domingo, 19 de setembro de 2010

A sorte de vivenciar algo especial

No ano de 1994 eu trabalhava na empresa Comercial Ferreira Santos, localizada na Marginal do Tietê no estado de São Paulo. Como morava em Guaianazes- na região da zona leste, era preciso pegar o trem com destino ao bairro do Brás, descer na estação Tatuapé e pegar um ônibus. O percurso era o mesmo todos os dias. Por cerca de três anos segui essa rotina.
Num certo dia, o ônibus em que estava parou por causa de uma grande movimentação de carros e pessoas. O motorista avisou a todos os passageiros que a viajem não poderia continuar, pois não havia como transitar pela Marginal do Tietê. O jeito era descer do ônibus e seguir a pé até o trabalho. Fiquei impressionado com o grande movimento de pessoas. Ao olhar para o céu percebi que helicópteros sobrevoavam o local. Ao olhar para o lado notei que algumas pessoas estavam chorando. O que estaria acontecendo para tamanha comoção? Eu não tinha a mínima ideia do por que de tudo aquilo.
Comecei a caminhar em direção ao meu trabalho. Algumas pessoas começaram a correr. Eu estava bem perto da pista quando avistei um caminhão do corpo de bombeiros se aproximando. Um rapaz que estava perto de mim me disse que aquele caminhão estava transportando o caixão com o corpo do piloto Airton Senna. Quando o veiculo passou ao meu lado, estiquei o braço e consegui segurar por um instante a bandeira que cobria o caixão.
Naquele momento eu não tinha ideia de que ao tocar naquela bandeira estaria fazendo parte da história. Confesso que nunca fui fã de Formula 1, mas sempre fui fã de Airton Senna. Tive a honra de tocar na bandeira que cobria o seu caixão. O seu exemplo de vida sempre foi fonte de inspiração para mim. Por sorte, eu estava sem querer, no local certo, na hora certa e no dia certo. Um momento que entrou para a história.

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