sábado, 2 de outubro de 2010

Não desista!

No final do ano de 2008 terminei o curso de Administração de Empresas pela UEMS(Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul). Gostaria de fazer algumas considerações a respeito das dificuldades que enfrentei para me formar. Não sei qual é a sua atitude diante dos obstáculos que surgem na sua vida, mas talvez eu possa ajudá-lo a entender que a palavra "desistir" não é uma opção viável para que os seus sonhos possam se tornar realidade. Apesar do desânimo ser algo tão presente nas nossas vidas, não podemos nos deixar vencer por ele. Gostaria de destacar dois fatos que dificultaram muito o meu sonho de terminar um curso superior. Apesar dos desafios, não desisti.
1º- A falta de dinheiro
O prazo para a entrega da monografia estava acabando. Eu tinha que entregar três cópias impressas e encadernadas. O problema era que não tinha nenhum dinheiro. No último dia consegui pegar emprestado o valor de R$30,00 de um amigo (David), com esse valor deu para pagar os custos. Terminei a impressão às 17h30min, o prazo final era até as 19h00min. Depois de muita correria, consegui entregar a tempo. O professor tinha me avisado que se não entregasse a tempo seria reprovado, ou seja, só poderia entregar novamente a monografia no final do próximo ano. Se não fosse a ajuda do meu amigo não sei o que teria feito.
2º- A falha na comunicação
O rapaz responsável pela secretária do curso de administração de empresas ligou no meu trabalho para marcar o dia em que eu defenderia a minha monografia- Análise do Sistema de Informação SARA na agência dos Correios em Ponta Porã-MS. Fui comunicado de que deveria me apresentar numa terça-feira às 19h30min. Antes de falar comigo, o rapaz tinha ligado na minha casa e falado com a minha esposa confirmando o dia e horário. Enfim tinha chegado o grande dia. Após cinco anos de muitas provações e vitórias, o meu momento se aproximava. No decorrer daquela terça-feira trabalhei com “o coração na mão”. Fui dispensado mais cedo do trabalho para poder me preparar. Tudo estava ocorrendo dentro do previsto até que alguém tocou a campainha de casa.
A mãe de uma colega do trabalho tinha uma notícia para me dar. A mulher nunca tinha vindo a minha casa. Quando a vi fiquei preocupado, pois pensei que tinha acontecido alguma coisa com o Rodrigo (seu filho). A senhora foi logo dizendo: “Estão ligando para você nos Correios, é o pessoal da universidade. Disseram que você deveria estar lá às 17h30min para defender o seu trabalho. Acho bom você correr, pois já são 18h30min”.
Num primeiro momento não entendi nada, o que eles queriam de mim? Liguei para a minha irmã Leuziva e pedi uma carona. Chegamos (eu, minha esposa, minha filha e minha irmã) à universidade as 19h00min. As apresentações dos trabalhos estavam sendo feitas no piso superior. Entrei na sala e esperei uma mulher terminar a sua apresentação para poder falar com os professores e explicar que houve uma falha de comunicação.
Os professores estavam irritados comigo. Fui acusado de ser irresponsável. Um dos professores que compunha a banca de examinadores chegou a me dizer que eu deveria ser punido e não ter o direito de apresentar o trabalho naquele ano. Outro professor afirmou que estava doente e só tinha vindo naquele dia para avaliar-me.
É claro que devemos responder pelos nossos atos. O que não podemos é ser acusados injustamente. Eu era totalmente inocente, se tivessem me falado o horário correto, com certeza estaria lá.
Dirigi-me até a mesa onde estavam os professores, pedi a palavra e fiz a minha defesa. As minhas palavras foram às seguintes: Todos vocês já foram meus professores. Nunca agi com irresponsabilidade. Sempre procurei me esforçar ao máximo para tirar boas notas. Quero que saibam que não irei ser penalizado por algo que não fiz. Sou o mocinho da história e não o bandido. Quando acabei de falar, os professores perceberam a minha indignação. Recebi a promessa de que poderia apresentar o meu trabalho em outro dia sem prejuízo da nota. Fiquei aborrecido com toda aquela confusão. Marcaram uma nova data- sexta-feira de manhã.
No dia marcado, cheguei à universidade às 10h10min. Ao subir as escadas encontrei uma colega de turma, a moça era a mesma que tinha duvidado que eu conseguisse terminar o curso. Após os cumprimentos iniciais, disse-lhe: Oi, tudo bem? Ainda duvidas que eu vá conseguir me formar? A moça respondeu que eu poderia fazer o que quisesse. Agora creio- ela disse.
Fiz a minha apresentação em dezessete minutos. Além dos professores da banca examinadora, estavam na sala a minha esposa e uma acadêmica da instituição. Os professores elogiaram muito a forma como apresentei o trabalho. O que mais me marcou foram as suas palavras. Todos os três professores presentes reconheceram o meu esforço, dedicação e perseverança. A nota final da monografia foi de 9,1. A minha expectativa era conseguir tirar uma nota 8,0. Consegui superar a minha previsão inicial.
Enfim todo o esforço tinha chegado ao fim. Finalmente consegui o tão sonhado diploma.

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