com um salto ágil ele o capturou e estava pronto para matá-lo, quando o Rato suplicou: "Se o senhor poupasse minha vida, tenho certeza que poderia um dia retribuir sua bondade." O Leão deu uma gargalhada de desprezo e o soltou. Aconteceu que pouco depois disso o Leão foi capturado por caçadores, que o amarraram com fortes cordas no chão. O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou, roeu as cordas, e libertou-o dizendo: "O senhor achou ridículo a ideia de que eu jamais seria capaz de ajuda-lo, nunca esperava receber de mim qualquer compensação pelo seu favor; Mas agora sabe que é possível mesmo a um Rato conceber um favor a um poderoso Leão."
Moral da História: Os pequenos amigos podem se revelar grandes aliados

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Artigo publicado

O blog da UPER- União Pontaporanense de estudantes e região publicou no dia 30/08/10 o artigo de minha autoria "Vote em mim".

Evolução da tecnologia da informação

Segundo Murphy (2002), a evolução da TI (tecnologia da informação) pode dividida em quatro períodos. O período I é caracterizado pelo processo de automação, controle de custo e busca pela eficiência operacional. Neste período, a TI é utilizada para automatizar os negócios e funções organizacionais específicas, principalmente aquelas envolvendo grandes volumes e tarefas repetitivas. O relacionamento entre a organização e a TI era caracterizado por uma distância e quase nenhum processo de interação. Os custos de desenvolver e manter os sistemas de informação eram pouco rigorosos, embora empresas que tinham sistemas financeiros sofisticados já atribuíam os custos aos prováveis benefícios relacionados a custos diretos e indiretos. O período II é caracterizado pela produtividade e a descentralização de atividades de tomada de ação para os usuários. Neste período, o fato relevante é a grande disseminação de computadores pessoais para várias áreas da empresa, o que levou a um aumento de capacidade de processamento, soluções elaboradas pelos usuários, diminuição do preço de softwares, sistemas definidos pelos usuários, informações melhores e mais rápidas e a mobilidade das pessoas. O período III é caracterizado pelos novos modelos de negócio interno, ou seja uma abordagem de redesenho dos processos de negócio de forma a se adequar as aplicações de TI. As implicações para as aplicações de TI eram muitas e visavam principalmente rapidez e flexibilidade. Para atender a estes objetivos as aplicações buscavam a integração de todos os processos de negócio de forma a permitir que os sistemas implantados atendem-se à demanda da empresa. Embora muitas empresas adotaram os modelos de sistemas integrados, os benefícios reais desta utilização não foram constatados por muitas delas. O período IV é caracterizado por novos modelos de negócio externo, ou seja, modelos que atendam as necessidades de toda a cadeia de valor envolvida no negócio da empresa. Entre os aspectos mais importantes estão o número crescente de grupos de clientes que precisam ser atendidos, o aumento de canais de distribuição e marketing, o ambiente altamente competitivo com ênfase em tempo e velocidade e utilização ampla de tecnologia, o ambiente digital e o aumento de relacionamento com terceiros.