
O barulho foi tão intenso que pessoas saíram de suas casas a mais de quatro quadras do local do acidente. Muitos curiosos vieram para ver o que tinha acontecido. A motorista do carro estava grávida e muito nervosa. Pensei que ela fosse passar mal ali mesmo.
Algumas pessoas não acreditaram que eu não havia me machucado. Uma amiga da minha esposa chegou e disse pra mim- Alci! Tem certeza de que está tudo bem? Veja os seus braços... Onde está o sangue? Eu disse que estava bem. A moça ficou muito impressionada. No outro lado da rua, um homem gritava:
- Eu estava dormindo em casa quando ouvi o barulho da batida, quando vi que era a moto do carteiro, pensei que você tivesse morrido. Acho que foi Deus que te salvou! Que coisa, heim?
Liguei para o meu chefe e contei o que tinha acontecido, depois liguei para a polícia. Dentro de poucos minutos o policial chegou ao local. Fomos conversar com a motorista do carro. A mulher reconheceu que estava errada, pediu mil desculpas e assumiu a responsabilidade pelo acidente.
Fui levado para o hospital para averiguar se não havia nenhum trauma no corpo. O médico que me atendeu perguntou sobre o acidente. Depois de contar a minha história, ele olhou bem nos meus olhos e disse:
-Filho, como você conseguiu cair em pé no asfalto? Acho que você é o próprio “matrix”. Rimos juntos por alguns instantes. Quando o enfermeiro chegou para medir a minha pressão arterial, o médico foi logo dizendo- Leve o “matrix” aqui para ver se está tudo bem com ele. Fiquei conhecido no hospital como o “Neo” de Ponta Porã. Ao comentar com os colegas as observações do médico, todos caíram na gargalhada.
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