quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O ataque

Sempre que estou nas ruas trabalhando como carteiro fico atento com os cães, eles são imprevisíveis e sempre estão me espreitando. Apesar de todos os cuidados, nem sempre é possível me proteger do seu ataque. Alguns cães são traiçoeiros, atacam sorrateiramente. Encontrei um desses cães quando trabalhava no bairro Inês Andreazza. Entrei no bairro por volta das 13h, logo após o horário de almoço. O clima estava muito bom naquela tarde, sol e temperatura amena, ideal para o trabalho do carteiro.
Logo na primeira rua do bairro, tive um encontro com o melhor amigo do homem. Lembro-me bem que eu estava na quinta casa da rua, havia uma carta para ser entregue, coloquei a carta na caixa de correspondência e senti uma dor muito forte no calcanhar.Ao olhar para trás foi que percebi a causa daquela dor; um cão havia me mordido. O animal deu a mordida e fugiu para a sua casa que ficava no outro lado da rua. Os seus dentes furaram o meu calcanhar. Não havia ninguém na rua naquele momento. Atravessei a rua e fui até a casa do dono do cão, bati palmas, saiu uma senhora para me atender, expliquei que o cão tinha me mordido. A mulher rapidamente foi prender o animal. Após pedir muitas desculpas, ela trouxe a carteira de vacinação do cachorro para mostrar-me que o cão era vacinado. Aceitei as desculpas, mas disse:
- A senhora não pode deixar esse cachorro solto, não há nem cerca na sua casa. Por favor, prenda-o.
Acho que devido ao susto que ela tomou, nunca mais tive problemas com aquele cachorro. Sempre que eu chegava naquela casa para efetuar a entrega, o animal ficava descontrolado. Ainda bem que ele estava amarrado, tenho certeza de que não seria mais o meu calcanhar que ele queria morder. A única coisa boa nessa história é que a mulher foi consciente e prendeu o animal, isso é raro de acontecer. Normalmente as pessoas pouco se importam e os animais vivem soltos dificultando o trabalho do carteiro e pondo em risco a sua integridade física.

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