quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os últimos colecionadores de selos

A revista Isto É, na edição:2113, do dia 07 de maio de 2010, trás uma reportagem muito interessante: Os últimos colecionadores de selos.


Brasileiros participam de feira internacional de filatelia, hobby que sobrevive graças aos fãs fiéis


João Loes


BAGAGEM Macedo levará a Londres uma coleção deselos emitidos no Brasil entre 1880 e 1920

Na era do e-mail, parecem longínquos os dias em que as cartas eram o grande meio de comunicação. Da troca de correspondência nasceu a filatelia, o hábito de colecionar, estudar e pesquisar selos postais. Uma prática que fez muito sucesso, mas que vem perdendo espaço no Brasil e no mundo desde os anos 1970. Fãs fiéis do filatelismo terão a oportunidade de se encontrar nesta semana na London 2010 International Stamp Exhibition, que acontece uma vez a cada década e é tida como uma das feiras mais importantes do ramo. Sete brasileiros estarão presentes, munidos de cinco coleções e dois livros. “Eles são muito rigorosos. Metade dos que se inscrevem é recusada”, explica o engenheiro Reinaldo Macedo, 37 anos, que competirá com uma coleção de selos brasileiros emitidos entre 1880 e 1920, período do desenvolvimento do sistema hidrelétrico nacional.
O Brasil tem tradição na filatelia. Foi o segundo país no mundo a emitir um selo postal, o chamado Olho de Boi, de 1843, atrás apenas do inglês Penny Black, de 1840. “Quando tinha oito anos, meu irmão mais velho começou a me dar os selos repetidos dele, como hoje se faz com as figurinhas, e eu comecei a colecionar”, lembra Luiz Duff Azevedo, que participará da feira com o livro “História Postal dos Selos Comemorativos no Brasil – 1900 a 1942”. Para Azevedo, hoje com 73 anos, a inflação no preço do selo é um sinal de que ele está desaparecendo. Segundo os Correios, nos últimos cinco anos a produção anual caiu 6%, de 511 milhões de unidades para 482 milhões.
Para manter a filatelia viva, os entusiastas acham importante derrubar dois grandes mitos. O primeiro é o de que é um hobby caro. Não necessariamente, já que os correios ainda emitem e vendem selos dignos de coleção a preços módicos. O segundo é o de que a filatelia é coisa da terceira idade. A presença de disputadas categorias juvenis em feiras internacionais é prova de que o hábito ainda encontra eco entre adolescentes. O desafio é cativar as novas gerações criadas com o computador e o videogame.



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