domingo, 23 de dezembro de 2012

Mundo ingrato

Como você se sentiria se estivesse voltando para casa, uma noite, e dois bandidos obrigassem você a parar o carro, descer, entregar o veiculo e todos os objetos de valor? Imagine seu carro, comprado através de um financiamento, com todas as parcelas ainda para pagar, todas as compras no porta-malas, seus documentos. A única coisa que pode passar pela sua cabeça é o total desespero diante dessa hipotética situação. Agora, imagine, na hora em que eles estão nervosos, gritando, ameaçando a sua família que está no carro, passa três viaturas da policia, exatamente ali. Os policiais vêem tudo o que esta acontecendo, mas só uma viatura para. O policial que esta dentro dela, sozinho, enfrenta os bandidos, que, desaparecem em segundos, sem levar absolutamente nada. Qual seria sua atitude com aquele policial? Como você se sentiria sabendo que ele salvou você, seu carro, suas coisas e especialmente sua vida e da sua família? 
Basicamente há duas opções de reações:
  • Ele não fez mais do que a obrigação, por isso, não lhe devo nada!
  • Ele enfrentou o perigo para me salvar, por isso, serei eternamente grato.
O dicionário Aurélio define a palavra ingrato como: que não é grato, que não reconhece os benefícios recebidos. Uma pessoa ingrata sempre irá reagir como no primeiro exemplo citado, por outro lado, uma pessoa grata reagirá como no segundo exemplo. 
O espírito de gratidão não está muito na moda hoje em dia. Vivemos na era do individualismo exagerado. Os interesses individuais muitas vezes estão bem acima dos interesses coletivos e isso trás algumas consequências negativas. Talvez você já tenha ouvido a seguinte frase: “Não devo nada para ninguém”. Será mesmo que nunca devemos nada para ninguém? Na nossa vida nunca fomos ajudados? Nos momentos de dor pelos quais cada um de nós passa de vez em quando ninguém ofereceu um ombro amigo?  A auto-suficiência transmite à falsa ideia de que não precisamos de ninguém e de que com as nossas próprias forças podemos resolver qualquer dificuldade. Nesse mundo ninguém é uma ilha, por isso, não se iluda achando que sozinho você conseguirá se sentir plenamente realizado.      
Quanta gente é ajudada nos momentos difíceis da vida e logo que a situação melhora se esquecem completamente das mãos que as ajudaram? Uma pessoa ingrata dificilmente reconhece que o seu sucesso foi conquistado com a ajuda de outras pessoas e não unicamente pelo seu QI acima da média, da sua perseverança ou do seu profissionalismo.
O espírito da ingratidão está espalhado por todos os lugares: nas famílias, escolas, igrejas, empresas, instituições públicas e etc. Nas relações humanas o mal da ingratidão é facilmente percebido e os seus efeitos negativos são permanentes. Veja o caso de um filho que foi criado com todo o amor e carinho e que quando adulto abandona os seus pais já idosos achando que eles dão muito trabalho e gastos excessivos. Todas as dificuldades que passaram para criar os seus filhos não são reconhecidas e muito menos valorizadas por causa da terrível ingratidão. 
Ao reconhecer a ajuda que recebemos estamos incentivando outras pessoas a continuar agindo em prol dos outros. Num mundo cada vez mais ingrato essa atitude pode fazer toda a diferença. Ao perceber que os nossos atos de bondade estão sendo valorizados sentimos um ânimo maior para continuar agindo como agentes do bem. O espírito da gratidão precisa contagiar o mundo inteiro. Faça parte desse movimento você também!

domingo, 16 de dezembro de 2012

O dia

Aquele dia surgiu como outro qualquer. Quando o sol foi despontando soberano no horizonte já havia muita gente nas suas atividades rotineiras. Era fácil ver mães arrumando o alimento para os seus filhos, outras se preparavam para começar os cansativos afazeres domésticos. Nas ruas o movimento aumentava a cada minuto. O burburinho das conversas ecoava por todos os lugares. Muitos trabalhadores saiam das suas casas para lutar mais uma vez pelo seu sustento. Os comerciantes faziam os últimos ajustes para abrir os seus estabelecimentos.

Nenhum morador da pequena Belém poderia imaginar que a partir daquele dia o nome da sua terra seria eternizado. A cidade não era importante pelo seu poderio econômico ou pela sua relevância cultural no cenário mundial da época. Aparentemente, nada de extraordinário iria acontecer naquele dia. Seria apenas mais um dia sem importância se não fosse por um pequeno detalhe. Apesar da maioria das pessoas daquela humilde cidade não saberem o que realmente estava acontecendo, naquele dia específico ocorreu o maior evento da historia humana.

Em meio a tantos nascimentos de bebês diariamente, um em especial marcou para sempre a vida humana. Por causa de um decreto político os pais do futuro bebê foram obrigados a ir se alistar na sua cidade natal Belém da Judéia. Estando eles ali, a mulher deu à luz o seu filho num lugar inadequado, pois não havia lugar para eles na hospedaria. A verdade é que aquele nascimento foi diferente de qualquer outro, até mesmo a gravidez foi miraculosa, sendo a mãe uma graciosa virgem quando engravidou. Seres celestiais foram enviados com uma mensagem poderosa: a criança seria chamada de Filho de Deus e teria a missão de salvar o povo dos seus pecados.

Era de se esperar que um bebê tão importante nascesse em meio ao conforto e homenagens de pessoas importantes da sociedade, mas não foi bem isso o que aconteceu. No lugar de um quarto confortável com um berço lindamente decorado para o seu filho, os pais o deitaram numa simples manjedoura. As primeiras pessoas que viram o bebê foram simples pastores. A única visita ilustre que recebeu foi de uns magos do Oriente. Foi presenteado por eles com: ouro, incenso e mirra. Os magos o adoraram reconhecendo na sua figura angelical a majestade de um verdadeiro rei.

Nasceu para ser rei, mas viveu de forma absolutamente simples, sem nunca exigir regalias. A humildade foi uma das suas características mais marcantes.

Com apenas doze anos assombrava os intelectuais da época com a sua inteligência e questionamentos cheios de sabedoria. Desde pequeno reconheceu que veio ao mundo com uma missão singular.

Ao começar a divulgar as suas ideias o povo ficou estarrecido ao ouvir os seus ensinos. Todos os rejeitados da sociedade sentiram pela primeira vez o que é se sentir amado e aceito. Curou as pessoas das dores físicas, emocionais e espirituais e ainda prometeu uma nova vida para todos aqueles que o seguissem. Além de amar incondicionalmente ainda fez milagres extraordinários que os olhos humanos nunca viram.

Todos aqueles que tiveram um encontro com ele tiveram suas vidas impactadas de tal forma que ninguém ficou indiferente, mesmo os que o rejeitaram foram de alguma maneira afetados pela sua nobreza nas palavras e ações.

Andou por todos os lugares espalhando a bondade e misericórdia. Mesmo sem ter feito nenhum mal foi condenado como o pior dos criminosos. Para os seus contemporâneos morreu de forma vergonhosa, mas o seu exemplo de vida e os seus ensinamentos têm mudado a vida de milhões de pessoas ao longo dos anos.

Ele fez afirmações tão estarrecedoras que os seus ouvintes ficaram boquiabertos com as suas incisivas palavras. Afirmou ser o enviado direto de Deus para salvar a humanidade dos seus pecados. Todas as pessoas deveriam depositar a sua fé nele para encontrar o perdão e a reconciliação com Deus.

O seu nome é tão poderoso que ao simplesmente mencioná-lo você terá uma única certeza- é impossível ficar indiferente. Que nome é esse? Jesus Cristo. Eis a verdadeira razão de comemorarmos o Natal.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Amor ilusório



O Brasil é um país extremamente religioso, vários credos convivem juntos numa diversidade religiosa impressionante. Dentre as várias religiões existentes a maior delas é o cristianismo com suas diversas ramificações. A cada dia surgem novas igrejas com nomes dos mais exóticos. Diante de tanta diversidade e das doutrinas tão divergentes há um pensamento comum a todas elas- o pensamento de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e por isso, todo homem, mulher e criança tem um valor intrínseco e inalienável como ser humano. Dentro dessa visão o cristão deveria libertar as pessoas de tudo que seja desumanizante.
Na teoria parece ser fácil se preocupar com as mazelas dos outros a ponto de se envolver pessoalmente, mas na prática isso raramente acontece. O discurso pode ser tão comovente a ponto de levar às lágrimas, mas só discursar com eloqüência não basta. Entre o mero discurso e a ação há um abismo que precisa ser transposto urgentemente. Centenas de livros já foram escritos sobre a importância de ajudar os mais necessitados, milhares de sermões foram pregados do púlpito de igrejas das mais diversas correntes religiosas ensinando o crente a amar o próximo como a si mesmo. O amor é exaltado como o maior dos dons. Líderes religiosos proclamam que o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é a essência da vontade de Deus para a humanidade. As palavras são belíssimas e momentaneamente toca os corações, infelizmente, logo a comoção vai embora e junto com ela todo o entusiasmo inicial de muitos ouvintes. 
Em qualquer igreja cristã que você visitar será fácil perceber que há tantas programações a serem feitas e as pessoas estão tão ocupadas com as suas diversas atividades religiosas que o que deveria ser o mais importante para a igreja (as pessoas) acaba ficando em segundo plano. Logicamente que ninguém é negligente com as necessidades alheias intencionalmente, mas por incrível que pareça, o religioso que tanto defende e exalta o amor desinteressado por todas as pessoas muitas vezes cai na armadilha de cuidar, proteger e defender mais da sua organização religiosa do que do próprio ser humano.
Certo religioso foi procurado por uma mulher desabrigada em busca de auxilio. Ele- muito sincero, sem dúvida, mas também muito ocupado e não sabendo como ajudá-la- prometeu orar por ela. Posteriormente a mulher escreveu este poema e entregou-o a um dos líderes religiosos da comunidade:
Eu tive fome,
e tu formaste um grupo humanitário
para discutir minha fome.  
Estive preso
e tu te retiraste discretamente para a tua capela
e oraste pela minha libertação.
Estava nua
e, na tua mente, questionaste
a moralidade de minha aparência.
Estive enferma
e tu te ajoelhaste e agradeceste a Deus por tua saúde.
Estava desabrigada
e tu me falaste do abrigo espiritual do amor de Deus
Estava solitária
e tu me deixaste sozinha a fim de orar por mim,
Parecias tão santo, tão próximo de Deus!
Mas eu ainda estou com fome... e sozinha... e com frio.             

O mundo fora das quatro paredes de uma igreja é bem diferente da sua realidade interna. A igreja precisa refletir seriamente sobre o seu real papel numa sociedade cada vez mais carente de cuidados. Que ninguém mais procure a ajuda da igreja e volte para casa se sentindo com fome, sozinho e com frio. O amor precisa ser real e não apenas um amor ilusório.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Jornada vitoriosa

Chegamos ao final de mais um ano e a vida continua no seu ritmo, pelo menos para nós. A morte ceifou muitas vidas de forma impiedosa no decorrer desse ano. A perda de um ente querido foi surpresa para muita gente. Infelizmente, ao homem só resta tentar se conformar diante de fatos que excedem o seu finito entendimento. Muitos sonhos foram destruídos definitivamente sem que nenhuma explicação fosse dada. Como explicar o inexplicável? A sensação de impotência diante da dor da perda é realmente aterradora.

Todos aqueles que chegaram ao final do ano de 2012 podem se considerar como verdadeiros campeões. De forma alguma podemos nos considerar superiores aos outros, mas há uma diferença marcante entre nós e os que se foram. Para nós ainda à chance de tentar acertar novamente, já para eles... Na morte não há mais a oportunidade de crescimento pessoal, tudo perece. Não sabemos por que continuamos vivos quando muitas outras pessoas perderam as suas vidas. Apesar das dificuldades e dos inúmeros problemas ainda continuamos por aqui e isso não é pouco.

Em vez de ficarmos lamentando a morte nós devemos é celebrar a vida sem nos esquecer jamais de homenagear aos nossos mortos. Apesar de não estarem mais no nosso meio eles ainda estão vivos nas nossas mais saudosas lembranças.

Aos felizardos que ainda desfrutam do dom maravilhoso da vida o momento é de reflexão. Por que continuar cabisbaixo e desanimado? Dentro de alguns dias um novo ano surgirá e junto com ele a renovação dos nossos sonhos. Nessa vida tudo é possível de acontecer, até mesmo aquilo que parece ser impossível no momento. Acredite!

No ano vindouro você terá o privilégio de ser uma pessoa melhor se isso for realmente o desejo do seu coração. O ódio pode dar lugar ao perdão, a tristeza pode dar lugar à alegria, a solidão pode dar lugar à paz de espírito, a indiferença pode dar lugar ao amor e a incredulidade pode dar lugar à fé.

Aproveite a oportunidade que ainda lhe resta e declare abertamente todo o seu amor pelas pessoas que você ama. Celebre cada uma das suas vitórias com entusiasmo, pois elas serão sempre mais raras do que você gostaria. Compartilhe das suas inquietações com os seus verdadeiros amigos. Ofereça o ombro amigo para os que choram.

Lembre-se do seu criador e peça forças a Ele para continuar vivendo com regozijo enquanto lhe restar o sopro de vida. Apesar da brevidade da vida não a desperdice com o pensamento sempre negativo. Nunca permita que o ódio destrua o seu coração. Lembre-se das palavras de Jesus: “Ame ao próximo como a si mesmo”.

Chegamos ao final de mais uma jornada. Que o ano de 2013 seja cheio de novas oportunidades e que possamos aproveitar cada uma delas com sabedoria. Enquanto vivermos ainda restará sempre um fio de esperança em dias melhores.

Viva a sua vida de tal forma que as outras pessoas sintam saudades da sua presença quando você não estiver mais no meio delas.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Armadura divina


Na batalha contra o mal
Somos seres indefesos
Nossa força é fraqueza
Nessa luta, nunca ilesos

Chegou uma boa noticia
Todos precisam saber
Um presente foi dado
Ninguém mais a perecer!

Jesus revelou ao mundo
Como é a divindade
Vidas são transformadas
Pelo seu poder e autoridade

O criador de toda vida
Viveu como um mortal
Morreu numa rude cruz
Mas ressuscitou ao final

Como entender tal amor
A razão não pode explicar
Só o que resta a fazer
É tão grande amor aceitar

Jesus venceu a morte
O inimigo foi humilhado
Precisamos somente crer
No filho de Deus exaltado

Antes de viver derrotado
Você precisa conhecer
O Deus que da a todos
As armas para vencer

Revestir-nos de toda a armadura
Aconselha o grande Deus
As armas que Ele oferece
É proteção aos filhos seus

Cingindo-nos com a verdade
Vestindo-nos com a justiça
Calçando os pés do Evangelho
É o antídoto contra a injustiça

Com o uso do escudo da fé
Os dardos dos inimigos
Não atinge os santos
Pois eles estão protegidos

Ao tomar o capacete da salvação
Com a espada do espírito afiada
É completa a armadura de Deus
E a corrente do mal é quebrada

Oremos em todo o tempo
Vigiando com perseverança
Suplicando por todos os santos
É o que pede a nova aliança



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O enterro do relógio

A história aconteceu na estação mais quente do ano. Na noite daquele sábado o calor estava acima do normal para a época. O jovem Roberto foi dormir mais tarde do que estava habituado. O som do despertador do aparelho celular acabou com o silêncio do quarto. Ainda sonolento o rapaz acordou meio atordoado. A ansiedade atrapalhou o seu merecido descanso. O tão esperado dia enfim tinha chegado após meses de muita preparação e sacrifícios. Sentia-se muito bem preparado para fazer à prova do concurso público do Banco do Brasil.

Os primeiros raios de sol anunciavam que aquele dia de domingo seria escaldante. Para não correr o risco de chegar atrasado saiu bem cedo de casa. No percurso até a escola Joaquim Murtinho recapitulou mentalmente toda a sua vida. Era impossível ficar tranquilo diante da importância do que estava em jogo. O desejo de ter condições financeiras para deixar a casa dos pais e ir morar sozinho o motivara a estudar como nunca.

O portão da escola foi aberto com trinta minutos de antecedência. Ele entrou na sala mais sério do que de costume, sem olhar para os lados sentou-se pacientemente e aguardou as instruções.

Após dar as boas vindas o fiscal começa a passar as orientações de praxe, tudo dentro do esperado, exceto pelo último aviso. Em alto e bom som o homem afirmou que quem estivesse portando algum tipo de relógio contendo a função calculadora deveria tirá-lo. Se fosse encontrado alguém portando esse tipo de objeto, o candidato seria desclassificado imediatamente.

O jovem Roberto ficou desesperado, pois ele estava usando um relógio exatamente como essa característica. O que fazer diante de tal situação? Obviamente que a atitude a ser tomada era simples. Qualquer pessoa em sã consciência tiraria o relógio do pulso e o entregaria ao fiscal de sala até o término da prova, mas o desfecho da história foi no mínimo inusitado.

Antes que o fiscal pudesse terminar a sua fala uma mão foi levantada chamando a atenção de todos. Aparentando estar muito nervoso Roberto pediu para ir ao banheiro. Ao receber a permissão para deixar o local, saiu correndo pelo corredor. Os outros candidatos riram da cena. Alguém gritou do fundo da sala: “Corre se não vai molhar as calças”. Os minutos passaram e nada do Roberto voltar. O fiscal começou a ficar preocupado e os demais candidatos impacientes. Finalmente ele aparece à porta. O espanto foi geral. A pessoa que voltou parecia ser outra. Os cabelos estavam despenteados, a roupa toda amarrotada, os dedos das mãos completamente sujos. Ofegante pediu para entrar. O fiscal perguntou se estava tudo bem e Roberto balançou a cabeça positivamente. Todos os olhares estavam sobre ele. Envergonhado, entrou cabisbaixo e sentou-se na cadeira silenciosamente.

O que teria acontecido? Era o que todos queriam saber. Um mistério que só um deles viria a desvendar.

A prova começa. Todos concentrados. Roberto foi o último a entregar o cartão com a as respostas. Saiu da sala com uma fisionomia de desânimo. De alguma maneira sentiu que o incidente com o relógio prejudicou o seu desempenho. Ao passar pelo portão de entrada alguém o segurou pelo braço. A curiosidade não deixou que um colega de sala fosse embora sem antes saber o que havia acontecido naquele banheiro.

O colega se apresenta e vai logo perguntando sobre o incidente no banheiro. Ao ser questionado Roberto desconversa e tenta ir embora, mas o ser presionado acaba cedendo e concorda em contar todos os detalhes. Sentaram num banco em frente à escola e a verdade foi enfim revelada.

-O que aconteceu com você no banheiro? Foi assaltado? Passou mal? Bateram em você? Pelo amor de Deus me fale cara! Disse Douglas.

-É... Eu... Bem...

- Vamos!Desembucha!

-Está bem, eu vou contar, mas ninguém pode ficar sabendo. Só te conto se você prometer pra mim que ninguém irá saber. Ao sussurrar tais palavras Roberto olha desconfiado ao seu redor para ter certeza de que ninguém o observa.

-Está bem. Eu prometo.

- Quando o fiscal falou que ninguém poderia usar um relógio com calculadora só pensei em escondê-lo o mais rápido possível. Sai correndo no desespero para tentar achar um esconderijo. Atrás dos banheiros tem uma árvore, notei que o solo estava úmido, não pensei duas vezes, com as mãos comecei a cavar um buraco para enterrar o relógio. Coloquei o relógio dentro do buraco e joguei terra por cima. Sem querer acabei me sujando todo. Por causa da pressa nem tive tempo de entrar no banheiro para me limpar. Corri para a sala assim mesmo. E se eu fosse desclassificado por causa do relógio?

- Por que você não tirou o relógio do pulso e colocou no envelope que o fiscal deu para que todos pudessem colocar os objetos pessoais? Quando você saiu correndo da sala ele estava falando sobre isso. Você não percebeu que na frente da sala havia uma mesa com vários envelopes lacrados contendo as nossas coisas?

-Quando entrei na sala não percebi nada. Só olhei para baixo e não vi mais nada na minha frente.

-Nunca ouvi uma história como essa. É inacreditável! Sem conseguir conter o riso o rapaz começa a rir chamando a atenção das pessoas que passavam pelo local. Roberto vai embora chateado com a reação do colega.

Passaram-se cinco anos e o que aconteceu naquele dia parecia fadado ao esquecimento, mas o destino não quis que aquela história fosse esquecida para sempre.

Numa certa manhã fria de terça-feira Douglas chega apressado a uma agência do Banco do Brasil no município de Dourados. Ele passa pela porta giratória retira uma senha e espera na fila para poder sacar certa quantia em dinheiro. Enquanto espera um senhor que também estava na fila pergunta a uma estagiária do banco se há alguma calculadora disponível que ele possa usar. Quando Douglas ouve a palavra calculadora imediatamente vem a sua mente a história do enterro do relógio e então ele começa a rir sem conseguir se controlar. O seu comportamento acaba chamando a atenção de todos. Outra estagiária o aborda perguntando se ele está bem. Antes de dar uma resposta, Douglas coça a cabeça e pensa que se contar a verdade para ela o Roberto nunca iria descobrir, pois ele o havia visto uma única vez e nem ao menos sabia do seu paradeiro. Tinha guardado fielmente o segredo por cinco anos, já era hora de alguém saber, além do mais, pensou que não foi culpa sua ter ouvido a palavra calculadora e muito menos o fato de ser questionado sobre o motivo da sua risada.

A moça ouve atentamente toda a história. No final, não se aguenta e começa a rir também. Para não chamar muito a atenção pede licença para o Douglas e sai com a mão na boca tentando disfarçar. A estagiária contou para um colega que contou para outra pessoa e assim, no final do expediente bancário todos os funcionários ficaram sabendo. O gerente foi um dos que mais se divertiu. Riu tanto que teve que ir lavar o rosto no banheiro.

Uma semana depois um funcionário do banco volta de férias e a primeira coisa que fica sabendo é sobre o tão falado enterro do relógio. Surpreendentemente, ele não acha graça nenhuma e ainda fica muito irritado com os colegas. Por que ele não gostou? Por que o nome dele era Roberto.

Enfrente a ventania!

No momento, a nossa vida pode estar tranquila e estável, mas repentinamente tudo pode mudar mais rápido do que gostaríamos. A brisa suave de hoje pode sumir de repente e no seu lugar pode surgir uma temível ventania. Como seria bom se os ventos que sopram na nossa vida fossem sempre tranquilos e refrescantes, infelizmente nem sempre isso acontece. A boa noticia e que muitas tempestades podem ser previstas e os danos causados por elas também. Para algumas pessoas o estrago causado por uma fase tumultuada e maior do que para outras. Apesar de não podermos controlar a força dos ventos há algo que podemos fazer. Na verdade, o que diferencia o sucesso do fracasso e a atitude de cada um diante de forças que estão muito alem da compreensão humana. O segredo e se preparar bem para os dias de tormenta e desfrutar com euforia dos dias de calmaria.

Obviamente que não há uma resposta pronta para todas as situações. Cada fase da vida trás as suas próprias particularidades. O que não podemos fazer e viver na apatia, esperando que algum milagre aconteça sem que tenhamos que fazer absolutamente nada.

Os mais fortes enfrentam os ventos com coragem e muita perseverança já os mais fracos desistem com facilidade por não terem forças suficientes para continuar lutando. Tanto os mais fortes como os mais frágeis precisam pensar num conjunto de ações caso as coisas saiam do controle. Manter a tranquilidade em meio ao vendaval não e tarefa das mais fáceis, mas também não e impossível. Se muitas pessoas conseguem então e algo possível de se conseguir.

Conta-se que, alguns anos atrás, um fazendeiro possuía terras ao longo do litoral do Atlântico. Ele constantemente anunciava estar precisando de empregados. A maioria das pessoas estava pouco disposta a trabalhar em fazendas ao longo do Atlântico. Temiam as horrorosas tempestades que variam aquela região, fazendo estragos nas construções e nas plantações.

Procurando por novos empregados, ele recebia muitas recusas. Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, se aproximou do fazendeiro.

- Você e um bom lavrador – perguntou o fazendeiro.

-Bem, eu posso dormir enquanto os ventos sopram – respondeu o pequeno homem.

Embora confuso com a resposta, o fazendeiro- desesperado por ajuda- o empregou. O pequeno homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer ate o anoitecer, e o fazendeiro estava satisfeito com o trabalho do homem.

Então, uma noite, o vento uivou ruidosamente. O fazendeiro pulou da cama, agarrou um lampião e correu ate o alojamento dos empregados sacudiu o pequeno homem e gritou.

-Levanta! Uma tempestade esta chegando! Amarre as coisas antes que sejam arrastadas!

O pequeno homem virou-se na cama e disse firmemente.

-Não senhor. Eu lhe falei, eu posso dormir enquanto os ventos sopram.

Enfurecido pela resposta, o fazendeiro foi tentado a despedi-lo imediatamente. Todavia, em vez disso, ele saiu rapidamente e foi preparar o terreno para a tempestade; do empregado, trataria depois. Mas, para seu assombro, ele descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas firmemente presas ao solo. As vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos nos viveiros, e todas as portas muito bem travadas; as janelas estavam bem fechadas e seguras. Tudo foi amarrado. Nada poderia ser arrastado. O fazendeiro então entendeu que o seu empregado quis dizer: ele sabia se preparar para os desafios que os ventos representavam. Tranquilo retornou para sua cama para também dormir enquanto o vento soprava.

Podemos ser como o fazendeiro, ou seja, despreparados, temerosos e tentando resolver todos os problemas na ultima hora, ou podemos ser como o empregado da fazenda que cuidou de tudo antecipadamente. As dificuldades chegaram, mas ele estava seguro de que no final tudo daria certo. O empregado foi capaz de dormir em meio ao barulho do vento. E um caso em que o mais fraco materialmente foi o mais forte em sabedoria.

Se a sua vida atualmente esta envolta por uma tempestade não se desespere, a fase ruim vai passar e com ela o medo e o desespero. Não seja você mesmo o agente causador da tempestade através de algumas escolhas ruins. Prepare-se e durma tranquilo mesmo diante das adversidades!

O contador de histórias

Uma das tarefas mais difíceis para um homem é a de ser pai. Qualquer um pode ter um filho, mas nem todos desenvolvem a habilidade de ser pai. Atualmente, filhos são concebidos de forma totalmente irresponsável. Quantos bebês nascem como fruto de uma noite de balada repleta de bebidas e drogas? Quantas mulheres engravidam sem ao menos saber o nome do pai do seu futuro filho? Quantos filhos vivem na tristeza de não ter alguém para chamar de pai? Não é de se estranhar o resultado de tamanha irresponsabilidade. A cada dia cresce o numero de crianças abandonadas à própria sorte. E o que falar do adultério e das suas terríveis consequências para o desenvolvimento saudável de uma criança? As necessidades dos pequenos são deixadas em último plano, tudo por causa de uma simples aventura amorosa.


A família tradicional composta por pai, mãe e filhos vivendo todos num mesmo lar já não é mais o sonho de muitas pessoas. Apesar dessa triste realidade nem tudo está perdido. Há ainda muitos pais que dedicam a vida para amar as suas famílias. O amor pelos filhos ainda é a principal motivação para muitos homens.

Como não se emocionar diante de um rostinho angelical dizendo que nos ama? Como ficar indiferente diante de uma criança pedindo colo e carinho?

Aquele que é pai, no sentido pleno da palavra, sempre estará disposto a se sacrificar para suprir as necessidades físicas e emocionais dos seus filhos. As crianças precisam ser protegidas dos inúmeros perigos que as cercam. Obviamente que o que elas mais querem é de um pouco de atenção. Nenhum presente, por mais caro que seja, conseguirá substituir a presença paterna. Se você é pai com certeza já ouviu a seguintes perguntas: Brinca um pouco comigo? Conta pra mim uma história?

Nenhum pai deveria dizer para os seus filhos: Agora não! Não vê que estou ocupado! Não me aborreça!

A desculpa da falta de tempo só revela que as prioridades precisam ser urgentemente revistas. Os filhos crescem mais rápido do que gostaríamos. O dia se aproxima no qual você vai querer estar mais perto deles e eles vão ter outras prioridades. Pode ser que a sua companhia já não importe mais e só lhe restará um arrependimento tardio. Hoje é o dia de rever a sua atitude em relação aos seus filhos. Ainda a tempo de concertar muitas coisas no relacionamento familiar. Se for necessário, haja como um homem de verdade e peça perdão pelos seus erros. Ao agir dessa forma você estará demostrando força e não fraqueza de caráter.

Se os seus filhos ainda são pequenos experimente contar lhes histórias infantis. Eles irão adorar. A cada noite conte uma diferente. Dependendo da sua criatividade esse momento pode ser o mais legal do dia para a criança. Agora, se o seu filho já for maior a dica é passar um tempo juntos fazendo as coisas que ele mais aprecia. Independentemente da idade o filho aprecia muito a atenção dada pelo pai. Não se preocupe em dar um sermão, apenas se preocupe em estar ao lado dele.

O pai é um exímio contador de histórias. A sua experiência de vida é rica em ensinamentos. Conforme a necessidade de aprendizado do filho o pai tem sempre na lembrança uma história apropriada para contar.

Tenha a plena certeza de que você é plenamente capaz de fazer a diferença na vida dos seus filhos, talvez o que esteja faltando é a vontade de agir de forma diferente do que a habitual. Ainda bem que hoje você tem uma nova chance de recomeçar. Pense nisso!

domingo, 30 de setembro de 2012

O ciclo do ódio



Em todos os lugares encontramos pessoas cada vez mais irritadas. Incidentes banais é motivo suficiente para desencadear reações incontroláveis de fúria. A tolerância é pouco cultivada. As pessoas conhecidas como de “pavio curto” irritam-se com muita facilidade. Por certo você já ouviu a seguinte frase: “Eu não levo desaforo para casa”. Normalmente pessoas irritadiças têm sérios problemas em seus relacionamentos pessoais. É difícil conviver com alguém que não cultiva a doçura, o perdão e o amor.
É comum vermos pessoas ferindo uma as outras com expressões de desapreço. As palavras duras podem machucar muito. Quantas pessoas carregam traumas por toda a vida devido à postura rígida e intransigente dos seus pais durante a sua infância? Para uma criança inocente é praticamente impossível entender por que os seus pais ficam tão nervosos a ponto de gritar com ela constantemente. Quem teve péssimos exemplos em casa dificilmente tornar-se-á num adulto emocionante saudável.
O ambiente de trabalho é naturalmente competitivo e estressante. Os erros, por mais insignificantes que sejam não são tolerados. Quando alguém comete um pequeno erro muitos chefes são impiedosos com as palavras. Ao chegar em casa após um dia de muito trabalho o empregado inconscientemente acaba descontando todo o seu nervosismo na sua família. Como ele não teve coragem para confrontar o seu chefe sobra para a esposa e filhos receber toda a sua irritação. O resultado é brigas e mais brigas.
Na escola se um aluno não entende a matéria e procura o professor pedindo nova explicação é provável que receba a seguinte resposta: “Quantas vezes eu vou ter que te explicar? Presta mais atenção!”. Os exemplos podem ser infindáveis. Veja abaixo um exemplo claro de como funciona o Ciclo do Ódio e o que fazer para rompê-lo.
Um diretor de empresa gritou com seu gerente porque o relatório estava errado. O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais. A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão. A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara enquanto limpava os cacos de vidro. O cachorrinho saiu correndo de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua.
Essa senhora foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada. O farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado. Sua esposa afagou seus cabelos e o beijou, dizendo:
-Querido! Prometo que amanhã farei seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis de nossa cama por outros limpinhos e cheirosos para que durma tranquilo! Amanhã você vai se sentir melhor.
Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos. Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio! Esbarrou-se na tolerância, na doçura, no perdão e no amor.
Não temos como obrigar as pessoas a agir da forma que julgamos ser a melhor, mas podemos quebrar esse círculo do ódio que trás tanto sofrimento. Nunca permita que a irritação de alguém defina como você deve agir.

domingo, 23 de setembro de 2012

Escolha o maior

Vamos imaginar que você esteja participando de uma seleção para uma vaga de emprego muito disputada. Várias pessoas estão sentadas numa sala esperando ansiosamente o resultado final. Os testes foram exaustivos, por isso, todos estão esgotados mentalmente. Um homem entra pela porta e distribui cinco pequenos papéis e uma caneta para cada candidato. Ele pede que cada pessoa escreva cinco sonhos pessoais e diz: Lembrando que esses sonhos serão nossa bagagem de uma viagem muito especial, iremos para outro país, numa longa jornada.

Como todos os demais você não entende o porquê de tudo aquilo, mas para não ser desclassificado da seleção você começa a escrever.

O homem tem um semblante sério, mas transmite muita tranquilidade. Todos estão curiosos para saber o desfecho da atividade. Ele então continua: Com nossos sonhos em mãos e saindo de casa temos nossa primeira dificuldade, nem todos os nossos sonhos cabem no carro que vai nos levar, assim temos que abandonar um. Qual deles você abandonaria?

Nesse instante alguém entra na sala surpreendendo a todos. A moça está com um vaso nas mãos. O vaso é colocado bem no meio da sala e é solicitado que cada candidato abandone um dos sonhos escrito no papel e coloque dentro daquele vaso.

E o homem continua: Seguindo viagem, nosso carro quebra e temos que seguir a pé, mas devido ao peso das nossas bagagens temos que deixar outro de lado, ficando somente com três. Qual sonho foi abandonado?
Em nossa caminhada nos deparamos com um cachorro que começa a correr atrás de nós para nos atacar, e para podermos escapar de uma mordida temos que deixar outro sonho, ficando com dois sonhos. Qual sonho ficou para trás?

Após um caminho tortuoso até a entrada no outro país, encontramos uma alfândega onde somos barrados e temos que seguir somente com uma mala, qual sonho deixamos? Qual o nosso maior sonho que nunca abandonamos?

O instrutor espera pacientemente que todos terminem a atividade e então faz uma pergunta olhando diretamente para você: Qual hora foi mais difícil para abandonar um sonho? O que você responderia?

Um dos candidatos pede a palavra para dizer o que pensa a respeito do assunto. Enquanto ele fala todos ficam boquiabertos. As suas palavras foram as seguintes: O carro cheio representa a nossa família e ou amigos que nos fazem desistir de alguns sonhos. O peso das malas representa o tempo no qual tentamos realizar esse sonho, mas que acabamos desistindo vencidos pelo cansaço.

O cachorro tem conotação de perseguição. No nosso caminho sempre vamos encontrar pessoas fracas com disposição de sobra para nos perseguir, com isso, elas pensam que conseguirão destruir os nossos sonhos para sempre. A alfândega significa a nossa última passagem antes de assumir um único sonho para nossa vida inteira.

Nunca desista do seu maior sonho, mesmo que tudo pareça conspirar contra você.

sábado, 25 de agosto de 2012

Carteiro desesperado

Amanhece mais um dia


É o início da semana

Ao pensar no trabalho

O coração se inflama



O sono sempre convida

A não sair da cama

Ainda estão cansados

Devido ao fim de semana



Trabalham todos os dias

No frio ou no calor

Na chuva torrencial

Ou no sol abrasador



Ser carteiro os alegra

Não são de reclamar

São muito dedicados

E apreciam trabalhar



Só há um problema

Que não podem resolver

O excesso de trabalho

É sinônimo de adoecer



As cartas vão chegando

E também preocupação

Como as entregarão

Se só têm duas mãos?



A bolsa está lotada

Há caixas pelo chão

Os clientes esperando

Não lhes tiram a razão



Esperam por melhoria

Uma boa remuneração

Pois já são reconhecidos

Por toda a população



Só há uma opção

Para mudar essa realidade

A solução é a valorização

Mas com muita agilidade



sábado, 4 de agosto de 2012

Use com moderação


Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil fechou abril com quase 253 milhões de linhas ativas na telefonia móvel, o que significa quase quatro chips para cada três pessoas. Há mais aparelhos celulares no país do que habitantes. O brasileiro adora um celular. Nas escolas é comum encontrar crianças com um aparelho celular ouvindo música, mandando mensagens ou mesmo jogando. Dentre tantos vícios, surgiu mais um, a dependência do celular.
É incrível como a tecnologia está cada vez mais frequente na vida de todos nós. Nem dá para imaginar como seria a nossa vida sem as maravilhas tecnológicas atuais. Infelizmente, nem sempre usufruímos de tantas facilidades com bom senso e moderação.
Há muitas histórias engraçadas, outras constrangedoras, tendo o celular como o personagem principal. Imagine que você está assistindo a um filme no escurinho do cinema. Numa cena empolgante do filme um celular começar a tocar incessantemente, a cada toque o som aumenta e com que ele a irritação de muitos cinéfilos. Quando você percebe aquela cena tão esperada já passou e você a perdeu enquanto brigava com o vizinho inconveniente que não conseguia desligar o aparelho celular. O filme acaba e muitas pessoas saem chateadas com alguém que não soube fazer bom uso da tecnologia.
Numa noite encantadora de domingo a igreja está lotada, pois está sendo feita a cerimônia de um casamento muito badalado. Os noivos estão no altar aguardando a tão esperada pergunta: “Você o aceita como legítimo (a) esposo (a)?” No momento em que o casal vai responder um celular começar a tocar: “Ai seu eu te pego, ai ai se eu te pego”. Vai ser difícil o líder religioso manter o clima de espiritualidade que o momento requer.
O uso indevido do celular pode acarretar até acidentes graves. Alguns motoristas ficam o tempo todo falando ao celular enquanto dirigem. Eles correm o sério risco de acabar se distraindo e com isso há uma chance concreta de colidirem com outro veículo ou mesmo com outro obstáculo qualquer.
O celular tem atrapalhado muito a vida dos professores, é comum estudantes não prestarem atenção nas aulas para ficar ouvindo música. Se o professor reclama ou toma uma medida mais drástica como tomar o aparelho a briga é certa.
É constrangedor estar conversando com alguém e no meio do bate papo a pessoa simplesmente vira as costas e sai para atender uma chamada no celular sem ao menos pedir licença.
Normalmente no meio de qualquer reunião sempre toca algum celular atrapalhando a concentração de todos. O pior é que às vezes a pessoa deixa o celular tocar algumas vezes antes de tomar uma decisão. Por que após o primeiro toque a pessoa já não o atende ou desliga?
Há alguns dias fui até a cidade de Dourados para uma consulta no Hospital Evangélico. Os corredores estavam lotados de pacientes aguardando a chegada dos médicos para começar o atendimento. De repente começamos a ouvir um choro de cachorro, as pessoas olharam surpresas umas para as outras, todo mundo tentando encontrar o cãozinho que podia estar escondido embaixo de alguma cadeira. Uma senhora que estava ao meu lado me perguntou: “Você está ouvindo o choro de cãozinho?” Balancei a cabeça afirmativamente.
O que um animal estaria fazendo dentro do ambulatório de um hospital? Por que os funcionários deixaram entrar um cão no interior do prédio? O mistério foi revelado quando olhamos para um senhor que estava sentado bem próximo. O choro do bichinho nada mais era do que o toque do seu celular. Foi impossível conter o riso que contagiou a quase todos. O único que não achou graça foi o homem idoso dono do celular. Ele ficou vermelho de vergonha ao perceber que todos estavam rindo daquele toque de celular tão inusitado.
Continue usando o seu telefone celular, mas com bom senso e moderação. Em certos locais e em algumas situações o melhor mesmo é desligá-lo ou deixar no silencioso. Fazendo isso, você certamente evitará se envolver em muitas situações embaraçosas.  

domingo, 22 de julho de 2012

O cavaleiro das trevas surge


O tão aguardado dia finalmente tinha chegado. Após uma longa espera os milhões de fãs enfim poderiam conferir a estreia do tão esperado último capítulo da trilogia dos filmes do Batman. A propaganda do filme foi intensa e criou muita expectativa. Centenas de pessoas foram aos cinemas com fantasias dos personagens da série para assistir ao final da saga cinematográfica. Muitas famílias saíram das suas casas com o único intuito de se divertir. O sentimento era de ansiedade enquanto famílias dirigiam os seus veículos até um shopping em Aurora, na região de Denver, no estado americano do Colorado para assistir ao filme. Ninguém jamais poderia imaginar que aquela noite seria marcada por uma terrível tragédia.
A fila para comprar os ingressos estava grande, por isso, a expectativa aumentava a cada minuto. Havia fila até para comprar pipoca e refrigerante. Quando a porta foi liberada para entrar na sala de cinema a correria foi geral. As poltronas foram ocupadas com rapidez, cada um escolhia o melhor lugar para se sentar. Alguns preferiam sentar bem perto da tela, outros, um pouco mais distante. Quando as luzes apagaram a euforia tomou conta de todos. Os mais exaltados começaram a gritar. A sessão começou e tudo corria bem até aos 30 minutos de filme quando um homem suspeito identificado pelo FBI como James Holmes entrou na sala usando uma máscara pela porta direita que ficava perto da primeira fila. Uma testemunha disse à rede de TV americana CNN que "o atirador subiu calmamente as escadas (da sala de cinema) atirando em quem aparecia pela frente". Outra testemunha afirmou que escutou entre dez e vinte disparos de armas de fogo e uma explosão, enquanto vários presentes citaram uma bomba, que provocou fumaça dentro da sala.
Pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas. Após os disparos, o alarme de incêndio disparou e o público correu para sair do local, o que pode ter deixado mais pessoas feridas. Policiais ajudaram a transportar vítimas para hospitais em seus próprios carros, sem esperar por ambulância. Alguns dos feridos estão em estado grave. É provável que o número de mortos aumente.
Quem acessa a internet diariamente foi surpreendido pela trágica noticia. Os telejornais deram destaque com flashes ao vivo.
O que foi visto no cinema do shopping em Aurora foi o surgimento do verdadeiro cavaleiro das trevas. O que levou um homem de 24 anos a praticar tamanha barbaridade? O que justificaria tal monstruosidade? Ao ser preso por policiais logo após o massacre o atirador disse que “era o Coringa”. O comissário da policia Ray Kelly informou que James Holmes pintou o cabelo para parecer com o Coringa, vilão do segundo filme da trilogia. Somente uma mente perturbada poderia transformar uma simples obra cinematográfica numa sangrenta realidade. Diferentemente de outros atiradores que se mataram após cometer os seus crimes, o assassino do cinema no shopping usava colete a prova de balas, isso mostra claramente que o seu objetivo não era morrer, mas matar impiedosamente.    
   O que aconteceu nos Estados Unidos poderia acontecer em qualquer lugar. Ninguém está a salvo. É praticamente impossível acabar com crimes tão chocantes, pois o louco assassino pode aparecer nos lugares mais improváveis como uma tranquila sala de cinema.
Que todos nós possamos clamar a Deus em oração, pedindo a Ele que dê forças aos familiares das vítimas fatais para superar tamanho sofrimento.  A nossa mais sincera solidariedade a todo o povo americano.