domingo, 28 de novembro de 2010

A arte da comunicação

Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena e escreveu assim: Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxando a brasa para sua sardinha, interpretou:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
(Texto retirado do livro "História para viver feliz" de Rosana Braga)
A estória relatada se utilizou da forma verbal para transmitir uma mensagem do homem rico para algumas pessoas, o assunto em questão era sobre quem ficaria com sua herança. Obviamente que houve falhas no processo de comunicação, pois o texto possui falta de clareza, gerando uma comunicação turbulenta com ruídos. A falta de clareza é um grande obstáculo para uma comunicação eficaz. Diferentes pessoas podem interpretar as mesmas palavras de forma diferente. Seja tão claro e preciso quanto possível acerca dos seus fatos, e acerca das interpretações e significados que deles retira. É preciso também ter cuidado para não utilizar uma linguagem demasiado abstrata e formal, coloquialismos e gíria, porque em vez de impressionarem positivamente as pessoas vão tornar a mensagem mais confusa. Ao escrever um texto devemos atentar para o fato de que o uso da pontuação correta pode alterar totalmente o seu significado original.
Para que a comunicação verbal possa alcançar os seus objetivos é preciso que ela tenha objetividade. No artigo ”Comunicação eficaz” de Aristóteles Victor Hugo de Souza Lucas, o autor diz que: “A mensagem verbal deve se caracterizar pela objetividade, precisão e brevidade. Deve ser feita tendo-se por base a capacidade de entendimento do receptor, e essa capacidade está condicionada ao vocabulário que ele pode adquirir e que possa usar. Palavras são o meio básico pelo qual as pessoas se comunicam. Na maioria das vezes, quanto maior o vocabulário usado por um emissor e um receptor, maior a oportunidade de se transmitirem mensagens apuradamente”. Ao analisar a estória contida neste texto, conclui-se que houve uma falha de comunicação do emissor, o que gerou várias interpretações diferentes nos receptores da mensagem. A comunicação sem ruídos pode ser feita de várias formas, o importante é que haja entendimento entre a mensagem, o canal utilizado para sua divulgação e o receptor, para quem a mensagem é dirigida.

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