sábado, 23 de julho de 2011

Abraço da discórdia

Algo terrível está acontecendo com a sociedade brasileira. Como tornar-se numa nação desenvolvida se as pessoas que compõem essa mesma sociedade nem ao menos se respeita? O uso da força física para ameaçar, ferir e destruir vidas inocentes é mais comum do que gostaríamos. A violência tomou tamanha proporção que até um simples abraço virou desculpa para a mais covarde agressão. Aonde vamos parar se as coisas continuarem como estão? A cada dia fica mais evidente que certas pessoas perderam totalmente o controle de si mesmas.
A vida humana é cada vez mais desvalorizada. O amor ao próximo como a si mesmo está desaparecendo aos poucos Ninguém está a salvo. Se você está vestido com uma camiseta de algum time de futebol e encontra certos torcedores rivais, o melhor a se fazer é fugir o mais rápido possível, pois, uma simples camiseta estampada é motivo para espancamentos e até mesmo assassinatos. O cúmulo do absurdo é saber que pessoas são ofendidas apenas por ser naturais de alguns estados da federação. A cor da pele e outras bobagens são usadas como justificativa por certas pessoas que praticam atos criminosos.
Com as mudanças vividas pela sociedade nos últimos anos, muitas coisas foram drasticamente alteradas. Você pode e tem o direito de não concordar com o estilo de vida de certas pessoas, mas não tem o direito de fazer uso da violência física ou verbal para tentar mudá-las ou humilhá-las. Cada pessoa merece ser respeita na sua individualidade. Ninguém pode estabelecer as suas próprias regras e obrigar os outros a segui-las cegamente.
Quem poderia imaginar que um simples abraço fraterno entre pai e filho fosse desencadear uma reação tão covarde? Ainda chocado com a agressão sofrida na madrugada de sexta-feira, em uma festa agropecuária em São João da Boa Vista (SP), um autônomo de 42 anos que teve parte da orelha decepada por uma dentada contou detalhes do momento em que ele e o filho de 18 anos, abraçados, foram confundidos com um casal homossexual. "Antes da pancadaria, eles provocaram muito e pediram para a gente se beijar na boca", lembrou. "'É meu filho, é meu filho', eu respondi e desmaiei com um soco no queixo. Quando acordei, tinha sangue na cabeça e alguém falou: 'cortaram a orelha dele'". "Será que um pai não pode abraçar um filho?", perguntou.
"É difícil sair na rua. Meu filho ficou tão envergonhado... Voltou bem depressa para São Bernardo do Campo", disse, acrescentando que o jovem cursa Educação Física. "A gente se abraçava, para matar a saudade. Ele estuda fora, fica longe de casa muito tempo. É pai e filho com saudade um do outro", disse o autônomo, que é pai de outros três filhos.
Por questões pessoais, não sou a favor do homossexualismo, mas defendo o direito das pessoas de viverem as suas vidas da forma que acharem melhor. A pessoa tem o livre arbítrio para escolher a sua opção sexual. Um heterossexual e um homossexual precisam se respeitar com reciprocidade. A busca da paz deve ser o centro das nossas atenções. O uso da violência não é o melhor caminho para resolver os conflitos. O diálogo sempre trás bons resultados.
Mesmo que os dois homens fossem homossexuais- o que não era o caso, nada justifica um ato de violência tão gratuita.

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