sábado, 21 de maio de 2011

Até que a vida os separe

No dia 29 de abril de 2011 fomos bombardeados pela mídia de todas as formas possíveis; jornais, sites, revistas e programas de TV. A notícia correu o mundo. O luxuoso casamento do Príncipe William e Kate Middleton foi o assunto principal em diversos países. Os meios de comunicação mostraram todos os irrelevantes detalhes da suntuosa cerimônia. As mulheres suspiraram com o chamado conto de fadas da plebeia que virou princesa. O casamento foi minuciosamente analisado, desde o vestido da noiva até os estranhos chapéus usados pelos convidados. O badalado evento foi transmitido para o mundo inteiro. Seria só mais um casamento se não fosse pelo fato de um nobre estar se casando com uma mulher que não pertence à realeza. O casamento foi muito comemorado pelos súditos ingleses. Para o povo brasileiro não significou muita coisa, foi um evento mais curioso do que relevante. As mulheres tiveram assunto para várias conversas com as amigas. Foi uma ótima oportunidade para se vender mais revistas, jornais e para as redes de TV aumentar a sua audiência bem como os lucros.
Os mais velhos dizem que casamento de verdade é só “de papel passado”, já os casais que moram juntos sem oficializar a relação são chamados por eles de “amigados”. O fato é que os casamentos já não são mais os mesmos. Aquelas mágicas palavras pronunciadas no altar são esquecidas mais rápido do que a nossa memória. O sonho de muitas mulheres ainda é casar na igreja com vestido de noiva e de ter uma linda festa para os convidados, mas uma nova realidade está cada vez mais presente na vida dos brasileiros. É natural ouvir muitos casais dizerem que casamento no cartório é coisa antiquada, o melhor mesmo é morar junto e se não der certo é só se separar e pronto, tudo mais fácil e rápido. Cresce o número de casais que decidem morar juntos já pensando na provável separação.
As palavras ditas ao líder religioso: “Até que a morte nos separe” poderia ser substituída por: “Até que a vida nos separe”. Por todos os lados o que mais se vê é a infidelidade conjugal, tanto de homens como de mulheres. Nas revistas voltadas para o público feminino é cada vez mais frequente encontrar depoimentos de mulheres contando as suas aventuras extraconjugais na maior naturalidade.
Uma verdade indiscutível é que o sexo masculino sempre traiu mais. Na mentalidade equivocada de muitos homens sair com várias mulheres é sinal de status. Na roda de amigos é comum ouvir alguns homens se gabando das suas conquistas amorosas, o detalhe é que muitos deles são casados. Se o homem trai é chamado de garanhão, mas quando a mulher trai é chamada de... Melhor nem comentar. A esposa traída tinha que conviver com o desrespeito do companheiro e ainda cuidar da casa, dos filhos e do marido sem reclamar, era como se fosse uma lei não escrita, mas vigente na sociedade. Os tempos são outros e muitos homens se surpreendem com a nova mulher que surgiu nos últimos anos. Essa nova mulher já não aceita mais ser tratada de qualquer maneira. A mulher conquista cada vez mais espaço no mercado de trabalho. Acreditava-se que independente das circunstâncias ela seria eternamente fiel, mas o que se vê hoje em dia não é bem isso. Um número cada vez maior de mulheres passou a se enveredar pelo caminho perigoso do adultério.
É pena que as novelas, tão populares no Brasil, ajudaram a criar uma imagem glamourosa do adultério. Na trama de quase todas as novelas o galã apaixona-se por uma linda mulher. Depois de muitas idas e vindas ao final eles ficam juntos, mas antes, ele sai com quase todo o elenco feminino do folhetim. A TV Globo exibiu há pouco tempo à novela “Passione”, onde Maitê Proença fazia o papel de uma mulher casada, Stela, três filhos e que traia seu marido com quem aparecesse na frente dela, bastava e se ela gostasse. Esse personagem atuava no turno da tarde, enquanto seu marido trabalhava.
Não é exagero afirmar que a prática do adultério, antes condenada com veemência já não é mais vista com tanto desprezo. Alguns especialistas chegam a sugerir que a prática do adultério além de benéfica ainda pode dar uma apimentada no casamento. Até mesmo nas letras de muitas músicas populares é possível perceber a exaltação do adultério e o escárnio da fidelidade matrimonial. A chamada sétima arte tem exaltado a infidelidade em muitos filmes de sucesso, os triângulos amorosos na ficção tem despertado o interesse do público.
Deixando a ficção de lado e atentando-se para a vida real, a realidade longe dos holofotes da mídia revela que a prática do adultério é mais nefasta do que se imagina. As consequências são inevitavelmente ruins e acabam deixando marcas profundas. Uma pessoa traída é mais vulnerável a cair na terrível depressão além de ter a sua autoestima afetada. Os filhos, como sempre, são os que mais sofrem. Não há nada mais triste para uma criança do que presenciar a separação dos seus pais. As estatísticas demonstram que muitos jovens envolvidos na criminalidade vieram de lares desestruturados. Por trás de muitos crimes de assassinatos sempre há uma motivação maior- o adultério. Uma família destruída pelo adultério é algo terrível. O adultério é sem dúvida um dos maiores males da nossa sociedade. A psicologia informa que a dor de uma traição é tal qual o luto causado pela perda de um ente querido.
Respeite a pessoa que você escolheu como companheira e fuja do adultério como se fugisse de uma moléstia grave. Nunca se esqueça de que a escolha foi sua!

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