segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aproveite as oportunidades

Um pensamento geral é o de que a vida poderia nos proporcionar mais oportunidades. A falta de oportunidade nos limitaria a viver na mesmice. Almejamos conseguir muitas coisas. Vivemos na expectativa de que algo especial aconteça. Pensamos que se conseguíssemos atingir os nossos objetivos, seriamos mais felizes. Lamentamos profundamente a escassez de oportunidades. A impressão que temos é que elas nunca surgirão. Será mesmo que estamos presos a falta de oportunidades na vida? Estamos aproveitando ao máximo as chances que surgem? Essas são perguntas muito oportunas. Gostaria de ilustrar o meu pensamento com a seguinte história.
No livro Sapos Fervidos ou Ossos Dançantes, Braga conta a história do homem que não tinha sorte. Diz que por isto ele vivia se lamentando na cidade em que morava ao ponto de as pessoas cortarem volta para não esbarrar com ele. Certo dia saiu pelo mundo à procura de um sábio de quem ouviu falar que tinha a solução para todos os problemas. Passando por uma floresta, encontrou um lobo muito desanimado, fraco, sem muita vontade para nada, que lhe respondeu não saber o porquê de estar assim e logo lhe pediu que expusesse ao sábio seu problema para ver se teria a resposta. Deixando o lobo, o homem deparou-se com uma árvore muito grande, porém murcha, quase sem folhas, meio ressecada, na beira de um lago. A sua pergunta, a árvore respondeu que não sabia por que estava assim, mas que contasse seu problema ao sábio para ver se teria a solução. Mais adiante, numa casa maravilhosa em meio a um campo florido, o homem encontrou a mulher mais linda que já vira, mas ela não parecia bem, com um olhar melancólico. À pergunta do homem que não tinha sorte do porque de estar assim, a mulher respondeu que não sabia, mas também lhe pediu que expusesse seu caso ao sábio e esperaria por uma solução.
Após estar com o sábio, o homem que não tinha sorte retornava feliz por causa da solução que encontrara. Passando na casa da mulher, ela indagou-lhe sobre o que o sábio tinha dito para solucionar o seu problema. Ele respondeu que sua melancolia se tratava de solidão, mas o sábio lhe indicara que encontrasse um homem e se casasse. Satisfeita, ela sugeriu que se casassem, mas ele recusou, dizendo que o sábio lhe dissera que devia aprender a agarrar as oportunidades e ele precisava correr para sua cidade para fazer justamente isto. Ao passar pela árvore, ele contou-lhe que seu problema era um grande tesouro enterrado em sua raiz, impedindo-a de abastecer-se da água do lago. Bastava que pedisse a algum homem para retirar o tesouro e ela ficaria saudável e viçosa. Satisfeita, a árvore pediu-lhe que fizesse isso, mas ele recusou-se, dizendo que não podia, pois precisava correr para agarrar as oportunidades. Ao encontrar o lobo, disse-lhe que o sábio falara que seu mal era fome, recomendando que tomasse mão do primeiro idiota e o comesse, recuperando a força. E antes que o homem pudesse escapar, o lobo tomou toda força que lhe restava, agarrou-o e devorou.
Perceba que, muitas vezes não é a falta de oportunidade que nos limita, elas aparecem constantemente nas nossas vidas, às vezes o que nos falta é uma visão mais abrangente. Quantas vezes desperdiçamos grandes oportunidades, pelo simples fato de não valorizarmos as pequenas coisas. Esperamos algo grandioso. Em muitos casos, a simplicidade se sobrepõe a grandiosidade. É preciso aproveitar todas as chances que a vida nos oferecer. Se novas oportunidades estão demorando para aparecer, explore com criatividade as suas próprias idéias. Pare de se lamentar. Tenha humildade para aceitar que você precisa mudar de atitude. Faça isso.

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