quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Salva vida de cachorro

No ano de 2007 desapareceu misteriosamente a Fofinha- a nossa cachorrinha de estimação. A minha filha Letícia tinha três anos. Lembro-me do seu rostinho triste ao saber que a sua amiguinha tinha desaparecido. Um amigo da família entrou em contato conosco avisando que conhecia uma pessoa que queria doar um filhote. Ficamos muito interessados e fomos procurar o endereço do homem. Ao chegarmos ao local a minha filhinha encantou-se imediatamente pelo filhote recém-nascido. O dono do animal comunicou que não sabia bem se o bicho era de raça, mas ele parecia ser da raça pinscher. A ouvir o homem, minha filha tentou pronunciar o nome da raça, mas o que ela conseguiu dizer foi uma palavra parecida: Pity. A partir daquele dia, passamos a chamá-la por esse nome.
Com apenas dois meses de vida, aconteceu uma situação totalmente desesperadora com a nossa cadelinha. A chuva caia com violência no município de Ponta Porã-MS. A Pity dormia numa caixa de papelão na varanda da casa. Com a força dos ventos, ela ficou amedrontada e começou a chorar. Peguei a caixa onde ela estava e a trouxe para dentro de casa, a ideia era colocá-la num dos quartos. Tudo estava ocorrendo dentro do previsto quando algo inesperado aconteceu. Ela resolveu pular da caixa sem avisar ninguém, não consegui segurá-la, ela bateu a cabeça com violência no piso frio da cozinha. Em decorrência do impacto, ela parou de se mexer, os olhos reviraram, a sua língua ficou para fora da boca e a respiração cessou. Tudo levava a crer que ela havia morrido. O desespero foi geral. A minha esposa e filha começaram a chorar copiosamente. Sem ter veiculo próprio, não havia como levar o animal até um médico veterinário.
Diante da situação, eu precisava fazer alguma coisa. A única coisa que passou pela minha cabeça foi fazer algo singular. Com as mãos comecei a fazer massagem no seu peito. Abri a sua boca, cheguei com a minha boca bem perto da sua e comecei a soprar ar nos seus pulmões. Depois que soprei três vezes, ela enfim começou a reagir. Os seus olhos voltaram ao normal, passou a respirar normalmente e o seu rabinho começou a balançar. Era o sinal de que o pior já havia passado. O choro se transformou em riso. Ao perceber que a sua cachorrinha estava surpreendentemente bem, a Letícia começou a rir.
Nunca ouvi falar de alguém que tenha salvado a vida de um animal fazendo respiração boca a boca. Todas as pessoas que ouvem essa história ficam admiradas e se divertem muito. Para salvar um membro da família e alegrar o coração de uma criança vale tudo, até fazer respiração boca a boca num animal.
Atualmente a Pity está com quatro anos, ela é saudável, alegre e muito carinhosa. É companheira inseparável da minha filha. Todas as noites ela ora a Deus pedindo que Ele proteja sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário