segunda-feira, 16 de agosto de 2010

artigo no Jornal Regional

O artigo "Valorize o que é mais importante" de minha autoria foi publicado no Jornal Regional, edição do dia 16/08/10.

Lembro-me que na minha infância, os dias pareciam ser intermináveis. Depois de voltar da escola, sobrava muito tempo para fazer a tarefa escolar e ainda brincar. Os anos passavam lentamente. Bons tempos aqueles. Hoje, o que vemos é uma correria desenfreada. Até as crianças já não são mais as mesmas. As antigas brincadeiras infantis estão literalmente em extinção. Os jogos eletrônicos são os preferidos. É incrível, quanto mais violento for os jogos de vídeo game, mais vidrada fica a criança, é como se ela estivesse hipnotizada pelas imagens projetadas pelo aparelho de TV. O prazer das antigas brincadeiras infantis desapareceu da maioria delas. O que vemos são crianças que não sabem o que é conviver amigavelmente com os colegas e muito menos com os próprios pais. Deixe-me explicar, mesmo que ela convide alguém para jogar; o silêncio impera, pois ninguém quer ser atrapalhado em alguma cena do jogo. Não há diálogo, a diversão é distribuir chutes e pontapés virtuais. Os palavrões são comuns no meio deles. Você ficará chocado ao os ouvir conversando em LAN houses ou mesmo com os amigos, o palavreado utilizado é deprimente. O seu maior prazer é destruir o seu adversário no jogo, quanto mais cruel for a sua morte, mais contente ela fica. É realmente assustador. Até a sua inocência está sendo perdida. Os pais estão passivos, observando tudo sem ter como interferir.
Talvez você ache que estou sendo muito radical, que eu deveria acompanhar o pensamento moderno- deixe a criança fazer o quiser- mas infelizmente, a realidade nos mostra que o liberalismo só trouxe problemas para a juventude. Apesar de o lema ser “É proibido proibir”, acho que os pais deveriam ser mais presentes na educação dos seus filhos.
Deixar uma criança sem supervisão em frente a uma tela de televisão ou de um computador por várias horas é perigoso e põe em risco o desenvolvimento da personalidade da criança. Os valores que são passados por “esses educadores” estão normalmente em choque com os valores que os pais querem ensinar aos seus filhos.
Vivemos num mundo materialista onde o que importa é a busca constante por adquirir bens materiais. É preciso trabalhar cada vez mais, com isso, o tempo para dedicar-se aos filhos é mínimo. Os pais pensam que ao dar boa alimentação, roupas caras, brinquedos sofisticados, estão cumprindo com as suas responsabilidades de formar cidadãos de bem. É um equivoco pensar que sem a nossa orientação, os nossos filhos saberão agir com base em princípios éticos e morais.
Imploro para que os pais façam o que for preciso para estarem mais perto dos seus filhos, mesmo que para isso seja preciso abrir mão de certas coisas. Enquanto os filhos são pequenos, temos muita influência sobre eles. A responsabilidade de formar pessoas com caráter ilibado é nossa, não há como delegar essa função para outro. A TV, a internet, os jogos de vídeo-game e nem mesmo a escola pode ocupar o nosso papel como educadores.
Todas essas coisas têm a sua importância se utilizadas com certos critérios, elas não são ruins se usadas com equilíbrio e bom senso. Ainda a tempo de modificar a sua postura diante do que foi exposto aqui.
Conta-se que certo menino ouvia do seu pai a mesma frase todos os dias-Eu tem amo filho. Quando a criança pedia para brincar com o pai a desculpa era sempre a mesma- Eu não tenho tempo agora. Estou muito ocupado.
Um dia o pai ao sair para o trabalho disse a mesma frase para o seu filho- Eu te amo filho. A criança então respondeu instantaneamente- Eu não quero que o senhor me ame, só quero que brinque comigo. Que você possa dedicar mais tempo para o que é realmente importante- os seus filhos. O seu amor será demonstrado na prática se você tirar um tempo para estar com eles. Não há nada mais valioso para uma criança do que a presença e a atenção recebida dos seus pais.


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