domingo, 25 de julho de 2010

O número um

O brasileiro sempre quer ser o número um em tudo o que faz. A nossa cultura não valoriza um segundo lugar e muito menos uma terceira posição. Os exemplos são muitos; na escola, alguns sempre querem tirar a nota máxima, ou seja, uma nota 10. Ser o melhor da turma os torna pessoas admiradas, bajuladas e populares. O melhor aluno sempre é consultado sobre os mais diversos assuntos, por interesse, algumas pessoas se aproximam apenas para tirar algum proveito do mais inteligente da sala. As mulheres lindas, com algumas exceções, têm um sentimento de superioridade em relação às outras, como se a aparência física as tornasse seres acima dos outros pobres mortais. Ser a mais bela trás status e desperta o sentimento de inveja por parte da “concorrência”. Nos esportes, a disputa é ainda maior. Terminar um campeonato como vice-campeão é a mesma coisa que não ganhar nada, pelo menos esse é o pensamento de muitos. O topo do pódio é o único lugar valorizado.
Se não tomarmos cuidado, o sentimento de superioridade pode nos trazer muitas dificuldades. Ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa que se acha sempre a melhor em tudo. Ser o melhor e manter-se humilde não é uma tarefa das mais fáceis. A arrogância é um sentimento condenável, mas muito presente na vida daqueles que buscam sempre ser o destaque em tudo o que fazem.
Precisamos aprender a valorizar os outros e reconhecer que sempre haverá alguém tão bom quanto nós, ou mesmo melhor. Se ficarmos em segundo lugar, não tem problema algum. Na vida, às vezes ganhamos e muitas vezes perdemos. É preciso valorizar tanto a vitória como a derrota. Na verdade, é nas derrotas que aprendemos a ser vitoriosos. Se formos sempre o número um em tudo, quem nos suportaria?
Entenda bem o meu ponto de vista, não estou afirmando que devemos fazer as coisas de qualquer jeito e nem que devemos buscar as últimas posições, o que estou tentando mostrar é que tudo deve ser feito com dedicação, mas se o resultado não for o esperado, devemos nos alegrar por ficar em outra posição que não a almejada e não tentar desvalorizar a vitória da outra pessoa.

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