sábado, 17 de setembro de 2011

Não perca a hora!

O jovem Nestor ficou sabendo que estavam abertas as inscrições para um concurso público muito concorrido. Enfim tinha chegado a sua grande chance. Conseguir um bom emprego, com estabilidade, bom salário e chance de crescimento profissional era tudo o que queria. Poucos rapazes tiveram o privilégio de estudar nas melhores escolas particulares da cidade como ele. O seu pai sempre o incentivou a valorizar a educação. O rapaz sempre se destacou como um dos melhores alunos da faculdade tirava sempre a nota máxima. A sua capacidade de aprendizado impressionava a todos. Ninguém duvidava de que o seu futuro seria brilhante. Era só uma questão de tempo para que conquistasse o posto de diretor numa grande empresa multinacional, quem sabe seria um empresário de sucesso ou mesmo um político proeminente.
Os seus amigos, familiares e professores admiravam a sua desenvoltura e eloquência. Podia conversar sobre qualquer assunto. Dominava todas as regras da língua portuguesa, sabia resolver as mais complexas equações matemáticas. O computador o acompanhava desde a infância. Falava fluentemente duas outras línguas. Com um currículo tão imponente não é de admirar que nem tenha estudado muito para a prova. A confiança que tinha em si mesmo não deixava dúvidas sobre as suas qualificações. Só lhe faltava uma coisa, conseguir a total independência do seu pai. Ter o próprio dinheiro e não precisar pedir mais nada ao seu pai era tudo o que queria.
Aquele tão esperado dia de domingo enfim chegou. Acordou mais cedo do que de costume, pois havia muitas coisas para resolver antes de sair e gabaritar a prova. O rapaz estava impaciente, havia muitas coisas em jogo. Lembrou-se da conversa que teve com o pai há poucos dias. O pai deixou bem claro que não ser aprovado no concurso público significava que algumas coisas mudariam, não poderia mais andar com o seu carro, a gorda mesada seria cortada e o dinheiro para pagar a faculdade também.
Mesmo diante das ameaças do pai, Nestor esbanjava confiança em si mesmo. Nada poderia dar errado. Seria o dia do seu triunfo. Pegou as chaves do carro e saiu sem demonstrar insegurança. Durante o percurso fez planos para o seu futuro. A primeira coisa que iria fazer seria comprar um carro.
Ao chegar ao local onde seria aplicada a prova olhou ao redor e viu uma grande movimentação de pessoas. Só havia um pequeno problema que ele nem se atentou, só foi perceber quando estava diante do portão de entrada da escola. Notou um movimento estranho. A pessoa que estava recepcionando os candidatos fechou bruscamente o portão. O rapaz ainda tentou argumentar, mas não teve acordo. No horário exato estipulado no edital do concurso público, todos os portões fecharam-se. Como não tinha razão, pois chegou atrasado, o jeito foi reclamar sem obter sucesso algum.
Ao voltar para casa frustrado o pai não se surpreendeu. O jovem percebeu que a sua vida seria diferente a partir daquele dia. Perdeu muito mais que um emprego público, na verdade, perdeu a sua grande chance. O pai cumpriu a promessa e cortou todas as regalias que o filho tinha. A vida boa acabou de repente. Sem poder contar com a gorda mesada, sem ter mais dinheiro para pagar a faculdade e sem ter o carro para andar a vontade, o jeito foi agir urgentemente.
Surpreendeu a todos ao acordar mais cedo na segunda-feira. Arrumou sua pasta e saiu para procurar emprego. Voltou para casa à tarde com uma ótima noticia. Conseguiu agendar uma entrevista de emprego numa grande empresa para quarta-feira da mesma semana. A entrevista seria as 09h00min, o horário era ideal, não era cedo demais e daria para dormir até mais tarde. São poucas as pessoas que tem uma segunda chance tão rápido assim.
Apesar de precisar muito do emprego e apesar da empolgação, Nestor deixou para resolver algumas coisas na última hora, com isso, saiu atrasado de casa e acabou chegando atrasado para a entrevista. O entrevistador nem quis ouvir os seus argumentos e o dispensou imediatamente.
Os maus hábitos de uma pessoa pode prejudicá-la muito. Na maioria das vezes, nós nos tornamos escravos de nós mesmos. Certos comportamentos estão tão arraigados que é muito difícil deixá-los. A boa noticia é que é possível mudar esses hábitos que nos prejudicam tanto. Pode ser que ainda não alcançamos o sucesso esperado porque há um inimigo nos combatendo ferozmente- nós mesmos. Perdemos muitas oportunidades sem ao menos perceber. Talvez você já tenha ouvido alguém dizer: “Eu nasci assim, vou morrer assim”. A hora de se libertar é agora. Não perca a hora!

Um comentário:

  1. Muito interessante,,mas nem todos tem essa sorte não raro vermos na vida real pessoas que cresceram a vida toda tendo oportunidades de manter ou melhorar o estilo de vida mas por alguma questão perdem a grande oportunidade de suas vidas,já conheci muitos que tiveram um padrão de vida muito bom quando dependiam dos pais mas apos a morte desses tiveram que passar por provações/dificuldades financeiras;embora eu tenha sido orfã de pai e mãe desde a infancia, creio que algumas coisas ruins aconteçam em nossas vidas para nos ajudar a aprender algo.Pra mim a vida além de ser maravilhosa é uma eterna lição.

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