quarta-feira, 4 de setembro de 2013
domingo, 1 de setembro de 2013
Minha terra
No
solo dessa terra muitos chegaram e não conseguiram mais voltar. A chegada, para
alguns, muitas vezes foi acompanhada de grandes expectativas; talvez aqui,
finalmente, os sonhos se tornarão numa doce realidade, porém para outros a
chegada foi envolta num ar de pessimismo. O fato é que ninguém fica indiferente
diante de um lugar capaz de proporcionar reações tão diversas.
A
minha terra querida, infelizmente, é mais conhecida pelas noticias policiais e
não por aquilo que tem de melhor, ou seja, o seu povo hospitaleiro e
trabalhador. A fama negativa não é a expressão da pura realidade, pois aqui, na
minha terra, vivemos com muita tranquilidade se comparado com a violência que
impera nas grandes cidades brasileiras. Não negamos que aconteçam crimes e
muito menos que eles não sejam violentos, mas muitas vezes as vitimas fatais
eram pessoas ligadas, de alguma maneira, ao mundo do crime. É verdade que
cidadãos de bem acabam perdendo as suas vidas, porém esse índice é muito baixo.
Na
minha terra convivo harmonicamente com um povo diferente. Pense por um instante,
não são muitos os lugares do mundo onde duas nações vizinhas compartilham
culturas tão diversas. Somos dois povos pacíficos e chegamos ao cúmulo de
“invadir” o território do outro sem que isso seja declarado como um ato de
guerra. Andando pelas ruas é comum ouvir
um idioma estranho e, pasmem, na próxima esquina já ouvimos outro que nos soa
familiar, pois se parece com o nosso português.
Logo
quando alguém chega pela primeira vez na minha terra já percebe que há uma
bebida especial que nos une, por todos os cantos da cidade é possível ver
rodinhas de amigos tomando o refrescante tereré. Quando o visitante chega logo
é apresentado a duas delicias da culinária local: sopa paraguaia e a famosa
chipa. Na minha terra, tudo é uma desculpa para reunir a família e os amigos para
apreciar um bom churrasco.
Na
minha terra os trabalhadores não sofrem o desgaste físico e emocional de passar
horas dentro de um ônibus para chegar até os seus lares. Os motoristas não
perdem o seu precioso tempo parados em quilômetros de congestionamento. É
possível percorrer toda a cidade em poucos minutos, basta montar numa bicicleta
e pedalar sentindo a brisa suave no rosto.
Na
minha terra o ar é puro, bem diferente da poluição nas grandes cidades. Há
árvores por todos os lados e o clima é agradável na maior parte do ano. Para
quem aprecia a prática de exercícios físicos ou mesmo a tranquilidade, na minha
terra, há o imponente Parque dos Ervais, local amplo e propicio para movimentar
o corpo e relaxar a mente.
Ao
chegar a minha terra, apenas uma rua nos separa do verdadeiro paraíso para
todos aqueles que gostam de ir às compras. Imagine encontrar produtos do mundo
inteiro num só lugar. Os nossos visitantes ficam boquiabertos com a variedade
dos produtos oferecidos. Nos finais de semana e feriados milhares de turistas
chegam para realizar os seus sonhos de consumo. Andando pelas ruas é possível
ver veículos com placas dos mais diversos estados, inclusive de outros países.
Como
não amar e admirar essa terra de tantos encantos? Como não apreciar o seu povo
e os seus costumes? Como não se deixar envolver pela sua riqueza cultural? Como
não aplaudir os seus artistas?
Aqueles
que só conhecem a minha terra através do que é divulgado pelos telejornais, com
certeza, irão se surpreender ao conhecê-la pessoalmente. Somente conhecendo a
minha terra é que o mito de uma terra onde só impera a criminalidade e a
violência deixará de existir. Temos problemas como qualquer outra região do
país, mas os nossos encantos superam muito as nossas deficiências.
Deixo
registrado aqui o meu respeito e admiração a você: Princesinha dos Ervais.
domingo, 21 de julho de 2013
Guerra declarada
A
guerra já foi declarada e o inimigo é traiçoeiro, para piorar a situação ele
ainda conta com os benefícios de ser uma figura carismática e, além do mais, é
querido pelo povo. Como derrotar um inimigo tão poderoso? A pergunta é difícil
e desafiadora.
É
preciso deixar claro que nessa guerra não há armas, mas a vida de muitas
pessoas está em risco. O assunto é tão sério que poderíamos dizer que uma
classe de pessoas, diariamente, corre o perigo até de perder a vida. Você
precisa conhecer os personagens para poder escolher de que lado ficar no campo
de batalha.
A
batalha está espalhada por todo o país, mas vamos focar num local específico
para podermos entender a gravidade da situação. A cidade escolhida, no momento,
vive o conflito intensamente sem que ao menos a maioria da sua população tenha
consciência do que está realmente acontecendo.
Na
fronteira do Brasil com o Paraguai está localizado o município de Ponta Porã.
Na medida em aumenta a população cresce também a quantidade de inimigos. Como
assim? Vamos explicar melhor. Com o crescimento do número de construções há
também um aumento considerável no número de animais de estimação nas casas. Na
periferia da cidade muitos imóveis não possuem um muro ou cerca e aí é que mora
o maior perigo. Você deve estar se perguntando: Perigo para quem?
Diariamente,
os carteiros percorrem todas as ruas, becos e avenidas da cidade com uma tarefa
muito especial. Eles enfrentam enormes desafios para entregar nas casas as
correspondências e encomendas tão esperadas. Talvez alguém possa pensar que o
maior inimigo do carteiro é o trânsito, a chuva, o calor intenso, as baixas
temperaturas em determinada época do ano, nada disso! O maior desafio para um
carteiro é ter que enfrentar, todos os dias, o ataque de cães. Infelizmente, há
pessoas que ainda não se conscientizaram de que o seu animal de estimação pode
se tornar numa arma mortal. Obviamente que nem todos os cães são ferozes, mas
como é que o carteiro vai saber quais as reais intenções do animal quando corre
atrás dele?
Ninguém
em sã consciência deixa um cão solto com o propósito de que ele machuque as
pessoas, mas, muitas vezes, por descuido um portão fica aberto ou o cão fica
solto nas ruas e quem mais sofre com isso é justamente o carteiro.
Nos
últimos meses uma série de ataque de cães deixou cinco carteiros feridos em
Ponta Porã. A mordida de um cão é muito dolorida, além disso, dependendo da
gravidade dos ferimentos o profissional precisa ficar afastado por diversos
dias do seu trabalho e isso acaba afetando a entrega das correspondências. O
mais prejudicado é o carteiro que além de ter que conviver com a dor ainda
precisa arcas com o custo dos medicamentos.
Quando
o carteiro pede para que o morador não deixe solto o cão nas ruas, muitas vezes
a resposta que ele ouve é totalmente absurda:
“Se
o cachorro te morder o problema é seu”.
“Está
achando ruim, então pegue o cachorro e leve pra você”.
“Não
estou nem aí”.
A
triste experiência de um carteiro merece ser comentada. Ao efetuar a entrega em
determinado bairro da cidade, um cão muito feroz estava solto na rua e o
atacou, para se defender ele pegou uma pedra e acertou o animal, quando o dono
viu a cena imediatamente partiu para a agressão física contra o carteiro.
Julgue você mesmo quem é a vitima é quem é o agressor.
Deixamos
uma dica para que o poder legislativo municipal crie uma lei com multa para
quem deixar cachorro solto nas ruas. Não são somente os carteiros que estão em
perigo, mas também crianças, jovens, adultos e idosos. Antes que uma tragédia
aconteça que as devidas providências sejam tomadas.
terça-feira, 21 de maio de 2013
A ciência da incompetência
Vamos chamá-lo simplesmente de Incompetente. O tal elemento começa a trabalhar e logo descobre como as coisas funcionam na nova empresa. Esperto, passa a notar que para alçar vôos maiores e saciar a sua sede de poder será preciso parecer competente diante daqueles que detém a autoridade para promover alguém a um cargo de chefia. Para atingir os seus objetivos ele logo começa a fazer amizade com os poderosos, pois bons contatos são tudo hoje em dia- pensa.
Em pouco tempo o sujeito consegue se relacionar bem com um grupo seleto de pessoas. Preguiçoso por natureza espera sempre que os outros façam o seu trabalho. Quando alguém da diretoria está por perto é o mais dedicado dos funcionários. Nunca perde a chance de falar mal do colega que julga ser muito mais competente do que ele próprio. Aparentemente é alguém em que se pode confiar, mas quando a outra pessoa não está por perto destila todo o seu veneno. Quando é repreendido por não fazer o trabalho com esmero sempre tenta por a culpa em alguém.
Como é movido por uma ambição desmedida começa a desviar dinheiro do caixa em beneficio próprio e furtar alguns objetos pertencentes à empresa. A palavra ética é totalmente desconhecida para o Incompetente. Ele conhece profundamente um único verbo e, além disso, só sabe conjugá-lo na primeira pessoa do singular. O verbo é: ganhar.
Desconfiado, pensa que os outros estão sempre querendo enganá-lo, por isso, não confia em ninguém. Olha com desconfiança a todos que tentam se aproximar e só finge ser amigo se o outro puder oferecer algo que vai além da simples amizade.
Anda pelos corredores da empresa como se fosse um dos sócios dando ordens como se tivesse alguma autoridade para fazer tal coisa. O seu olhar transmite falsidade e hipocrisia. Sem nenhum pudor fica se insinuando para as mulheres fazendo comentários totalmente maliciosos. Não respeita hierarquia e tem sérias dificuldades em trabalhar em equipe.
Tem como hábito chegar atrasado ao trabalho e inventa as mais mirabolantes desculpas para se justificar. Quando percebe que um colega chegou atrasado por alguns minutos logo vai relatar para o chefe. Adora inventar apelidos para os outros e ama fazer piadas com o tipo físico das pessoas, mas ele mesmo detesta receber apelidos.
O Incompetente fica sabendo que haverá uma promoção para um cargo de chefia, imediatamente começa a fazer lobby junto aos seus “chegados”. No fundo ele sabe que por merecimento não há a mínima chance de conseguir a vaga, pois é um péssimo funcionário, mas...
O dia de revelar o nome que ocupará a vaga finalmente chega e, na sua ingenuidade o Competente pensa que ele é a único com condições de ser promovido, pois ele é o oposto do Incompetente.
Toda organização, quer seja de caráter público ou privado está em busca de pessoas eficientes e eficazes como é o Competente. A lógica é que ele ocupe o cargo e é exatamente isso que espera como recompensa por tantos anos de dedicação.
O diretor da empresa reúne toda a equipe para anunciar o novo chefe. Os olhos estão atentos a cada palavra. Todos esperam pelo óbvio, só não esperavam que ficassem tão surpreendidos com o que ouviriam. Por incrível que pareça o novo chefe é... O Incompetente, isso mesmo!
Como isso aconteceu? A competência nem sempre é valorizada como deveria. Às vezes não basta ser competente, mas sim ter o “perfil” adequado. A pessoa muito competente sempre é temida como um provável rival e isso a prejudica em muitos aspectos.
Quando o incompetente assume o poder ele logo procura cercar-se de subalternos competentes para que o trabalho seja feito com qualidade. Logicamente que os créditos pelo sucesso vão todos para ele. Muitas vezes o competente é pacato e ético, por isso não faz uso de meios ilícitos para alcançar os seus objetivos. Ele ainda mantém a ilusória crença de que no final terá o seu trabalho reconhecido.
Diante de uma nova promoção o incompetente preocupa-se em escolher o seu sucessor. Para não correr riscos desnecessários procura por alguém com o perfil que não vá contra os seus planos de autopromoção. A qualificação profissional nem é a exigência principal. É a perpetuação da incompetência em certas organizações e, isso, trás inevitavelmente consequências nefastas.
domingo, 17 de março de 2013
Fim dos tempos
Na TV o apresentador
informa que no Brasil o número de aparelhos celulares é o dobro do número de
habitantes. Sem demonstrar muito interesse no assunto a jovem Manu troca de
canal para ver se a sua novela preferida já começou, mas ainda está passando o
Jornal Nacional. Enquanto aguarda ansiosa mais um capítulo da telenovela Amor digital um repórter anuncia a
próxima reportagem que será exibida logo após os comerciais. Apesar de não
gostar de assistir o mais famoso telejornal em exibição no país a chamada da
matéria chama a sua atenção. A reportagem dizia que o número de pessoas com
acesso a internet no mundo atingira o impressionante número de oito bilhões e
isso representava quase 80% da população mundial. A moça ficou impressionada
com a informação. Ela já tinha percebido que há algum tempo o aparelho celular
e a internet eram quase onipresentes na vida dos jovens. Por diversas vezes
tinha ido para a secretaria da escola onde estudava, inclusive tinha sido
suspensa mais de uma vez por usar o aparelho celular na sala de aula.
Manu não tinha
nenhuma vergonha de falar que dormia abraçada com o aparelho. A sua vida era
ficar trancada no quarto enviando mensagens para os amigos, quando alguém
falava com ela nem prestava atenção, pois os seus olhos sempre estavam voltados
para a telinha do celular. Vivia como se estivesse no mundo da lua, sempre com
o olhar perdido, quase alienada da realidade. Dizia para todos que se tivesse
que ficar sem o aparelho celular morreria de tristeza.
Naquela noite dormiu
por volta da meia noite. Antes de pegar no sono abraçou o seu vicio como se ele
fosse um ursinho de pelúcia. Na sua mente pensava que a melhor coisa que o
homem tinha inventado estava bem ali em suas mãos. Como o mundo pôde viver
tanto tempo sem as maravilhas da tecnologia?-se
perguntava a todo instante.
Na manhã seguinte
acordou por volta das nove horas e antes mesmo de ir ao banheiro já pensou em
ligar para a sua amiga para combinarem de irem juntas ao cinema assistirem ao
grande sucesso do momento, a comédia romântica: Só mais uma ligação. Ficou surpresa ao olhar para a tela do
aparelho e ver que ela estava totalmente apagada. Tinha certeza de que havia
ainda muito bateria para acabar a carga numa noite apenas. Pulou da cama
apavorada. E agora, o que fazer?
Na sala os pais
assistiam com grande interesse ao plantão Globo de jornalismo. Todos os canais
de televisão noticiavam a mesma coisa. Algo terrível tinha acontecido no mundo
e não havia nenhuma explicação lógica até o momento.
-Será esse um sinal
dos fins dos tempos?- perguntou dona Maria ao
marido.
-Nunca ouvi falar
que tal coisa é um sinal do fim do mundo- respondeu Nestor sem demonstrar muito
interesse.
-Acho que o mundo
vai acabar pra muita gente.
-Não exagere
querida. Para nós não vai mudar muita coisa com essa notícia.
-Eu sei, mas eu
estou preocupada com a reação da nossa filha ao saber o que está acontecendo.
-Acho melhor não
contarmos nada para ela, pelo menos por enquanto.
-Concordo. Vamos
desligar a televisão e fazer de conta que não sabemos de nada.
A TV é desligada e
os pais de Manu tentam disfarçar a expressão de surpresa ao verem a filha se
aproximar demonstrando certa inquietação.
-Bom dia- disse
Manu.
-Bom dia filha.
-Tem alguma coisa
estranha acontecendo, pois não consigo fazer uma ligação no meu celular.
-Pode ser algum
problema com a operadora.
-Talvez. Vou ligar o
computador e enviar uma mensagem pelo Facebook para a Jose.
-Tudo bem querida,
mas antes, por favor, lave o rosto, escove os dentes e penteie o cabelo. Você
está horrível!
-Preciso falar com
ela urgente.
-Antes faça o que te
pedi.
-Mas mãe... Eu...
-Nada de desculpas.
Tá bom.
Manu senta-se em
frente ao computador e aguarda ansiosa para poder enviar a mensagem para a
amiga, mas não consegue acessar a internet.
-Pai! O senhor pagou
a conta da internet?-pronunciou essas palavras com certo tom de acusação.
-É claro que paguei.
-Por que é que não
consigo entrar na internet?
-Não tenho a mínima
ideia.
Era notória a
expressão de irritação da jovem. O celular não estava funcionando e para piorar
ainda mais as coisas nem a internet.
-Vou ligar para a
Fabiana para ver se ela sabe o que está acontecendo- disse num tom de voz que
já demonstrava certo desespero.
Pegou o telefone
fixo e... Estava mudo.
-Isso só pode ser
algum tipo de brincadeira! -vociferou.
-Calma filha. Não é
o fim do mundo também.
-É claro que é fim
dos tempos!
-Logo eles resolvem
o problema e tudo voltará ao normal.
-Assim espero. Vou
ir à casa da Paula para ver se ela sabe de alguma coisa.
-Coma alguma coisa
antes.
-Estou sem fome e,
além disso, como comer diante de uma catástrofe como essa?
-Que exagero- disse a mãe ironicamente.
-Não vejo graça nenhuma mãe.
-Credo! Não posso nem brincar mais?
-Vou sair para não brigar com a senhora.
Ela sai de casa e a cena que vê na rua a deixa literalmente de boca
aberta.
-Meu Deus! O que é que está acontecendo?- pensou em voz alta.
Continua na próxima
semana
sábado, 9 de março de 2013
Maníaco sem cruz
Uma onda de terror toma conta dos
moradores da região de fronteira, pois o temido maníaco da cruz está foragido
da unidade da UNEI de Ponta Porã. Pior do que ele estar livre é os boatos que
logo começaram a surgir: uma moça foi atacada por ele no Paraguai; alguém o viu
andando tranquilamente pela periferia da cidade; um homem desconhecido foi
atacado; numa rede social o tal maníaco ameaçou matar pessoas na cidade de
Dourados, dentre outros.
Todos os dias a mídia aborda o assunto
dando amplo destaque. A população está insegura e os órgãos policiais estão numa
verdadeira caçada para encontrá-lo e por fim ao pânico que toma conta da
população.
Há um lado da questão que ainda não foi
abordado pelos meios de comunicação. O titulo dado a ele pela mídia não está
correto. Obviamente que associaram a forma com que ele deixou os corpos das
suas indefesas vítimas para nomeá-lo como Maníaco da Cruz, mas associar a sua
figura doentia a cruz não foi uma ideia muito feliz por algumas razões.
A cruz nos lembra de sacrifício em
beneficio da humanidade;
A cruz nos lembra de um amor que excede
a todo o entendimento;
A cruz nos lembra de misericórdia e
perdão;
A cruz nos lembra da melhor pessoa que o
mundo já conheceu;
A cruz nos lembra de que existe um Deus
que se preocupa com os seus filhos;
A cruz nos lembra de bondade e
compaixão;
A cruz nos lembra de alguém que doou a
sua vida em prol dos outros;
Associar a cruz a tal indivíduo deturpa
o real significado do que ela simboliza. A cruz nunca significou morte e muito
menos crueldade. Na cruz vemos o exemplo máximo do que o amor verdadeiro foi
capaz de fazer.
A cruz será eternamente lembrada por
causa do sacrifício de Jesus Cristo. Chamar um assassino de maníaco da cruz é elogiá-lo como se o que ele fez
tivesse alguma coisa a ver com a mensagem de amor revelada pelo Evangelho.
Nenhum ser humano tem o direito de
escolher quer deve viver e quem deve morrer. Quando alguém persegue e mata sem
dó nem misericórdia está fazendo a obra dele mesmo e não a de Deus. Todo aquele
que é guiado por Deus não destrói vidas por algum capricho pessoal ou mesmo por
causa da demência. Uma pessoa perturbada não está a serviço de Deus, na verdade
está a serviço da sua própria mente doentia.
A partir de agora o tal maníaco deveria
ser chamado simplesmente de maníaco. Ele não é digno de ser conhecido pela
associação com a cruz.
O dicionário Aurélio define a palavra
maníaco como: “aquele que sofre de mania”. E o que significaria a palavra
mania? O seu significado é o seguinte: “síndrome mental caracterizada por excitação
psíquica, insônia, muita atividade. Excentricidade. Gosto exagerado por algo.
Obsessão”. Já a palavra cruz tem um significado bem diferente: “Símbolo da
redenção de Cristo e do Cristianismo”. Maníaco e cruz são palavras antagônicas.
O tal maníaco sem cruz logo será
esquecido e as pessoas lembrarão-se dele apenas como alguém doente mentalmente,
já a figura de Jesus Cristo continuará a ser lembrada eternamente como o
símbolo maior do que é o amor divino.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Só quero trabalhar!
Escolher
a profissão de professor é um ato de coragem e não é exagero dizer que é também
um ato de heroísmo. Inicialmente, os desafios são muito maiores do que os
candidatos a educadores imaginam, posteriormente, eles só tendem a aumentar. O
vestibular é só o pontapé inicial de uma longa jornada. Para muitos estudantes,
conseguir uma das poucas vagas oferecidas pelas instituições de ensino públicas
é algo improvável, por isso, o que lhes resta é o ingresso numa faculdade de
ensino superior particular. Conseguir se aprovado no vestibular é bem mais
fácil do que arcar com os custos mensais do curso. As despesas vão muito além
das mensalidades e é comum elas consumirem praticamente quase toda a renda do
estudante. Muitos pais se sacrificam para que os filhos possam se dedicar
exclusivamente aos estudos. Certos pais gastam o que podem e o que não podem
para ver realizado o sonho de ter um filho formado. Quem não tem o privilégio
de só se preocupar com os estudos precisa trabalhar duro para conseguir pagar o
curso. Ás vezes o aluno não tem míseros centavos para tirar cópias das
apostilas exigidas pelos professores.
Estudar,
para muita gente significa enfrentar com perseverança a triste realidade da
falta de dinheiro e do esgotamento físico e mental. O que move pessoas a
continuar sonhando num futuro melhor apesar do presente pouco promissor? Nada
mais nada menos do que a certeza de que quando receber o seu diploma as coisas
vão melhorar e então poderão exercer a sua nobre profissão de formar cidadãos
de bem.
O dia
da formatura é o momento mais esperado. Todo o esforço e sacrifício enfim são
coroados. O êxito é compartilhado com euforia com familiares e amigos. Uma
noite verdadeiramente inesquecível. Após toda a comemoração é hora de imprimir o
currículo e sair confiante em busca de trabalho. O mais novo profissional da
educação sai de casa pensando que logo estará dando aula e finalmente as coisas
vão mudar, mas...
Vivendo
num país onde o que é mais valorizado é o apadrinhamento em detrimento da
competência do candidato logo o novo professor percebe que foi ingênuo ao
pensar que conseguir uma vaga na área de educação depende exclusivamente da
formação acadêmica. Ele fica boquiaberto ao ver pessoas sem formação
universitária ocupando as vagas que deveriam ser suas por direito. Logicamente
que há casos em que falta profissional com formação na área e, por isso, não há
outra opção a não ser contratar pessoas que ainda estão estudando, mas isso não
se justifica quando o professor formado é trocado por um estudante ainda sem
formação.
A cada
nova escola visitada uma nova decepção. A resposta mais comum é: “As vagas já
foram preenchidas”. O candidato a professor começa a perceber que é preciso
muito mais do que um currículo. Conhecer alguém importante já facilita muito e
se esse alguém for um político melhor ainda. É preciso conseguir uma boa
recomendação senão...
Como
competir com o filho de fulano ou a sobrinha de beltrano? Quem tem mais lobby
ganha fácil. Ser um ilustre desconhecido é a garantia de continuar no
anonimato.
Depender
só da sorte é muito pouco para quem precisa urgentemente conseguir um trabalho.
As oportunidades são poucas e às vezes até essas poucas oportunidades são
tiradas injustamente.
Se
pudessem, muitos profissionais das mais diversas áreas de formação dariam um
grito de revolta. O grito dos excluídos pelo nepotismo, indiferença e pelos
conchavos políticos é: “Só quero trabalhar”!
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