sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Criminoso armado

O trabalhador paulista acorda de madrugada, a viagem até o local de trabalho é longa e cansativa. Todos os dias, eu saia caminhando ainda de madrugada para a estação de trem de Guaianazes. A rua sempre estava deserta. O medo de ser assaltado sempre me deixou muito desconfiado. Qualquer um que se aproximava de mim era considerado suspeito. Apesar de todo o meu cuidado, acabei sendo surpreendido por um homem armado perto da minha casa.
O homem não tinha uma expressão das mais amigáveis. Quando passei por ele tive uma terrível surpresa. O elemento me abordou dizendo que precisava de "um favor". Um revólver calibre 38 foi apontado para minha cabeça. O terreno baldio no outro lado da rua foi o local escolhido por ele para esconder alguns objetos roubados. A ordem que recebi foi para pular o muro e pegar uma bolsa com vários produtos roubados pelo bandido, enquanto isso ele ficaria vigiando. Havia um matagal ao lado, não seria difícil para ele me matar e depois jogar o corpo ali.
Com grande dificuldade consegui cumprir a “missão”. Ao entregar a bolsa, o homem sorriu e me disse:
-Mano, vejo que você é gente fina. Pode ir embora. Valeu!
Confesso que fiquei com muito medo naquele dia. Hoje, só me resta rir da situação. Fui cúmplice involuntário de um criminoso. Nunca mais vi aquele homem. A sensação de ter uma arma apontada para mim foi pavorosa. A experiência não é das mais agradáveis, tenha a certeza disso.

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